Tecnologia a serviço do design

Design e tecnologia no mundo contemporâneo

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Quanto maiores são as descobertas e desenvolvimento tecnológico, mais as relações reais se alteram. No mundo do design não poderia ser diferente. Assim como a internet revolucionou a comunicação, a tecnologia pode revolucionar a arquitetura e o design. Ainda não sabemos se essa revolução proporcionará uma mudança para melhor.

Uma das novidades que vem dando o que falar nos últimos anos é a famigerada impressora 3D.  Lukas Oehmigen, artista alemão, já antecipou a dificuldade que os artistas teriam para lutar contra essa nova “técnica de produção” e decidiu criar uma impressora em dimensões que possibilitam a tridimencionalização de objetos maiores, como peças de mobiliário.

Com estrutura de alumínio, a peça tem 1,18 metro de altura, 1,14 m de largura, 1 m de profundidade e é vendida por US$ 39 mil. Seu brinquedo, batizado de BigRep, é capaz de produzir peças de plástico.

O design de joias não ficou atrás e a agência DDB de Hong Kong desenvolveu um aplicativo que desenha o anel enviado para “impressão” tridimencionalizada em uma dessas impressoras modernas. O projeto foi batizado de “Crafted by my  heart” e chamou a atenção pela originalidade.

Um aplicativo de smarthphone capta, por meio da câmara fotográfica e do flash, as variações da batida do coração da pessoa e molda um anel com o formato dessa batida. Segundo a empresa, o aplicativo possibilita que pessoas deem presentes vindos, literalmente, do coração. Será que a facilidade proporcionada pela tecnologia vai agradar em todas as áreas de atuação?

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Arte míope

Artista sul africano pinta quadros que mostram como é viver com miopia

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Estudos dizem que cerca de um terço da população brasileira sofre de miopia. A Organização Mundial da Saúde prevê um panorama ainda mais embaçado. Segundo estimativa da Academia Americana de Oftalmologia (AAO), em 2050, metade da população mundial terá problema para enxergar à distância.

Quem sofre desse mal sabe como é ver o mundo de forma turva e um artista quis levar essa sensação para a outra porcentagem da população ainda não atingida pelo distúrbio do grau. Philip Barlow, artista sul africano, usa tinta e tela e mostra como é viver a vida através dos olhos de um míope.

Philip vive e pinta em Riebeek Kasteel, perto da Cidade do Cabo, capital do país, obras obras hiper-realistas. Nos últimos anos, entretanto, tem alterado suas técnicas de pintura para mostrar como a incidência da luz pode influenciar uma paisagem. Foi ai que suas paisagens ficaram míopes aos olhos de quem vê e seu trabalho passou a ser conhecido como myope art (arte míope).
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 Imagens: divulgação / Philip Barlow

Voo gastronômico

Antigos aviões são transformados em restaurantes

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Arquitetura vinda do inusitado tem ganhado espaço no mundo empresarial brasileiro. Cada vez mais, o comércio tem apostado no charme e na criatividade para atrair clientes, como a construção de hotéis e restaurantes em contêiners.

Em Foz do Iguaçu, por exemplo, o Tetris Hotel foi construído com contêiners. É o maior do mundo feito com esse tipo de material. Seus 15 contêiners foram dispostos de forma a lembrar do antigo game de encaixar blocos que inspirou os designers e batizou o empreendimento.

Mas não são apenas de contêiners que este tipo de arquitetura inusitada vem sendo desenvolvida. Em 2015, dois empresários de Brasília compraram uma carcaça do antigo boeing 767-200 da empresa TranBrasil para transformá-la em uma lanchonete de fast-food. Quem passa de carro pelo centro da Taguatinga vê de longe o avião estacionado em um imenso terreno desabrigado de casas.

A ideia, entretanto, não partiu deles. Foi inspirada em um restaurante sul coreano feito dentro das carcaças do primeiro boeing 747 comercial a ter voado no mundo pela empresa Pan Am. Mas o coreano também possui concorrente. Em West Midland, no Reino Unido, uma companhia aérea de base oferece aos visitantes uma experiência de refeição em voo sem sair do chão. A ideia é mostrar que nem toda comida de avião é ruim. O avião de passageiros oferece 40 lugares para as pessoas se sentarem e jantar.

No Brasil, Brasília também tem concorrentes. Em Santa Catarina, uma pizzaria foi construída dentro das carcaças de um avião da antiga companhia aérea brasileira Cruzeiro do Sul no município de Tijucas. Em Minas Gerais, um empresário anunciou este ano que seu empreendimento desse mesmo estilo será o maior do mundo. Seu avião DC-8 de 45 metros de comprimento vai ser transformado em restaurante na cidade de Poços de Caldas.

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A vida em centímetros quadrados

O arquiteto polonês Jakub Szczesny, autor do projeto da casa mais estreita do mundo, chega ao Brasil para mais um trabalho que desafia a arquitetura

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Já ouviu falar dos famosos puxadinhos? Vivemos na década do “mais é menos”. Mais minimalismo, menos exagero, mais conforto, menos grandiosidade, mais espaço em menos metros quadrados. Nas grandes cidades, as casas têm ficado menores e a arquitetura fala no novo conceito de vida compacta.

Um nome que nos remete à vida em pequenos espaços é o do polonês Jakub Szczesny. O arquiteto projetou a casa mais estreita do mundo na capital polonesa, com pouco mais de um metro de largura. Parece impossível, não? Não!

Jakub Szczesny construiu uma casa em um vão que separa dois prédios no centro de Varsóvia. Segundo ele, a cidade é uma espécie de Frankenstein faltando alguns remendos e seu projeto visava costurar com vida um espaço onde não havia nada. Varsóvia sofreu os impactos diretos da Segunda Guerra mundial. Os remendos a que referiu o arquiteto são o resultado dos bombardeios daquele período.

Mas seu remendo funcionou. Ele conseguiu ligar os dois edifícios com a estrutura de uma casa de 14 metros quadrados. A casa tem o formato de um triangulo retângulo e ganhou status artístico. Criada em parceria com o escritor israelense Etgar Keret, que deu nome à casa batizada como Keret House, o imóvel passou a funcionar como abrigo para escritores itinerantes.
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A ideia inicial era manter o projeto por apenas dois anos, mas ao cair no gosto do público e da mídia, acabou ficando. A estrutura da casa foi instalada de forma elevada, apoiado sobre pilotis e em uma escada que dá acesso à casa. No primeiro andar, se encontra o banheiro e a cozinha. No segundo, o quarto com uma escrivaninha.

“Morar neste lugar requer senso de humor, e, mesmo assim, não é possível ficar lá por muito tempo”, brincou Szczesny. Para os claustrofóbicos, a casa pode ser mesmo um desafio e o desafio desembarca no Brasil. É que Jakub Szczesny vai construir um puxadinho em São Paulo, no bairro Bom Retiro. Por aqui, ele vai construir um abrigo que rememora a história e a identidade do país e, ao mesmo tempo, uma obra que reflita as transformações do mundo contemporâneo.

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Unique: obra de arte urbana

O hotel Unique, projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake foi eleito o melhor hotel da América do Sul pela revista norte-americana Condé Nast

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A ideia era criar um empreendimento único. Com este conceito, Ruy Ohtake projetou aquele que é hoje considerado o melhor hotel da cidade de São Paulo. O nome? Não poderia ser outro… Unique. O hotel, inaugurado em 2002, já tinha sido destaque por sua arquitetura, paisagismo e design, mas acabou ganhando uma promoção e saltou de melhor hotel de São Paulo para melhor hotel da América do Sul, conforme a revista norte-americana Condé Nast, especializada em viagens, divulgou este mês.

Localizado no luxuoso bairro Jardins e vizinho do Parque Ibirapuera – vista da janela de alguns dos seus 95 apartamentos – o Unique não passa despercebido para quem trafega na Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Sua arquitetura realmente foi feita para chocar. Ousadia é uma boa definição para o trabalho de Ohtake.

Filho da artista plástica Tomie Ohtake, Ruy formou-se arquiteto pela Universidade de São Paulo na década de 1060 e foi considerado por Oscar Niemeyer como um dos mais legítimos representantes da arquitetura nacional. Para projetar o Unique, Ohtake criou uma concepção arquitetônica de referência urbanística. É por isso que muitos acreditam ser o hotel uma verdadeira obra de arte urbana.

“O projeto tem a cara de São Paulo metrópole, São Paulo contemporânea, com o conteúdo da arquitetura brasileira e, com certeza, uma importante referência”, explicou o arquiteto. O Unique se destaca especialmente por sua forma. De longe, parece uma nau flutuando em águas invisíveis. De perto, realmente se parece com uma instalação de arte urbana digna de grandes bienais.

O time de grandes nomes escolhido para levantar os seis andares do hotel foi a opção dos empresários para aliar arquitetura diferenciada, design de luxo e atendimento conceitual. Além de Ohtake, Gilberto Elkis foi o nome escolhido para criar o projeto paisagístico e João Armentano para a ambientação interna do hotel.

Em sua estrutura, Ruy Ohtake escolheu revestimento refinado de cobre com o concreto bruto, uma aliança particularmente inusitada que produziu um resultado ao mesmo tempo técnico e artístico. No volume principal do edifício, estão situados os apartamentos. Já o lounge de entrada foi instalado sob o arco simétrico, em uma espécie de cubo formado de vidro e concreto. Na cobertura, uma piscina e o famoso restaurante Skye.

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Bel Lobo

Especialista em arquitetura de boutique, Bel Lobo fez nome no Brasil e projetou lojas nos quatro cantos do mundo

 

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Arquitetura parece estar no sangue de Bel Lobo, mas parece que a profissão chegou para ela como uma surpresa. Um teste vocacional feito na escola aos 16 anos indicou que Bel se enquadraria como psicóloga. Obediente, a arquiteta se inscreveu no vestibular para o curso. Antes da prova, entretanto, brincando com canetas coloridas e uma folha de papel, descobriu a tempo que seu futuro profissional estava no desenho.

Aprovada na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Bel Lobo formou-se arquiteta e descobriu que não poderia mesmo ter seguido qualquer outra profissão. Com projetos espalhados pelo Brasil e no mundo – Bel tem trabalhos nos EUA, China e até mesmo nos Emirados Árabes – em 2014 expandiu sua linha de atuação.
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Além do escritório de arquitetura que montou em parceria com o marido e também arquiteto Bob Neri, a Be.Bo, Bel criou em 2014 a marca M.o.o.c – Móveis, Objetos e outras coisas. “Imaginamos uma linha enxuta de peças curinga que dialogam entre si e podem ser facilmente transportadas pela casa, sempre usando as diversas tonalidades de madeira, nossa matéria prima favorita”, explicou Bel Lobo em entrevista para a Revista Casa Cláudia.

A M.o.o.c passou a criar e produzir de tudo. Como arquiteta, no entanto, Bel Lobo especializou-se nos projetos de lojas e virou um ícone da arquitetura de boutique. Brinca que quando trabalhou como vendedora em uma loja de shopping durante os tempos de faculdade, se saiu melhor como arquiteta.

Durante os intervalos sem clientes, mudava os objetos de lugar e mexia nas luminárias. Os donos perceberam sua aptidão e quando se formou, Bel foi convidada pela empresa para projetar duas de suas lojas em outros pontos de venda. Agora, com muita bagagem no currículo, consegue captar o espírito da loja e do seu cliente.

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Imagens: Divulgação / Facebook

Mundo de croché

Artista visual cobre obras de arte com chochê e muita cor

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Parece brincadeira de criança, mas é arte. A artista visual Agata Olek se expressa por meio do crochê e com ele vem colorindo o mundo. Ela é conhecida por cobrir com crochê obras de arte e grandes objetos que fazem parte do dia a dia das pessoas, como carros e casa.

Nascida na Polônia e graduada em Estudos Culturais, Olek aprendeu o ofício quando era criança e passou a desenvolver arte com os fios traçados há cerca de dez anos, quando redescobriu a costura estudando em Nova York.
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Seu trabalho consiste, basicamente, em transformar os objetos em crochês e, para isso, conta com o auxílio de crocheteiros, pessoas locais habilitados na arte do tricô. Em 2012, a artista veio ao Brasil e deixou seu trabalho em São Paulo. Ela transformou uma escultura gigante de crocodilo em uma enorme obra de arte de crochê.

Seu último trabalho, entretanto, tem sido um pouco mais ousado. Ela cobriu dois andares inteiros de casas com crochê cor de rosa nas cidades de Kevara, na Finlândia, e Avesta, na Suécia. Para o projeto, contou com a ajuda de mulheres refugiadas da Síria e da Ucrânia como crocheteiras.

“A casa rosa foi uma jornada e não apenas um trabalho artístico”, explicou a artista em seu site. “Uma pessoa doou a casa, outra instalou eletricidade e uma terceira doou o material, por isso é um trabalho de ajuda mutua. Pessoas de todos os estilos se juntaram para tornar esse projeto possível”, concluiu.

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Subversão artística – a beleza da dança

Fotógrafo registra bailarinos nus em pontos icônicos das principais cidades europeias e norte-americanas

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O fotógrafo norte-americano Jordan Matter é especialista em imagens de bailarinos. É aquele artista que se apresenta atrás das cortinas. Desde 2009, registra imagens de bailarinos no cotidiano, mas decidiu mudar de perspectiva na produção do livro Dancers After Dark (Dançarinos Após o Pôr do Sol) – que será lançado na noite desta terça-feira (18) nos Estados Unidos.

O Dancers After Dark foi um projeto criado pelo fotógrafo em parceria com diversos bailarinos para mostrar as cidades na madrugada, só que completamente nus. O fotografo viajou para Paris, Londres, Amsterdã, Montreal e diversas cidades nos EUA, como Nova York, Baltimore, São Francisco e Chicago. A ideia era colocar os bailarinos nos locais mais icônicos e históricos das cidades.

“Se eu conseguir colocar os bailarinos no centro dos locais mais icônicos, o resultado será espetacular”, explicou Jordan Matter. E foi. Embora o livro ainda não tenha sido lançado, grande parte do trabalho desenvolvido para o Dancers After Dark pode ser visto no site do projeto.

Notre Dame em Paris

Notre Dame em Paris

Além da beleza das fotos, o trabalho chamou a atenção por não ser, nas palavras do próprio fotógrafo “particularmente legalizado”. É que as fotos foram tiradas sem autorização do poder público – o que se exige para um trabalho de nudismo, ainda que artístico. Os bailarinos chegavam no local alvo, tiravam suas roupas, e tinham menos de um minuto para encontrar a posição para a foto até que Matter gritasse “dispensado” ao avistar um carro da polícia.

“Esse projeto é uma oportunidade de mostrar para as jovens bailarinas, principalmente as bailarinas negras como eu que foram desencorajadas ao longo da vida, que elas crescerão para ser lindas. Que elas podem se mostrar e que se tornarão grandes artistas”, disse Michaela Deprince, capa do livro.

Washington Square

Washington Square

Towson

Towson

Monreal

Monreal

Monreal

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Millenium Park em Chicago

Millenium Park em Chicago

Rio Hudson em Nova York

Rio Hudson em Nova York

Chicago

Chicago

Chicago

Chicago

Chicaco

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Central Park

Central Park

Amsterdã

Amsterdã

Nova York com o ator convidado Alan Cumming

Nova York com o ator convidado Alan Cumming

Museu do Louve

Museu do Louve

Poesia Urbana: que lugar te inspira?

A convite da Folha de S. Paulo, escritores traçaram o caminho da literatura na cidade de São Paulo e incentivaram a apropriação dos espaços públicos

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Na semana em que a academia sueca anunciou o músico Bob Dylan como vencedor do prêmio Nobel de Literatura, percebemos que literatura perdeu sua definição clássica e se adequou ao mundo contemporâneo, onde não basta o formato, o valor está no conteúdo. Foi para sair do formato que o Guia Folha propôs a alguns artesãos da língua um desafio: descrever a literatura na cidade.

O projeto Poesia Urbana incentivou escritores a marcarem a cidade de São Paulo com poesia e traçar um caminho literário pela capital paulista. “Onde vão os poetas quando não estão caçando tesouros entre sílabas? A que lugares recorrem para ler, escrever ou buscar inspiração?” perguntou o periódico aos poetas.

Os autores descreveram, com literatura, a cidade. “Literatura, pra mim, é menos a palavra escrita e mais a capacidade de leitura: juntar códigos, criar sentidos, nomear abstrações e imagens”, explicou a escritora Maria Giulia Pinheiro ao eleger a Casa das Rosas e o Ibirapuera como seus espaços de inspiração.

Sesc Pompéia, projetado por Lina Bo Bardi

Sesc Pompéia, projetado por Lina Bo Bardi

Para o escritor Jr. Pellé, o espaço Sesc Pompéia é o seu canto literário. “Um lugar lindo, tão Lina Bo Bardi, tão concretista quanto a alma de Sampa”. O espaço foi projetado pela arquiteta e conquista o coração daqueles que se encantam pelas criações designer.

Outros espaços citados pelos autores foi a Avenida Paulista, a praça Roosevelt e o Beco do Batman. A cidade é para ser tomada e a literatura é uma boa forma de preenchê-la. E você, como se conecta com a sua cidade?

“Minha tela são os muros da cidade”

A arte acessível de Eduardo Kobra já atravessou fronteiras e agora faz sucesso nos Estados Unidos e na Europa

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A arte, quando está na rua, é verdadeiramente democrática. É assim que pensam aqueles que têm no muro sua tela em branco e, de fato, quando na rua pode realmente ser vista – pelos que têm e também pelos que não tem acesso às caras galerias de arte. Da mal vista pichação até a recém celebrada street art, muitos nomes brasileiros ganharam o mundo, Kobra é um deles.

Eduardo Kobra nasceu em 1976, mas tornou-se conhecido em 2005. Seu trabalho data de mais de uma década antes. Foi em 1987 que iniciou suas rondas de rua pichando muros. Seu talento para o desenho fez com que o artista aliasse subversão à arte. Cerca de dois anos depois substituiu os rabiscos por grafites.

“Eu queria buscar uma identidade para o meu trabalho, algo que tivesse mais haver com a minha realidade. Eu sou um cara que gosto de livros antigos e fotografias históricas, então passei a fazer releituras deste tipo de imagem”, conta o artista em seu site.

Foi com essa identidade que Kobra lançou seu nome no mercado. Ele criou o projeto Muro das Memórias, em 2005, retratando imagens antigas da cidade de São Paulo. Cerca de 50 trabalhos com imagens da antiga capital foram espalhadas por toda a cidade “A ideia foi criar portais para uma cidade que não existe mais”, explicou.

Outro projeto seu de destaque foi com as pinturas anamórficas, conhecidas como pinturas 3D. Eduardo Kobra foi pioneiro em trazer esta forma de arte para o Brasil e criou desenhos em que seus elementos parecem possuir vida própria.
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Internacionalmente, seu trabalho ficou conhecido com os projetos de releituras de grandes imagens, como a fotografia do beijo da Time Square tirada no fim da Segunda Guerra Mundial, pintada em Nova York. Aliás, seu trabalho pode ser visto também na Europa, em países como a Inglaterra, França, Estados Unidos, Rússia, Grécia, Itália, Suécia, Polônia e, mais recentemente, Holanda – o artista inaugurou no último dia 2 um mural com a imagem de Anne Frank, a adolescente judia vítima do Holocausto.

O mural “Etnias”, pintado pelo artista para as Olimpíadas Rio 2016, foi reconhecido no dia 22 de agosto deste ano como o maior grafite do mundo pelo “Guiness world records”, o livro dos recordes. Detido pela polícia por três vezes, enquanto realizava seu trabalho, Kobra comemora o sucesso de suas obras. “O grande barato de pintar na rua é justamente você levar esse trabalho a milhões de pessoas, independente da classe social”.
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