Antropofagia da A Lot Of Brasil em Milão

A indústria Lot Of Brasil participa de mais uma edição do Salão do Móvel de Milão para mostrar ao mundo o design brasileiro

Coleção Estrela - Irmãos Campana

Coleção Estrela – Irmãos Campana

A Lot Of Brasil carrega desde 2013 a grande responsabilidade de representar o Brasil na maior mostra de design do mundo: o Salão do Móvel de Milão. Como o próprio nome já diz, A Lot Of Brasil é um Brasil muito plural, e a mensagem que a empresa procura passar com sua mostra em Milão é o orgulho daquilo que é “mede in Brazil”.

A indústria A Lot Of foi  primeira brasileira a ser selecionada para participar do Salão Internacional do Móvel de Milão e em 2017 a empresa leva mais uma vez o pedacinho do Brasil para o mundo em seu stand montado no importante Pavilhão 20 da feira.

O tema original do Brasil permeia todo stand da A Lof Of, com uma área de paredes cobertas pela biodiversidade da flora brasileira. Este ano, importantes peças retornaram a Milhão, como a Coleção Estrela dos Irmãos Campana e a peças Underconstruction e Esqueleto, do diretor da indústria e designer Pedro Franco.

Andrea Borgoni - Cariri Collection

Andrea Borgoni – Cariri Collection

Mas o destaque foi para a Cariri Collection, assinada por Andrea Borgogni, que é uma coleção feita por mestres de ofício e artesões.  “A China massificou muito a produção moveleira, e não só moveleira, e os produtos acabaram perdendo a alma. Quando a gente fala do local, a gente está falando em trazer de volta uma alma. Quando falamos em uma coleção, esta alma está no ponto de partida da criação das peças e este ponto está nas culturas locais”, explicou Pedro Franco em entrevista para a Casa Cor TV.

A coleção Cariri veio para trazer de volta a alma e apresentar peças que conseguiram capturar a o espirito brasileiro, ainda que criada por um italiano. A ideia da A Lot Of Brasil é a de apresentar criações que possibilitam o reencontro do Brasil em outros lugares do mundo. A Cariri Collection é formada por peça de madeira escultórica. Na verdade, a madeira utilizada na coleção é a mesma usada por artesãos para esculpir santos.

A Coleção Estrela, dos Campana, sai com um novo lançamento: a poltrona estrela em balanço e coberta com imãs redondos. Outros clássicos da A Lot Of Brasil também estão de volta em 2017. Para Pedro Franco, diretor da marca, a indústria trabalha com o velho conceito da antropofagia: traz conceitos internacionais para o Brasil, recria com a alma da cultura nacional para, em seguida, devolver ao mundo. A Lot Of Brasil completa mais um ano fazendo o belo trabalho de apresentar ao mundo o respeitadíssimo design nacional.

Sofá Underconstruction - Pedro Franco

Sofá Underconstruction – Pedro Franco

Poltrona Estrela (com ímã)

Poltrona Estrela (com ímã)

Imagens: Divulgação/A Lot Of Brasil

 

Brasil entre os dez melhores em design e arquitetura

Brasil se classifica entre os dez países mais premiados em design e arquitetura

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Para nós não é uma surpresa descobrir que o Brasil está entre os dez melhores do mundo em design e arquitetura, mas foi esta informação divulgada pelo World Design Rankings. O ranking classifica todos os países com base no número de designers premiados com o A ‘Design Award.

Os rankings são criados a partir do número de premiações que os designers de cada nacionalidade receberam entre os anos de 2010 e 2016, sendo atualizado a cada início de ano com dados do ano anterior. Em 2017, o Brasil alcançou a 9ª posição, ficando a frente de países como a Alemanha e a França.

Segundo a lista, o Brasil ocupa a terceira posição na categoria “Móveis, artigos decorativos e Homeware”, perdendo apenas para o EUA e, claro, a Itália. A medalha de bronze nesta categoria demonstra que grande parte dos nossos prêmios é conferida aos designers do ramo moveleiro – 28 prêmios, sendo duas platinas e quatro ouros.

Na categoria “Arquitetura, Construção e Estrutura” o Brasil alcançou a 6º posição, ficando atrás apenas de países que investem em grandes arranha-céus como China, Hong-Kong, Japão e outros. Entre os brasileiros, o mais premiado foi o Mula Preta Design, mas outros importantes nomes do design nacional aparecem na lista, como Ronald Scliar Sasson, Dado Castello Branco e outros.

A A’ Design Award & Competition é uma premiação que prestigia anualmente as melhores produções de design de todo o mundo todo. No total, o Brasil já recebeu 101 prêmios divididos entre 25 brasileiros.
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Zanini de Zanine / Design é Meu Mundo

Zanini de Zanine lança a poltrona Zina, que mistura aço carbono, linho e madeira maciça

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O design é tão arrojado quanto o designer. Com pouco mais de 35 anos de idade, Zanini de Zanine mergulhou o modernismo herdado do pai – Zanine de Caldas – no contemporâneo criativo de seus desenhos irreverentes. Quando criança, usava a oficina de Zanine de Caldas como seu parquinho de diversões, depois de adulto transformou a brincadeira em profissão e foi muito premiado por ela.

Além do pai, Zanine já trabalhou com figuras ilustres como Sérgio Rodrigues quando ainda estava na faculdade. Formado em Desenho Industrial pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Zanini chamou a atenção do mercado brasileiro e mundial. Seu talento atravessou o oceano e foi parar nas grandes marcas europeias como as italianas Slamp e Cappellini e a francesa Tolix. O designer, e surfista nas horas vagas, coleciona também publicações sobre seu trabalho espalhada por revistas italianas, russas, francesas e inglesas.

Um exemplo claro da irreverência do designer é a novíssima Poltrona Zina, lançada no final do ano passado. Zina nasceu da combinação de três materiais que pouco se misturam: aço carbono, linho e madeira maciça. O resultado é a perfeita harmonia entre os traços modernos com o design contemporâneo. A peça, produzida em tons claros e escuros, está sendo comercializada desde novembro de 2016. Em Goiânia, você a encontra no Armazém da Decoração.

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A força da Etel

A Casa Cor chegou ao fim, mas alguns importantes nomes do design brasileiro se destacaram e é importante lembrar-se deles

 

Ambiente na Casa Cor São Paulo

Ambiente na Casa Cor São Paulo

No último dia 22 de junho a Casa Cor Goiás começou a se desfazer. O prédio que antes abrigou o centro de distribuição de medicamentos e o anexo de apoio à Santa Casa retoma seu curso para assumir sua próxima função na vida pública: vai abrigar a Goiás Turismo.

Os 51 profissionais que projetaram a mostra esse anos começaram a desfazer os 36 ambientes que compuseram a Casa Cor e a força de cada um dos mobiliários escolhido para Celebrar – tema da exposição em 2016 – mostrou que mais uma vez o Brasil está em voga.

É que no ano passado o tema era Brasilidade. Móveis brasileiros ganharam um espaço especial em cada um dos ambientes para lembrar a força e a beleza das produções genuinamente brasileiras. Este ano uma empresa que mostrou sua importância no design nacional dentro da Casa – não só na mostra de Goiás como também em São Paulo – foi a ETEL.

A Etel Interiores é uma das maiores expressões em móveis de luxo do Brasil. Criada pela autodidata Etel Carmona, a marca reedita peças de designers como Claudia Moreira Sales, Isay Weinfeld, Lia Siqueira, Arthur Casas, Dado Castello Branco, Carlos Motta, Sérgio Rodrigues, Oscar Niemeyer e outros nomes de peso do design mobiliário.

A marca passou a fazer parte do design brasileiro ao resgatar a história do país em suas peças e como mostrar o que o Brasil faz de melhor é o objetivo de muitos arquitetos, o nome Etel não falta em mostras e exposições. O trabalho artesanal da Etel resgata as técnicas milenares de marcenaria na produção de móveis na Fábrica Mágica Etel na cidade de Valinhos, interior de São Paulo.

Em Goiás peças da Etel estiveram presentes em vários ambientes da mostra, como no de Ana Paula de Castro e Sanderson Porto, Aline Torres e Thiago Cardoso, Heitor Arrais e Ogawa, Karla Cristine Oliveira e Cláudia Zupani. Em São Paulo, peças da Etel também abrilhantaram alguns ambientes.
13407096_1099914783383694_6506366553716584109_n 24. Cozinha (2) - Crédito Jomar Bragança 10. Biblioteca (1) - Crédito Jomar Bragança

Sérgio Rodrigues Milão 2016: Save the Date

LinBrasil, com apoio do AZ, realiza mostra durante o Salão do Móvel de Milão com peças do mestre do design brasileiro

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Quando um artista é bom, seu nome viaja pelo mundo. Com Sérgio Rodrigues não poderia ser diferente. Chamamos de artista, pois o trabalho mobiliário feito pelo mestre do design brasileiro – belo e ergonômico – é praticamente uma obra de arte. Este ano a LinBrasil leva seu trabalho a Milão.

A empresa brasileira autorizada a reeditar as obras de Sérgio Rodrigues, com o apoio do Armazém da Decoração, realiza uma mostra com obras do designer na Galeria II Milione.

A exposição acontece na mesma data que Milão recebe mais uma edição da mais importante Feira de design de móveis do mundo, o Salão do Móvel de Milão. Então, para quem for conferir a mostra, não perca Sérgio Rodrigues entre os dias 12 à 17 de abril de 2016.

Linha Atibaia / Paulo Alves

A colaboração de Paulo Alves com a Butzke foi a responsável por colocar no mercado a linha Atibaia em versão produzida com Cumaru certificado

A madeira é matéria prima protagonista quando o assunto é design nacional e Paulo Alves entende bem desse assunto. Além dele, a Butzke se especializou na produção de móveis com madeira certificada e unir esses dois em uma mesma linha de produtos é sucesso garantido.

A colaboração de Paulo Alves, da Marcenaria São Paulo, com a Butzke foi responsável pela edição um de seus mais icônicos desenhos, a família de móveis Atibaia composta de cadeira, banqueta, banco e mesa, em uma nova madeira.

“A experiência de produzir a cadeira Atibaia com a Butzke foi o desafio de levar a leveza do design da peça para uma madeira bruta e pesada como a Cumaru”, explicou o designer. Guido Otte, da Butzke, concordou: “O projeto da linha Atibaia mostrou a capacidade de uma madeira que tem a característica de ser pesada poder fornecer um produto que visualmente te dá a noção de ser leve”.

Mais uma vez a inspiração de Paulo Alves veio da natureza. “Esse jeito de fazer um móvel com desenho inspirado no próprio desenho da natureza é uma forma de falar de sustentabilidade”, contou.

Antes de ser reeditada pela Butzke, a linha Atibaia era feita em Ipê. As novas versões, pensadas para áreas externas, foram feitas de cumaru certificado. A cara do Brasil, na definição de Maria Abadia Haich.

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Fora da caixa

Neobox entrou para o mercado moveleiro em 2011 e já consolidou seu nome no meio do mobiliário de luxo

Originado da expressão americana think outside the box, o termo pensar fora da caixa remonta a ideia de um pensamento livre de amarras. No design, encontrar este ponto fora do comum é um dos caminhos para o sucesso. A dupla de designers mineiros Danilo Lopes e Paula Gontijo encontrou a receita para o triunfo com a criação da marca Neobox ou, no bom português, nova caixa.

Com esse nome, não é nem preciso dizer que a Neobox encontrou o caminho livre de amarras para desenvolver um mobiliário inovador, sempre focado no conforto e na ergonomia. Danilo Lopes e Paula Gontijo, pais da Neobox, são também cunhados. Paula é arquiteta. Danilo sempre trabalhou com o design, flertando com os diversos seguimentos do rico campo da criação já tendo trabalhado inclusive com marcas como a Arezzo e a Ellus.

Criada em 2011 em um atelier localizado em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, a Neobox já faz parte de um seleto grupo de empresas responsáveis pela criação e fabricação de móveis assinados no segmento de luxo.

Com peças minimalistas, as linhas simples e elegantes da Neobox são uma homenagem dos designers para o trabalho de Oscar Niemeyer – inspiração da dupla. Além da preocupação com cada passo de criação do produto, a Neobox produz peças fabricados com materiais de alta tecnologia e respeito ao meio ambiente, confira:

 

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Design é meu mundo: Desafio Mocho

Banco Mocho/ Sérgio Rodrigues

Banco Mocho de Matt Peuler

Banco Mocho de Matt Peuler

Com o frescor de seus 60 anos, o Banco Mocho é mais um exemplo do trabalho de Sérgio Rodrigues que ultrapassa gerações. A peça é simples e elegante, como tudo criado pelo mestre do design brasileiro.

Mocho é uma interpretação do banco popular usado na ordenha de vacas e cabe em todos os cantos de uma casa. Para homenagear esta belíssima peça, o Armazém da Decoração lançou em seu instagram @azdecor o Desafio Mocho para mostrar as várias possibilidades que o banco de Sérgio Rodrigues é capaz de proporcionar. Confiram:

Banco Mocho de Rafael Chaves

Banco Mocho por Rafael Chaves

 

Banco Mocho de Rafael Chaves

Banco Mocho por Rafael Chaves

Banco Mocho de Naldo Mundim e Franco Loutero

Banco Mocho por Naldo Mundim e Franco Loutero

Banco Mocho de Karen Feldman

Banco Mocho por Karen Feldman

Banco Mocho de Fabio Cherman

Banco Mocho por Fabio Cherman

Banco Mocho por Andréia Rocha Lima

Banco Mocho por Andréia Rocha Lima

Design é meu mundo / Poltrona Daav

Poltrona Daav, criada por Sérgio Rodrigues em 1983, é uma de suas peças icônicas

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A segunda-feira começa com nosso mestre do design. Sérgio Rodrigues possui uma coleção tão rica de peças de mobiliário que seus traços modernistas continuam inspirando a nova geração do design contemporâneo brasileiro.

Outra característica de suas obras é a atemporalidade. Seus objetos possuem uma expressão tão forte que passam pelo tempo e continuam atuais. Em entrevista para o Blog AZ, seu primo e discípulo Fernando Mendes explicou que as peças de Sérgio se tornaram um clássico do design nacional. “Claro que o clássico não nasce com essa característica, ele se torna clássico de acordo com o tempo e sua aceitação, como aconteceu com as peças de Sérgio”, afirmou Fernando.

Assim como a maioria de seus trabalhos, pensados no aconchego e possuidores de uma beleza limpa, a Poltrona Daav foi feita em linhas retas que construíram mais um objeto de elegância para todas as eras. Desenhada em 1983, a peça foi produzida com os materiais mais íntimos de Sérgio Rodrigues: madeira e couro.

Por Bárbara Alves

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

Design é meu mundo: Cadeira Flexa

Cadeira Flexa de Carlos Motta

Cadeira Flexa no projeto de André Brandão e Márcia Varizo (Foto: Marcus Camargo)

Cadeira Flexa no projeto de André Brandão e Márcia Varizo (Foto: Marcus Camargo)

A história de Carlos Motta com o design é bastante intuitiva. O arquiteto costuma associar seu trabalho, sua criação, sua inspiração e todo o seu lado profissional com a vida pessoal, já que acredita que não existe um Carlos Motta designer e arquiteto e outro Carlos Motta surfista ou empresário. Todos são só um e é esse um que desenha as linhas de sua filosofia mobiliária.

Foi esse estado de espírito, aliado a uma filosofia própria, que possibilitou ao arquiteto criar uma vasta lista de sucessos do design mobiliário. Ele descobriu na marcenaria uma possibilidade de tridimencionalizar seu trabalho e viu na madeira uma forma de nacionalizar o design brasileiro que ainda tentava descobrir sua identidade própria.

“O mercado descobriu a identidade e o design brasileiro. Nós temos as madeiras mais bonitas, então no lugar de deixar os estrangeiros levarem nossa matéria prima, passamos levar para fora nossos produtos manufaturados”, comentou Carlos. “Hoje o mundo descobriu que nós temos designers”, concluiu.

Carlos Motta é um desses nomes que ajudou o Brasil a descobrir sua própria linguagem. Dono de peças cheias de identidade, Carlos Motta assina a cadeira de destaque do nosso design é meu mundo de hoje: cadeira Flexa. Criada em 1979, a cadeira foi produzida de tamanhos e formas variadas, por isso recebeu sobrenomes diferentes: Flexa H45, Flexa Média e Flexa Longa.

Seus quadros de assento e encosto podem ser revestidos por diferentes materiais. Esses quadros são estruturados por um arco de laminado de madeira moldada que, por ser a peça mais cara, se repete de maneira idêntica em toda a linha. Tanto os quadros quanto o arco são travados pelo pé traseiro que no desenho técnico leva o nome de Flexa.