Design é Meu Mundo / Poltrona Chifruda

Peça rara: Poltrona Chifruda de Sérgio Rodrigues

Aspas foi o nome que Sérgio Rodrigues deu para a poltrona que criou em 1962 em protótipo único. Mais tarde ela foi rebatizada de chifruda em virtude de seu formato, que lembra os chifres grandes daqueles bois de raça.

A Chifruda tem um desenho bem original com um ar meio jocoso que a distância muito das demais peças feitas pelo mestre do design nacional. Sua irreverência foi proposital: a peça foi criada exclusivamente para integrar uma exposição feita por Sérgio Oca intitulada “O móvel como obra de arte”.

Após ser exposta a peça foi esquecida. Seu protótipo único se perdeu por décadas até reaparecer no radar do designer, que recebeu o convite para restaurá-la após a peça ter sido comprada por um colecionador norte-americano em um leilão. O valor: nada menos que 30 mil dólares.

Sérgio Rodrigues decidiu, então, reeditar a peça. Fernando Mendes de Almeida e Roberto Hirth reeditaram a poltrona e fizeram seu lançamento mundial em 2009 na loja Espasso, localizada em Nova York e especializada em mobiliário brasileiro. A coleção reeditada veio com exemplares limitados e peças numeradas, por isso a Chifruda é a menina dos olhos de qualquer colecionador de móveis.

Conheça a poltrona Paraty, de Sergio Rodrigues

A poltrona Paraty é uma homenagem à cidade histórica de mesmo nome, do Rio de Janeiro

O design robusto do mestre  brasileiro ganhou o mundo. As poltronas de Sérgio Rodrigues, icônicas peças do mobiliário modernista nacional, se destacaram não apelas pelo desenho e forma, mas também pelo conforto. Assim, um desses ícones do conforto é a dupla de poltrona e banqueta Paraty. Sérgio dizia que tinha o melhor jurado para avaliar a ergonomia de suas peças: seu gato. Caso o gato não gostasse de seus protótipos, eles eram melhorados.

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Mole 57: edição comemorativa da poltrona icônica de Sérgio Rodrigues

Batizada de Mole 57, a edição 2017 da icônica Mole de Sérgio Rodrigues comemora os 60 anos da poltrona

A história da Mole já é conhecida de nosso Blog AZ. Em 1957 Sérgio Rodrigues recebeu uma encomenda: fabricar uma poltrona “preguiçosa”. O fotógrafo Otto Stupakoff queria de Sergio Rodrigues um sofá que pudesse se sentir rei, isto é, confortável, porém imponente. O designer, que tinha acabado de criar sua empresa, a Oca, desenhou a estrutura de madeira torneada e a batizou de Mole.

A poltrona ficou esquecida nas vitrines da Oca até 1961, quando recebeu o grande prêmio no 4º Concurso Internacional do Móvel – e a projeção internacional – na cidade italiana de Cantù. A partir de então Sérgio passou a colocar o design nacional em destaque no mundo, tendo a Mole como atração principal.

A partir da década de 1990 a Mole voltou a ser reeditada, mas este ano a reedição vem com um diferencial: edição limitada, especial e original do móvel. É que a Mole 57, fabricada com madeira maciça de Imbuia, representa a edição especial comemorativa dos 60 anos da poltrona.

A Mole 57, com edição limitada a 60 exemplares, segue o desenho original feito por Sergio Rodrigues em 1957 e tem características singulares que a diferenciam da poltrona reeditada pelo designer no final dos anos 1990 e ainda comercializada no Brasil e no exterior. Outro diferencial é que a poltrona vem com um selo comemorativo gravado a laser em baixo relevo com aplicação de folha de ouro e numeração de 1 a 60.

Espedito Seleiro customiza poltrona Diz

Atendendo pedido de cliente, Espedito Seleiro customizou uma poltrona Diz de Sérgio Rodrigues

Espedito Seleiro não é novato no mundo do design mobiliário, mas encantou com seu trabalho sobre a madeira assinada por Sérgio Rodrigues. É que em abril deste ano, um corajoso cliente pediu ao artesão que costumasse sua Poltrona Diz e o artista atendeu a contento o pedido.

Dizemos “corajoso” porque não é todo dia que vemos pessoas em busca de intervenções em uma Sérgio Rodrigues, mas perdoamos a ousadia, afinal, a interferência foi feita de um mestre em outro.

Espedito Seleiro já aplicava sua criatividade em couro em algumas peças de mobiliário, mas foi de uma parceria com os irmãos Campana que entrou em definitivo para o campo do design assinado. Seu trabalho pode ser visto em filmes, novelas e passarelas. Ela cria também sandálias, peças de roupas e veste atores para peças artísticas.

Com os irmãos Campana, criou a coleção Cangaço, lançada na Art Basel Beach de Miami em 2015. “Eu gosto de fazer diferente; fazer igual é muito fácil”, explica o mestre. E diferente ele faz – basta uma olhada para esta encantadora Diz. Nascido em Nova Olinda (Ceará), Espedito é filho, neto e bisneto de seleiros e se tornou referência na criatividade do uso do couro.

Imagens: instagram/Espedito Seleiro

Mole e Moleca

Poltronas icônicas do mestre do design Sérgio Rodrigues

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Diante dos olhos mais distraídos elas podem parecer a mesma, mas não são. São sim da mesma família e dividem o mesmo pai, mas as irmãs Poltrona Mole e Poltrona Moleca têm lá suas diferenças.

A poltrona Mole foi a primeira a nascer. Veio ao mundo em 1961 pelas mãos do mestre do design Sérgio Rodrigues e, segundo ele, ficou muito tempo na vitrine sem que ninguém se interessasse por ela. A Mole ganhou mesmo fama quatro anos depois, quando saiu vencedora do 4º Concurso Internacional de Design de Móveis de Cantu, na Itália.
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Foi apelidada de Sheriff, quando recebeu algumas modificações para o concurso, e atualmente faz parte do grupo de móveis ícones do design nacional. Mas alguns anos depois, em 1963, a Mole ganhou uma irmã: a poltrona Moleca.

Quase gêmeas, já que seus botões torneados e almofadões confortáveis são os mesmos. A grande diferença é que a Moleca ganhou uma estrutura desmontável.

As poltronas originais da década de 1950 são peças raras e caras. Seu valor pode chegar a 50 mil reais. Desde 2005, entretanto, as peças são reeditadas pela LinBrasil e vendidas nos Estados Unidos, na França, no Canadá, na Estônia, na Índia, na Itália, Singapura e Uruguai. Em Goiânia, a poltrona está no Armazém da Decoração.

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Conheça a Poltrona Beto, uma das peças icônicas de Sergio Rodrigues

Poltrona Leve Beto, de Sérgio Rodrigues, foi mais um de seus móveis criados para fazer parte de Brasília

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Se Lúcio Costa desenhou a silhueta de Brasília e Oscar Niemeyer desenhou os monumentos, podemos dizer que Sérgio Rodrigues a mobiliou. Afinal, o mestre do design fez muitos móveis para habitarem os edifícios que abrigam a sede política do país. A Poltrona Beto, por exemplo, foi uma dessas peças.

Sergio Rodrigues em Brasília

Em 1958, Sergio Rodrigues recebeu um convite para elaborar as peças dos edifícios governamentais da nova capital, que estavam em construção. De acordo com Sergio, os edifícios eram adornados com peças de arquitetos estrangeiros, mas ele sabia que tinha como adicionar brasilidade ali.

“Eu achava que já que havia sido criada uma arquitetura monumental com pinta de Brasil, com alguma coisa de Brasil, a parte de complementos desses ambientes devia ser brasileira também. Devia ter alguma coisa de Brasil. Devia ter alguma coisa que refletisse a nossa cultura, os nossos materiais usuais”, disse Sergio Rodrigues.

A Poltrona Beto

Assim, durante esse período de criação para Brasília, nasceu a poltrona Beto, que era chamada, no incío, de PO-3. A peça tem estrutura de aço cromado e braço de madeira de lei, com o assento e encosto de espuma.

A poltrona Beto possui linhas esbeltas e geométricas. Comuns em muitas das peças de Rodrigues, os braços de madeira da Beto possuem um formato excepcionalmente belo. Ou seja, a poltrona se diferencia não somente pela funcionalidade, mas também pela elegância.

Essa foi a primeira que Sergio Rodrigues usou o metal associado à madeira, algo que repetiu em muitas de suas criações. Inicialmente, Sergio usava muito Jacarandá, mas essa madeira começou a ficar escassa e ele afirmou ter se arrependido de usá-la tanto. Certa vez, declarou: “O espírito da floresta permanece quando a madeira é tratada com amor.”

Quem foi Sergio Rodrigues

O carioca Sergio Rodrigues nasceu em 1927 e liderou o design de vanguarda brasileiro nas décadas de 1950 e 1960 e produziu obras que nunca mais serão esquecidas. Infelizmente, Sergio Morreu em 2014, aos 94 anos de idade. Hoje, a marca Sergio Rodrigues é comandada pelo primo do mestre, o também arquiteto Fernando Mendes. Clique aqui para ler mais sobre Sergio.

O Armazém AZ foi a primeira loja do Centro-Oeste a investir em uma aproximação com Sergio Rodrigues (saiba mais aqui). Atualmente, somos representantes da marca na região. Gostou da Poltrona Beto? Fale com um de nossos consultores e solicite um orçamento.

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Stella 60 anos

Sérgio Rodrigues, há 60 anos, deu vida a uma de suas mais icônicas poltronas

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Se não nos tivesse deixado em 2014, o mestre do design Sérgio Rodrigues teria completado em 2016 seus 89 anos, este ano uma de suas principais criações completa 60. Quase uma vida toda dedicada ao mobiliário e à arquitetura foi um dos maiores presentes que Rodrigues deixou de herança para o design.

A poltrona Stella é um clássico moderno. Sim, algo bem atemporal que pode durar outros muitos 60 anos. Criada em 1956 e reeditada em 2001, como a maioria das peças de Sergio, a poltrona esculpe belos assentos em couro e tecido suportados por uma estrutura em madeira Jacarandá.

Como em tudo o que faz, Sergio Rodrigues soube imprimir elegância em uma peça cheia de diversidade. No estofado branco capitonê, Stella se porta como uma comportada peça clássica, mas quando se veste de preto e couro, stella está pronta para decorar uma moderna sala de jantar. Parabéns para mais este clássico do design.

Imagem: Espasso

Design é Meu Mundo / Poltrona Beg

Poltrona Beg de Sérgio Rodrigues

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Precursor do design moderno brasileiro, Sérgio Rodrigues é um daqueles profissionais que não se fala no seu ofício sem citar seu nome. O Blog AZ não se cansa dele. É que durante sua carreira – tristemente encerrada em 2014 quando faleceu vítima de um câncer – Sérgio produziu muita peça mobiliária e cada uma delas faz parte da história do design nacional.

O destaque de hoje é para a Poltrona Beg. A poltrona Beg foi criada por Sergio Rodrigues originalmente para a mesa de reuniões do Banco do Estado da Guanabara, em 1967. Com estrutura em madeira de lei maciça torneada, a poltrona ganhou assento estofado em espuma de poliuretano revestido em couro – preto e marrom.

Desenhada para ter encosto e braços em peça única em compensado curvado, a cadeira respeita a tradição dos móveis de Sérgio, o conforto. Sérgio Rodrigues brincava possuir uma forma infalível de testar suas peças: ao criar um protótipo, deixava que seus gatos se deitassem nele. Era com base na aceitação do bichano que Sérgio confirmava ser a poltrona realmente ergométrica, pois dizia que os gatos são exigentes e apenas dormem em móveis confortáveis.

Passada no crivo do conforto, a Poltrona Beg não ficou apenas no Banco da Guanabara, acabou sendo vendida pelo atelier de Sérgio até ser deixada de lado. Em 2005 a poltrona foi reeditada pela LinBrasil e relançada no mercado.

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Cadeira Menna / Sérgio Rodrigues

Design é meu mundo fala mais sobre a cadeira Menna e a reedição do trabalho de Sérgio Rodrigues pelo Atelier Fernando Mendes

 

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As criações de Sérgio Rodrigues são pequenas obras de arte e, como tal, devem ser esculpidas com cuidado. É assim que Fernando Mendes trabalha com as reedições dos clássicos do designer e primo Sérgio Rodrigues.

Fernando é amante da marcenaria tradicional com trabalho artesanal. “A marcenaria dá a oportunidade de a pessoa desenvolver trabalhos incríveis que exigem inteligência e muito estudo elaborado”. É com esse carinho que dirige o Atelier Fernando Mendes e que vê as peças de Rodrigues serem produzidas.

Para Fernando, design atemporal é aquele que cria objetos com uma expressão tão forte que passa pelo tempo. É assim que vê as peças de Sérgio Rodrigues, como a Menna. A Menna é uma cadeira feita de peroba do campo ou freijó natural e tonalizada com assento e encosto de palhinha natural.

A peça foi desenhada por Sergio Rodrigues em 1978 como parte da família de móveis batizada de “Bule”, que se caracteriza pela curvatura anatômica no encosto. A cadeira continua sendo produzida pelo Atelier de Fernando, que trabalhou com Sérgio até a sua morte, em 2014. “Depois de mais de 20 anos de convivência com Sérgio, percebi que sua maior influência na minha vida foi a paixão e emoção que ele tinha com o ofício”, contou o designer.

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Fernando Mendes reedita poltrona de Sérgio Rogrigues

O primo e discípulo de Sérgio Rodrigues trouxe de volta à vida a Poltrona Vivi, criada em 1962 pela Oca

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Foi no ano de 2014 que o mestre do design Sérgio Rodrigues nos deixou, mas ele deixou também pequenos troféus do design mobiliário que estão sendo redescobertos e reeditados aos poucos por nomes como o de seu primo, amigo e discípulo Fernando Mendes.

Mendes e Rodrigues trabalharam juntos por mais de 30 anos, o que o qualifica melhor do que ninguém para executar os protótipos jamais tridimencionalizados por seu primo e amigo. “Sergio projetava à mão livre e fez inúmeros esboços, alguns nunca vistos”, explicou o designer.

Uma dessas descobertas esquecidas no passado foi a poltrona Vivi. Vivi já tinha saído do papel editada pela Oca, empresa de Rodrigues em 1962, mas acabou se perdendo no tempo. A peça somente foi reeditada graças a uma fotografia, tirada no ano de sua criação para o catálogo da Oca, e encontrada em meios aos arquivos do Instituto Sérgio Rodrigues.

A poltrona, lançada em 2016, foi uma homenagem de Sérgio para a empresária Vivi Nabuco. Segundo Fernando Mendes, a peça possui estrutura redonda, uma das muitas brincadeiras que Sergio Rodrigues gostava de fazer com os desenhos de seus móveis. “É uma peça descontraída e, sobretudo, superconfortável, que evidencia a maestria de Sergio com as formas”.

Além dessa peça, o Instituto, que organiza os documentos, plantas, croquis, fotografias e correspondências de Sérgio Rodrigues, contou que já catalogou mais de 25 mil itens e digitalizou cerca de 15 mil, todos do mestre do design. Muito provavelmente, novas peças serão descobertas e redescobertas com o tempo.

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