Design Olímpico

A abertura dos Jogos Olímpicos 2016 destacou o que o Brasil tem de melhor, inclusive no design, arquitetura e paisagismo

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A noite da última sexta-feira (5) foi uma celebração do Brasil para o mundo. Pelo menos foi esse o resultado que a equipe comandada pelo cineasta Fernando Meirelles (diretor de Ensaios sobre a Cegueira e Cidade de Deus) conseguiu com a belíssima cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

A capital carioca recebe 16 dias de jogos com mais de 11 mil atletas de mais de 200 países e a abertura foi o momento de mostrar ao mundo o que o Brasil tem de melhor. Além da música, muito bem representada por nomes como Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Elza Soares, a arte, o design e a arquitetura marcaram presença.

Um grito pelo Meio Ambiente

Um grito pelo Meio Ambiente

Bem no início da cerimônia fomos presenteados com uma versão do hino nacional cantada por Paulinho da Viola e músicos bem confortáveis sobre as poltronas Lúcio, do nosso eterno mestre do design moveleiro Sérgio Rodrigues. A homenagem acertou dois alvos com uma só peça de design. A cadeira Lúcio foi uma homenagem de Sérgio Rodrigues ao amigo Lúcio Costa, responsável por desenhar o plano piloto que deu vida à capital federal.

Mas esses nomes não foram os únicos do design a aparecer em referências festivas durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. A arte geométrica brasileira foi igualmente homenageada com a representação do trabalho de Athos Bulcão, que muito fez por Brasília. Nos primeiros segundos da abertura, antes mesmo do presidente do Comité Olímpico Internacional ser anunciado, bailarinos dançaram no palco com tecidos nas formas geométricas usadas por Bulcão em seus trabalhos artísticos.

Formas geométricas de Athos Bulcão

Formas geométricas de Athos Bulcão

Outro momento de grande inspiração foi o voo de Santos Dumont no 14 Bis. O avião voou pelo Maracanã ao ritmo da bossa nova. Sobre as curvas da Cidade Maravilhosa, mostrou o Rio que tanto inspirou Tom Jobim, Vinícius de Moraes e as obras de Oscar Niemeyer e do paisagista Roberto Burle Marx – Burle Marx inspirou os organizadores também no formado do palco que representa um de seus famosos jardins carioca.

Ao final ficou, além da alegria, uma bela mensagem de respeito e de paz. Fernando Meirelles, ativista ambiental, aproveitou que a festa com cerca de 3 bilhões de espectadores atentos de todo o mundo,  para chamar a atenção para a necessidade de preservação ambiental. Uma floresta foi plantada com uma sementinha de árvore trazida por cada um dos atletas que entraram na arena. Daqui uns anos, além da lembrança, o Rio herdará desse momento uma floresta de árvores das nações.

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Fotos: Agência Brasil/ Divulgação

Sérgio Rodrigues Milão 2016: Save the Date

LinBrasil, com apoio do AZ, realiza mostra durante o Salão do Móvel de Milão com peças do mestre do design brasileiro

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Quando um artista é bom, seu nome viaja pelo mundo. Com Sérgio Rodrigues não poderia ser diferente. Chamamos de artista, pois o trabalho mobiliário feito pelo mestre do design brasileiro – belo e ergonômico – é praticamente uma obra de arte. Este ano a LinBrasil leva seu trabalho a Milão.

A empresa brasileira autorizada a reeditar as obras de Sérgio Rodrigues, com o apoio do Armazém da Decoração, realiza uma mostra com obras do designer na Galeria II Milione.

A exposição acontece na mesma data que Milão recebe mais uma edição da mais importante Feira de design de móveis do mundo, o Salão do Móvel de Milão. Então, para quem for conferir a mostra, não perca Sérgio Rodrigues entre os dias 12 à 17 de abril de 2016.

Tudo sobre a poltrona Mole, de Sergio Rodrigues

Entra década, sai década, e a cadeira de maior sucesso do mestre do design permanece atemporal

“Esparramada” é uma palavra que define bem a poltrona mais famosa de Sergio Rodrigues. Cá entre nós, quem já se sentou na poltrona criada em 1957, sabe que a sensação é de estar sendo abraçado. Além disso, a Mole também pode facilmente ser apelidada de robusta, não apenas por sua estrutura de madeira torneada, mas por sua presença imponente.

O projeto da Mole substituiu os traços delicados europeus, que estavam em voga na época, pela estética da robustez, unindo modernidade e brasilidade. Isso porque Sergio Rodrigues utilizou materiais brasileiros na poltrona, como a madeira de jacarandá maciça.

A poltrona Mole se diferencia pelo design despojado, mas perfeitamente executado. A estrutura de madeira maciça é coberta por uma cesta de tiras de couro, que sustenta grandes almofadas de couro. As almofadas macias permitem que o assento se molde ao corpo de usuário, levando o conforto ao nível máximo. Assim, o encaixe lembra a aderência perfeita entre o corpo e uma rede, por exemplo.

A história da criação da Poltrona Mole

A concepção da Poltrona Mole se iniciou em 1956, quando Sergio Rodrigues estava criando um sofá de dois lugares para o fotógrafo Otto Stupakoff (1935), que havia pedido um “sofá preguiçoso”. Os primeiros protótipos da poltrona foram apresentados, então, em 1958, durante a exposição O Móvel Como Objeto de Arte, que ocorreu na Oca, loja de Sergio Rodrigues.

Ilustração de Sergio Rodrigues

Mas a poltrona mais famosa do Brasil não foi querida desde sempre. Criada em 1957, a peça não foi bem recebida na época. Segundo Sergio, a Mole amargou uma falta de interesse do público por anos. “Se os desenhos que eu fazia eram considerados ‘futuristas’, aquilo, então, não teria qualificação. Um pastelão de couro sobre aqueles paus era demais. Os curiosos de vitrine diziam: para uma cama de cachorro está muito cara”, contou o designer.

“Meus sócios, em vez de me bater, quiseram guardar a poltrona no fundo da loja, mas decidi enfrentar porque acreditava muito na poltrona. E ela começou a ser aceita por pessoal de certo nível cultural.” Até despertar a atenção de várias personalidades, entre elas o então governador Carlos Lacerda, que praticamente exigiu que Sergio mandasse a poltrona para um concurso na Itália.

Reconhecimento internacional

No ano de 1961, na cidade italiana de Cantù, a poltrona Mole recebeu o prêmio responsável por torná-la famosa em todo o mundo: o 4º Concurso Internacional do Móvel. Acima de tudo, o reconhecimento do júri deveu-se ao fato de a peça não era influenciada por modismos e representava a região de origem.

A partir de então, Sérgio passou a colocar o design nacional em destaque no mundo, tendo a Mole como atração principal. Hoje, a peça faz parte do acervo do Museum of Modern Art de Nova York (MoMa).

Quem foi Sergio Rodrigues

Nascido em 1927, o carioca Sergio Rodrigues liderou o design de vanguarda brasileiro nas décadas de 1950 e 1960 e produziu obras que nunca mais serão esquecidas. Ele se formou em 1952, na Faculdade Nacional de Arquitetura do Brasil, e se dedicou a imprimir a identidade brasileira em suas peças de design.

Em 1955, ele fundou a Oca, uma loja que se propunha a criar móveis que se adequassem às necessidades de um país tropical e que refletissem a cultura do seu povo. Durante 60 anos de carreira, Sergio Rodrigues lançou mais de 1.200 modelos, que equiparam desde residências a palácios e repartições diplomáticas.

Sergio Morreu em 2014, aos 94 anos de idade. Hoje, a marca Sergio Rodrigues é comandada pelo primo do mestre, o também arquiteto Fernando Mendes.

O Armazém AZ foi a primeira loja do Centro-Oeste a investir em uma aproximação com Sergio Rodrigues (saiba mais aqui). Hoje, somos representantes da marca na região. Ou seja, venha conhecer de perto a obra do mestre ou encomende seu móvel com um de nossos consultores.

Design é meu mundo: Desafio Mocho

Banco Mocho/ Sérgio Rodrigues

Banco Mocho de Matt Peuler

Banco Mocho de Matt Peuler

Com o frescor de seus 60 anos, o Banco Mocho é mais um exemplo do trabalho de Sérgio Rodrigues que ultrapassa gerações. A peça é simples e elegante, como tudo criado pelo mestre do design brasileiro.

Mocho é uma interpretação do banco popular usado na ordenha de vacas e cabe em todos os cantos de uma casa. Para homenagear esta belíssima peça, o Armazém da Decoração lançou em seu instagram @azdecor o Desafio Mocho para mostrar as várias possibilidades que o banco de Sérgio Rodrigues é capaz de proporcionar. Confiram:

Banco Mocho de Rafael Chaves

Banco Mocho por Rafael Chaves

 

Banco Mocho de Rafael Chaves

Banco Mocho por Rafael Chaves

Banco Mocho de Naldo Mundim e Franco Loutero

Banco Mocho por Naldo Mundim e Franco Loutero

Banco Mocho de Karen Feldman

Banco Mocho por Karen Feldman

Banco Mocho de Fabio Cherman

Banco Mocho por Fabio Cherman

Banco Mocho por Andréia Rocha Lima

Banco Mocho por Andréia Rocha Lima

Design é meu mundo / Poltrona Daav

Poltrona Daav, criada por Sérgio Rodrigues em 1983, é uma de suas peças icônicas

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A segunda-feira começa com nosso mestre do design. Sérgio Rodrigues possui uma coleção tão rica de peças de mobiliário que seus traços modernistas continuam inspirando a nova geração do design contemporâneo brasileiro.

Outra característica de suas obras é a atemporalidade. Seus objetos possuem uma expressão tão forte que passam pelo tempo e continuam atuais. Em entrevista para o Blog AZ, seu primo e discípulo Fernando Mendes explicou que as peças de Sérgio se tornaram um clássico do design nacional. “Claro que o clássico não nasce com essa característica, ele se torna clássico de acordo com o tempo e sua aceitação, como aconteceu com as peças de Sérgio”, afirmou Fernando.

Assim como a maioria de seus trabalhos, pensados no aconchego e possuidores de uma beleza limpa, a Poltrona Daav foi feita em linhas retas que construíram mais um objeto de elegância para todas as eras. Desenhada em 1983, a peça foi produzida com os materiais mais íntimos de Sérgio Rodrigues: madeira e couro.

Por Bárbara Alves

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

“O design está se tornando algo complexo”

“Essa mistura de sensações que uma peça de mobiliário desperta é o que me encanta”

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

Foi em meio às batidas do som e o tilintar das taças de champanhe, em uma noite de Papo Design, que Fernando Mendes reservou tempo para um papo sobre design com nosso Blog AZ. O design faz parte da vida e inspira Fernando na hora de mergulhar nas possibilidades da forma e do encaixe da madeira. “Essa mistura de sensações que uma peça de mobiliário desperta é o que me encanta”, confessou.

Fernando descobriu quando era ainda jovem que seu ídolo do design era também seu primo. Unidos pelos laços familiares e pela paixão ao design, Sergio Rodrigues e Fernando Mendes trabalharam juntos por mais de 20 anos, parceria que se encerrou com a morte de Sérgio no fim do ano passado. Todas essas histórias foram relembradas na entrevista que o designer concedeu ao Blog AZ:

 

Quando você fala em design, sempre defende o trabalho de uma marcenaria de verdade, o que seria essa marcenaria?

Quando eu faço referência a essa marcenaria, me aludo ao uso das técnicas de marcenaria milenares por meio do encaixe na produção do design de móveis contemporâneo. A marcenaria é atenda a uma construção artesanal antiga ou nova, basta saber usar. A utilização do encaixe da madeira com o mínimo de intervenção de outros materiais, como o prego, é o que chamamos de uma marcenaria de verdade.

 

É possível usar essa marcenaria de verdade em um atelier de grande produção?

Sim, é possível desde que o atelier desenvolve uma série de mecanismos para poder produzir utilizando a marcenaria artesanal. Hoje, existe no mercado o CNC, comando digital para operar uma fresa, que cria o formado e faz o encaixe da madeira. A [máquina] CNC não é uma tecnologia nova, desde o início da década de 1930 os escandinavos já utilizavam esse mecanismo para fazer os encaixes da madeira de forma seriada para uma produção de maior escala. Quer dizer, os escandinavos já utilizavam esses gabaritos para produzir os móveis de forma muito sofisticada há mais de 70 anos atrás, produzindo peças extremamente elaboradas com um suporte fabril bastante tradicional. É uma tecnologia que não se utiliza uma interface digital e sim a inteligência.

 

Você costuma criticar a questão de o trabalho manufaturado ser relegado à segunda categoria. Essa desvalorização é uma tendência mundial ou é recorrente apenas no Brasil?

Acho que desconsiderar o trabalho artesanal e manufaturado ainda é uma tendência mundial, mas que está mudando. Ainda acho que aqui no Brasil é um pouco pior. Os brasileiros tem a cultura, herdada da colonização portuguesa, de acreditar que é preciso ter um nível universitário para se dar bem na vida e como a arte da manufatura é ligada a um setor mais técnico, a gente desprestigia. Em razão do preconceito, falta no mercado brasileiro pessoas com maior formação técnica e essa tendência acaba inclusive por atrapalha a nossa economia. É muito difícil contratar pessoas do setor técnico no mercado. Eu já tive um funcionário alemão com formação no setor técnico na Alemanha e ele achava estranho esse desprestígio. Seus amigos brasileiros, de nível universitário, não entendiam como um alemão que falava inglês não tinha uma formação superior, como se essa ausência deixasse o seu trabalho menos importante. As pessoas não compreendiam como ele estava se ‘sujeitando’ ao trabalho de marceneiro, como se fosse uma profissão que exigisse pouca inteligência – o que não é verdade. A marcenaria dá a oportunidade de a pessoa desenvolver trabalhos incríveis que exigem inteligência e muito estudo elaborado. É uma profissão que não fica a dever nada para nenhuma outra.

 

Algumas pessoas acreditam que o design mobiliário e o design de modo geral são uma espécie de arte, já outros a tratam como uma profissão. Qual é a sua opinião a respeito desse debate?

O design hoje em dia tem uma característica interessante de se tornar uma área de interesse que abriga um monte de inteligência. Ele surgiu como uma maneira de aliar forma, função, fabricação e emoção para despertar interesses e criar algo que tenha um lado artístico e outro funcional. Ou seja, deve unir a beleza da arte com a funcionalidade do produto comercial, pois não adianta criar algo belo que não possa ser levado para a fábrica ou ser de fácil produção fabril e não ter nenhuma beleza atrativa. O design hoje em dia está abraçando cada vez mais áreas, já que tem essa peculiaridade de ir agregando inteligências e interesses. Um cabeleireiro, por exemplo, se tornou um hair designer. O design está se tornando algo mais complexo.

 

Tanto seu trabalho como o de Sérgio Rodrigues são bastante modernistas. Como você abraçou esse tipo de criação e, junto com Sérgio, produziu peças bastante atemporais?

O design atemporal é aquele que cria objetos com uma expressão tão forte que passa pelo tempo e continua agradando, sendo interessante e atual. É o que chamamos de clássico. Claro que o clássico não nasce com essa característica, ele se torna clássico de acordo com o tempo e sua aceitação. Meu trabalho é muito ligado às décadas de 1950 e 1960 em razão do meu interesse por essa tecnologia escandinava da marcenaria de encaixes. Como os escandinavos ficam muito tempo dentro de casa, já que os países nórdicos são muito frios, eles se preocuparam em desenvolver peças atentas ao aconchego dos móveis e a uma beleza limpa, minimalista e sem muito rebuscamento. São móveis confortáveis, duráveis e gostosos de usar. Essa mistura de sensações que uma peça de mobiliário desperta é o que me encanta. Outro fator que despertou meu interesse foi o trabalho de marcenaria com o encanto da textura e dos cheiros. A marcenaria tradicional é uma atividade que mexe muito com os sentidos. Espero até um dia conseguir descolar disso, mas esse vínculo não é uma preocupação pra mim. Eu crio inspirado pelo trabalho da marcenaria e pelo fascínio de desenhar as peças à mão. Aprendi com o Sérgio [Rodrigues], que tinha uma paixão pelo desenho, a importância da criação inicialmente manual do trabalho moveleiro.

 

Dentro dessa criação mais tradicional ou industrial e da criação autoral, você acredita que podemos distinguir o bom do mau design?

Eu não sou um crítico de design, mas acredito que o bom design venha da sensibilidade de se gostar de criar e produzir. Existem coisas que são boas e outras que não; que têm uma estrutura equivocada para a sua fabricação ou uma estética sem inspiração, copiada ou sem conforto. O conforto não deve ser desprezado em nenhum momento. O design tem que abraçar a arte, o conforto, o saber fazer e a beleza do mobiliário.

 

Você fala muito na questão do encanto e de gostar do design e todos que falam em Sérgio Rodrigues lembram dessa mesma característica apaixonada que ele tinha de encarar o design. Como foi trabalhar com ele?

Depois de mais de 20 anos de convivência com Sérgio que percebi o que foi a maior influência dele na minha vida e no meu trabalho e essa influência foi exatamente essa paixão e emoção que ele teve com o ofício. O Sérgio batalhou em um momento que não existia um design brasileiro. Tinham poucas pessoas fazendo alguma coisa que expressasse uma cultura nacional dentro da fabricação de mobiliário e dos espaços institucionais. Ele começou a se dedicar ao mobiliário com uma crença e uma vontade tão forte de fazer acontecer que foi em frente atravessando bons e maus momentos sem nunca abandonar o entusiasmo.

 

Praticamente tudo que ele criou teve uma força grande e uma enorme repercussão no mundo do design.

Sim, e essa conquista veio da ligação que ele tinha com a emoção. Acho que ele queria tocar as pessoas com a sua criação. Sérgio foi um homem muito carismático, mas tinha essa coisa de atingir e provocar o outro. Seu é muito sedutor já tudo que ele criou foi feito para projetos específicos e pessoas específicas. Ele estudava o cenário da vida da pessoa e fazia um casamento entre o lugar e o sujeito criando peças perfeitas para cada ocasião. Ele conseguiu, ao mesmo tempo, ter uma variedade imensa de modelos que são distintos e uma linguagem única que é marca registrada do seu design. Ele conquistou umas coisas que acho muito difícil de serem alcançadas.

 

Seu trabalho foi muito importante para mostrar ao mundo que o Brasil tem design. Você acredita que ele foi um marco nessa questão da afirmação nacional dentro do design moveleiro mundial?

A motivação dele veio disso. Sérgio foi estudar a arquitetura e percebeu que na arquitetura de meados do século XX existiam varias representações da expressão brasileira. O Brasil já aparecia no cenário mundial da arquitetura, entretanto não tinha muito nomes no campo do mobiliário. Ele olhava para dentro dessa arquitetura e via somente o design europeu, já que não tinha uma identidade brasileira para colocar dentro das casas. O mote de Sérgio com o design foi o de justamente querer preencher esse espaço interno com algo que se comunicasse com a nossa cultura.

 

Design é meu mundo / Poltrona Benjamin

Poltrona Benjamin de Sérgio Rodrigues e Fernando Mendes

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Você quer um resumo da obra de Sérgio Rodrigues? O Blog AZ apresenta, então, a Poltrona Benjamin. Resultado de uma parceria entre Sérgio e seu primo e amigo Fernando Mendes, a poltrona foi uma das últimas peças do mestre do design e une, em um só trabalho, os 60 anos do design pensado, desenhado, criado e produzido por Rodrigues.

Segundo o próprio Sergio Rodrigues, Benjamin é um resumo de sua obra. “Quando ele viu o protótipo pronto, disse que era uma síntese de tudo o que fez em poltrona e cadeira, porque tinha vários detalhes e elementos utilizados nas peças que criou”, explicou Fernando Mendes.

A participação de Mendes foi fundamental. Foi junto com ele que Sérgio tirou o projeto inédito da gaveta para lançá-lo em 2014, ano de sua morte. Benjamin é um pouco Mole, um pouco Tonico, um pouco Killin ou Diz e é também a Xibô. Benjamin reúne as características dos móveis que Sérgio produziu ao longo da carreira e fechou com chave de ouro a linha de suas criações.

Embora tenha sido desengavetado apenas em 2014, Fernando Mendes acredita que seu desenho original foi esboçado entre 1995 e 2000. “Essa poltrona, na verdade, é uma certa evolução da Xibô (1990), com um desenho um pouco mais complexo”, contou à época de seu lançamento. Ninguém lembrou ao certo a razão pela qual Benjamin – poltrona batizada em homenagem a Benjamin, neto de Sérgio – não foi produzida quando criada, mas agora faz parte do acervo AZ e pode fazer parte também da sua casa.

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

Armazém da Decoração abre exposição em homenagem a Sérgio Rodrigues

O Armazém da Decoração lançou na noite de 31 de março a exposição Sérgio Rodrigues em homenagem a um dos maiores ícones do design nacional.

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Para quem ainda não conferiu, a mostra Sérgio Rodrigues – montada por Léo Romano – continua exposta no Armazém da Decoração. A exposição conta com cerca de 50 peças desenhadas pelo designer ao longo de seus mais de 60 anos de carreira na arquitetura e no design moveleiro. A entrada é gratuita e o acervo, com peças exclusivas do Armazém da Decoração em Goiânia, ficará exposto até o fim do mês.

O versátil arquiteto carioca liderou o design de vanguarda brasileiro nas décadas de 1950 e 1960 e produziu obras que nunca mais serão esquecidas. A qualidade e elegância das peças desenhadas há mais de 50 anos aliadas a atemporalidade de seu trabalho fazem de um ‘Sérgio Rodrigue’ um objeto de luxo em qualquer tempo. O conceito de brasilidade está estampado na obra de Sérgio e a identidade brasileira de suas peças acabou consagrando o arquiteto dentro e fora do país.

De seu trabalho com o mobiliário, os maiores ícones do design nacional são a Cadeira Oscar (1956), Poltrona Mole (1957), Poltrona Aspas “chifruda” (1962), Poltrona Killin (1973), Banco Sonia (1997) e Poltrona Diz (2001). A Poltrona Mole é hoje parte do acervo do Museum of Modern Art de Nova York (MoMA) e seu sucesso fez com que a enciclopédia Delta Larousse atrelasse seu nome à imagem de “o criador do móvel brasileiro”.

Na noite desta terça-feira o Armazém da Decoração inaugurou a exposição com um papo design para convidados com a presença de Fernando Mendes. Primo, amigo e discípulo de Rodrigues, Fernando firmou uma parceria com seu mestre que durou até a morte de Sérgio, vítima de um câncer no fim do ano passado. Esteve presente também Gisèle Schwartsburd, fundadora da LinBrasil, empresa que se dedica à produzir exclusivamente a obra do grande mestre do móvel moderno brasileiro.
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Serviço

Onde: Armazém da Decoração
Rua 90, 174 Qd. 44 Lt. 20, Setor Sul – Goiânia
Quando: de 31 de março a 20 de abril de 2015
Horário: De quarta a segunda, das 9h às 18h
Entrada franca

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Fotos: Marcus Camargo

Sérgio Rodrigues: um menino curioso

Homenagem ao grande mestre do design Sérgio Rodrigues

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Quando uma noite foi boa, não nos cansamos em falar dela. A noite de ontem foi assim, leve como Sérgio Rodrigues e simples e elegante como seus móveis. Seu jeito de levar a vida e a paixão com que encarava seu trabalho foi lembrado nas falar de Gisele Schwartsburd e Fernando Mendes. Então, para fechar essa homenagem com chave de ouro, as fotos da noite são apresentadas com falas desse grande mestre do design.
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“Muita gente imagina que os móveis brasileiros começaram a ter sucesso nas últimas décadas, quando na realidade eu ganhei prêmio na Itália nos anos 60. Já naquela época tinha representante nos Estados Unidos. A diferença é que agora são lojas físicas, com vitrine, visitadas por arquitetos, o que dá mais visibilidade ao trabalho”
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“Casa que não tenha estudo do interior é escultura, arquitetura não é só a casca.”
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“O móvel não é só a figura, a peça, não é só o material de que esta peça é composta, e sim alguma coisa que tem dentro dela. É o espírito da peça. É o espírito brasileiro. É o móvel brasileiro”. 

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Fotos: Marcus Camargo

Noite de homenagem lembra jeito alegre de Sérgio Rodrigues

Exposição com peças desenhadas por Sérgio Rodrigues foi palco de um bato papo sobre a vida e a obra do arquiteto

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O jeito moleque de Sérgio Rodrigues, assim como sua paixão pelos móveis, foi tema de um bate papo descontraído para homenagear o grande mestre do design nacional na noite desta terça-feira (31) na Sala Conceito do Armazém da Decoração. “Sérgio foi criança até os 86 anos de idade”, contou Fernando Mendes, primo e discípulo do designer, ao Blog AZ. Ao seu lado para lembrar mais histórias da vida de Sérgio estavam também a diretora da LinBrasil Gisele Schwartsburd e o ator e diretor Marcos Fayad.

Os convidados encheram a Sala Conceito e, sentados em puffes ao lado de diversas peças desenhadas por Sérgio Rodrigues, ouviram suas histórias.  “Sérgio tinha uma ligação muito forte com a emoção e queria tocar as pessoas com a criação dele”, contou Fernando.

Gisele confessou que sua missão com a LinBrasil é colocar o Sérgio Rodrigues efetivamente dentro da história do design mundial. Atualmente, a empresa reedita mais de 30 móveis de Sérgio e, ao lado do Atelier de Fernando Mendes, é responsável por manter viva a obra do arquiteto.

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

Marcos Fayad divertiu a plateia lembrando-se de quando fez seus pais, goianos tradicionais do interior de Catalão, colocarem duas Poltronas Mole na sala de estar do casarão que moravam. O ator e diretor se mudou para o Rio de Janeiro na década de 1970 e se instalou em um prédio no tradicional bairro de Copacabana em frente a Oca, indústria de Sérgio responsável por expor mais de mil criações de móveis ao longo dos anos que se manteve aberta.

A noite inaugurou a exposição Sérgio Rodrigues, com um acervo de cerca de 50 peças da obra do arquiteto que ficará exposta na Sala Conceito do Armazém da Decoração. A exposição, organizada por Abadia Haick, Daniela Mallard e desenvolvida por Léo Romano vai receber estudantes e amantes do design que desejam conhecer de perto o trabalho de Sérgio até o fim do mês de abril.

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

 

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