Mole, Moleca e Sheriff

Mole 57: Armazém da Decoração realiza brunch para comemorar os 60 anos da Poltrona Mole


É o ano dela, da poltrona mais famosa do design brasileiro. Tão famosa que em 2017, ano em que completa seus 60, ganhou uma edição comemorativa. Os bons de matemática já fizeram um cálculo rápido para constatar que a Mole nasceu em 1957 pelas mãos criativas de Sérgio Rodrigues, mas ela faz parte de uma família que se transformou e ganhou novas versões ao longo dos anos.

A primeira delas surgiu em 1961. Foi o ano que a Mole de fato caiu no gosto do público após sair vencedora do 4º Concurso Internacional de Design de Móveis de Cantu, na Itália. Naquele mesmo ano, Sérgio fez alterações em seu desenho original, dando vida à Poltrona Sheriff.

A Mole original foi criada sob encomenda. O fotógrafo Otto Stupakoff queria de Sergio Rodrigues um sofá que pudesse se sentir rei, isto é, confortável, porém imponente. O designer, que tinha acabado de criar sua empresa, a Oca, desenhou a estrutura de madeira torneada e a batizou de Mole. Até 1961, entretanto, a poltrona ficou encostada na Oca e não ganhou muitos adeptos.

Foi apelidada de Sheriff quando recebeu algumas modificações para o concurso. Em 1963 a segunda versão da Mole, completando o trio de poltronas icônicas de Sérgio Rodrigues, ganhou vida. A peça foi batizada de Moleca. A grande diferença entre a Mole original, a sucessora Sheriff (que é chamada também pelo nome Mole) e a Moleca é que esta última ganhou uma estrutura desmontável.

Como estamos em ano de comemoração, a edição Mole 57 não poderia passar em branco. É por isto que o Armazém da Decoração receberá convidados para um brunch no próximo sábado (25), ocasião que celebrará a Mole (Sheriff) e a Moleca.

Poltrona Moleca

Poltrona Sheriff (Mole)

Mole e Moleca

Poltronas icônicas do mestre do design Sérgio Rodrigues

mole e moleca

Diante dos olhos mais distraídos elas podem parecer a mesma, mas não são. São sim da mesma família e dividem o mesmo pai, mas as irmãs Poltrona Mole e Poltrona Moleca têm lá suas diferenças.

A poltrona Mole foi a primeira a nascer. Veio ao mundo em 1961 pelas mãos do mestre do design Sérgio Rodrigues e, segundo ele, ficou muito tempo na vitrine sem que ninguém se interessasse por ela. A Mole ganhou mesmo fama quatro anos depois, quando saiu vencedora do 4º Concurso Internacional de Design de Móveis de Cantu, na Itália.
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Foi apelidada de Sheriff, quando recebeu algumas modificações para o concurso, e atualmente faz parte do grupo de móveis ícones do design nacional. Mas alguns anos depois, em 1963, a Mole ganhou uma irmã: a poltrona Moleca.

Quase gêmeas, já que seus botões torneados e almofadões confortáveis são os mesmos. A grande diferença é que a Moleca ganhou uma estrutura desmontável.

As poltronas originais da década de 1950 são peças raras e caras. Seu valor pode chegar a 50 mil reais. Desde 2005, entretanto, as peças são reeditadas pela LinBrasil e vendidas nos Estados Unidos, na França, no Canadá, na Estônia, na Índia, na Itália, Singapura e Uruguai. Em Goiânia, a poltrona está no Armazém da Decoração.

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Tudo sobre a poltrona Mole, de Sergio Rodrigues

Entra década, sai década, e a cadeira de maior sucesso do mestre do design permanece atemporal

“Esparramada” é uma palavra que define bem a poltrona mais famosa de Sergio Rodrigues. Cá entre nós, quem já se sentou na poltrona criada em 1957, sabe que a sensação é de estar sendo abraçado. Além disso, a Mole também pode facilmente ser apelidada de robusta, não apenas por sua estrutura de madeira torneada, mas por sua presença imponente.

O projeto da Mole substituiu os traços delicados europeus, que estavam em voga na época, pela estética da robustez, unindo modernidade e brasilidade. Isso porque Sergio Rodrigues utilizou materiais brasileiros na poltrona, como a madeira de jacarandá maciça.

A poltrona Mole se diferencia pelo design despojado, mas perfeitamente executado. A estrutura de madeira maciça é coberta por uma cesta de tiras de couro, que sustenta grandes almofadas de couro. As almofadas macias permitem que o assento se molde ao corpo de usuário, levando o conforto ao nível máximo. Assim, o encaixe lembra a aderência perfeita entre o corpo e uma rede, por exemplo.

A história da criação da Poltrona Mole

A concepção da Poltrona Mole se iniciou em 1956, quando Sergio Rodrigues estava criando um sofá de dois lugares para o fotógrafo Otto Stupakoff (1935), que havia pedido um “sofá preguiçoso”. Os primeiros protótipos da poltrona foram apresentados, então, em 1958, durante a exposição O Móvel Como Objeto de Arte, que ocorreu na Oca, loja de Sergio Rodrigues.

Ilustração de Sergio Rodrigues

Mas a poltrona mais famosa do Brasil não foi querida desde sempre. Criada em 1957, a peça não foi bem recebida na época. Segundo Sergio, a Mole amargou uma falta de interesse do público por anos. “Se os desenhos que eu fazia eram considerados ‘futuristas’, aquilo, então, não teria qualificação. Um pastelão de couro sobre aqueles paus era demais. Os curiosos de vitrine diziam: para uma cama de cachorro está muito cara”, contou o designer.

“Meus sócios, em vez de me bater, quiseram guardar a poltrona no fundo da loja, mas decidi enfrentar porque acreditava muito na poltrona. E ela começou a ser aceita por pessoal de certo nível cultural.” Até despertar a atenção de várias personalidades, entre elas o então governador Carlos Lacerda, que praticamente exigiu que Sergio mandasse a poltrona para um concurso na Itália.

Reconhecimento internacional

No ano de 1961, na cidade italiana de Cantù, a poltrona Mole recebeu o prêmio responsável por torná-la famosa em todo o mundo: o 4º Concurso Internacional do Móvel. Acima de tudo, o reconhecimento do júri deveu-se ao fato de a peça não era influenciada por modismos e representava a região de origem.

A partir de então, Sérgio passou a colocar o design nacional em destaque no mundo, tendo a Mole como atração principal. Hoje, a peça faz parte do acervo do Museum of Modern Art de Nova York (MoMa).

Quem foi Sergio Rodrigues

Nascido em 1927, o carioca Sergio Rodrigues liderou o design de vanguarda brasileiro nas décadas de 1950 e 1960 e produziu obras que nunca mais serão esquecidas. Ele se formou em 1952, na Faculdade Nacional de Arquitetura do Brasil, e se dedicou a imprimir a identidade brasileira em suas peças de design.

Em 1955, ele fundou a Oca, uma loja que se propunha a criar móveis que se adequassem às necessidades de um país tropical e que refletissem a cultura do seu povo. Durante 60 anos de carreira, Sergio Rodrigues lançou mais de 1.200 modelos, que equiparam desde residências a palácios e repartições diplomáticas.

Sergio Morreu em 2014, aos 94 anos de idade. Hoje, a marca Sergio Rodrigues é comandada pelo primo do mestre, o também arquiteto Fernando Mendes.

O Armazém AZ foi a primeira loja do Centro-Oeste a investir em uma aproximação com Sergio Rodrigues (saiba mais aqui). Hoje, somos representantes da marca na região. Ou seja, venha conhecer de perto a obra do mestre ou encomende seu móvel com um de nossos consultores.

Design é Meu Mundo / Poltrona Diz

O conforto e a elegância da Poltrona Diz, de Sérgio Rodrigues

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Nós, do Blog AZ, não nos cansamos de falar de Sérgio Rodrigues e não é pra menos, o arquiteto precursor do design brasileiro moderno deixou um patrimônio mobiliário de tirar o fôlego. A fama das peças criadas por Rodrigues veio não só pela sua qualidade e beleza, os móveis traduzem bem a cultura nacional por meio do que o próprio designer chamou de “acentuação da brasilidade”.

A madeira aliada ao design feito para que a pessoa fique “à vontade” fez das peças de Sérgio Rodrigues as mais cobiçadas do mobiliário nacional. No mundo, Sérgio passou por um momento de valorização de seu trabalho e a Poltrona Mole – criação mais famosa do designer – faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa).

A poltrona passou por um processo histórico e podemos encontrá-la em três modelos diferentes. A primeira Poltrona Mole foi criada em 1957 e tinha uma estrutura mais rígida. A segunda versão foi a que foi mandada para a Itália, em 1961. Depois veio a versão “Moleca”. O detalhe interessante é que a poltrona ficou um ano na loja, exposta, sem que ninguém a comprasse.

Segundo o próprio Sérgio, as pessoas diziam “Imagina, essa loja que começou muito bem, agora entrou na galhofa, está fazendo essas brincadeiras assim, uma estrutura de madeira que tem em cima um almofadão que mais parece um ovo estalado. Deve ser uma cama de cachorro”. Agora a Mola é objeto de desejo no mundo do design.

Marcada por linhas esculturais, com design elegante, visualmente leve e excepcionalmente ergonômica, outra peça dessas feita para ficar a vontade é a poltrona Diz. Quem senda no móvel se deixa escorregar na madeira e encontra posições bem confortáveis – mesmo que a peça não tenha nenhuma estrutura almofadada em seu acabamento. Mais jovem que sua colega Mole, a poltrona foi criada em 2002 e é um dos itens mais disputados na R 20th Century, loja de design situada no badalado bairro Tribeca, em Nova York.

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Fotos: Marcus Camargo

S de Sérgio Rodrigues

Poltrona Mole

ALPHABETO AZ (redes sociais) S
O Alphabeto AZ volta a falar dele, mas como não dar mais de uma letra no nosso design de A a Z para um designer tão completo como Sérgio Rodrigues? Carioca, Sérgio foi arquiteto e construiu uma carreira brilhante como designer de móveis com peças ícones do design nacional. Um homem a frente de seu tempo, Sérgio é dono de uma imensa coleção de móveis atemporais que não se rendeu a modismos.

O designer nos deixou este ano, vítima de um câncer terminal, mas suas peças estão casa vez mais vivas. Seu interesse pelo espaço interno não deixou Sérgio longe do design de móveis por muito tempo. Convicto de que “a arquitetura em que o planejamento do espaço interno não é estudado adequadamente não é arquitetura, é escultura”, o designer saltou da arquitetura para a criação mobiliária quando fundou a Indústria Oca em 1954, um dos estúdios de arquitetura de interiores e cenografia mais importantes do mobiliário brasileiro.

Desde a década de 1950, Sérgio passou a colocar o design nacional em destaque no mundo. Das suas criações, a Poltrona Mole se sobressaiu. O carioca fez nome no Brasil e internacionalmente com a icônica poltrona. Mole é a representação do conforto ao estilo brasileiro, com a elegância ao estilo de Sérgio. Em 1957 o designer deu vida à poltrona que marcaria sua carreira. Produzida em madeira jacarandá e revestida em couro, a peça faz parte do acervo do Museum of Modern Art de Nova York (MoMA).

 

Sérgio Rodrigues e suas obras

O mundo perdeu uma das maiores expressões do design nacional, mas o trabalho de Sérgio Rodrigues não deixará que seu nome se perca no tempo

Sergio Rodrigues na Poltrona Mole

Sergio Rodrigues na Poltrona Mole

Hoje completa uma semana que o Brasil se despediu do mestre do design nacional. Sérgio Rodrigues foi para o design o que Machado de Assis foi para a literatura, Tom Jobim para a Bossa Nova e Oscar Niemeyer para a arquitetura. Um homem a frente de seu tempo, Sérgio deixou para trás uma coleção imensa de peças de mobiliário, responsáveis por manter seu nome vivo mesmo após sua partida.

É impossível falar das peças de Sérgio Rodrigues sem se lembrar primeiramente da Poltrona Mole. O carioca fez nome no Brasil e no mundo com a icônica poltrona. Mole é a representação do conforto ao estilo brasileiro, com a elegância ao estilo de Sérgio. Em 1957 o designer deu vida à poltrona que marcaria sua carreira. Produzida em madeira jacarandá e revestida em couro, a peça faz parte do acervo do Museum of Modern Art de Nova York (MoMA).

Outro clássico contemporâneo de Sérgio foi a poltrona Stella. Criada em 1956 e reeditada em 2001 a poltrona esculpe belos assentos em couro e tecido suportados por uma estrutura em madeira Jacarandá. Como em tudo o que faz, Sergio Rodrigues soube imprimir elegância em uma peça cheia de diversidade.

Sérgio Rodrigues é sem dúvida uma das maiores expressões do design nacional e como o arquiteto sabe mesmo se expressar, tinha a mania de colocar o mundo do design de ponta-cabeça. A Poltrona Voltaire, criação sua de 1967, é a prova literal dessas reviravoltas. A peça foi a releitura que Sérgio deu para as clássicas Poltronas Bergére.

Para aqueles que ainda não conseguiram fazer a conexão, vai uma dica: incline a cabeça em 180º e tanta achar em Voltaire traços dos clássicos designs inspirados na época de Luis XV. Projetada em madeira tauari, a Poltrona Voltaire é quase que uma brincadeira entre o iluminista Voltaire e o absolutista Luis XV, entre o clássico e o novo. Criativo e inovador, Sérgio Rodrigues deu ao clássico uma linguagem bastante.

Inteligente e de humor refinado, Sérgio imprimiu em seu trabalho o estilo bem brasileiro e seu brilhante talento. O mestre se foi, mas deixou para a história peças atemporais, verdadeiras obras de arte que não deixarão seu nome se perder no tempo.

Poltrona Stella

Poltrona Stella

Poltrona Voltaire
Poltrona Voltaire