100 anos de Athos Bulcão é comemorado em exposição em Brasília

CCBB recebe 300 obras de Athos Bulcão para uma exposição itinerante em comemoração ao seu centenário

Athos Bulcão foi o verdadeiro paisagista de Brasília. A afirmação pode parecer desencontrada, já que como pintor, escultor, decorador, desenhista e professor, Bulcão jamais trabalhou com paisagismo na vida, mas sua obra iluminou a capital brasileira como as plantas fazem em um jardim. Este ano, caso estivesse ainda vivo, Bulcão comemoraria seu centenário e, por isso, a capital federal decidiu celebrar.

Embora tenha nascido em Teresópolis e encantado todo o mundo com seu trabalho, Brasília é a cidade certa para festejar seu aniversário. É que suas obras podem ser vistas nos quatro cantos do plano piloto da cidade. Foi, então, por Brasília que o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) optou iniciar uma mostra itinerante com 300 obras – algumas inéditas – de Athos Bulcão.

“Essa exposição dá conta de reapresentar o Athos para o Brasil, porque é impressionante uma produção tão grande não ser conhecida”, explica o artista André Severo, um dos curadores da mostra. “A gente tem um estereótipo do Athos que é essa relação de arte com arquitetura, mas a complexidade da construção de toda essa poética, a gente não tem ideia”, concluiu. Além de André, a mostra conta com a curadoria de Marília Panitz e permanecerá em cartaz na capital até 1º de abril, quando então seguirá para Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

O artista

Frequentador de teatros, salões de artes, espetáculos de companhias estrangeiras e óperas, Athos Bulcão, aos quatro anos de idade, já ensaiava desenhos. Aos 21 anos, em 1939, desistiu da carreira de médico para se dedicar às artes visuais, mesmo ano que foi apresentado a Candido Portinari, com quem aprendeu a aprimorar suas habilidades. Portinari e Bulcão trabalharam juntos no mural de São Francisco de Assis na Igreja Pampulha em Belo Horizonte.

Athos Bulcão se mudou para Paris na década de 1940, mas se encontrou mesmo quando pousou na capital brasileira quase 20 anos depois. Em 1943, Bulcão conheceu Oscar Niemeyer, que lhe encomendou um projeto para os azulejos externos do Teatro Municipal de Belo Horizonte. A obra ficou inacabada e o painel não foi realizado, mas da amizade com Oscar nasceu a paixão por Brasília. Niemeyer convidou Atos para se mudar para a nova capital ainda em construção e o artista a transformou em seu museu de céu aberto.

Suas criações e figuras geométricas estão espalhadas por vários prédios e obras arquitetônicas de Brasília como a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, Parque da Cidade Sarah Kubitschek, Torre de TV, Teatro Nacional Cláudio Santoro , Instituto de Artes da UnB, Escola Classe, Mercado das Flores, Hospital Sarah Kubitschek, Gran’ Circo Lar, Palácio da Alvorada , Escola Francesa de Brasilia, Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubstichek e no Congresso Nacional.

Como desenhista gráfico, Athos Bulcão fez as ilustrações de vários livros e revistas literárias, além de trabalhar em cenários para peças de teatro como Tia Vânia (de Tchekov) e o Dilema de um Médico (de Bernard Shaw). Como escultor, realizou obras de integração arquitetônica, algumas complementares para prédios projetados por Oscar Niemeyer, Helio Uchoa, Sergio Bernandes e Israel Correira, entre outros arquitetos.

O artista faleceu em 2008 aos 90 anos de idade no Hospital Sarah Kubitschek devido a complicações do mal de Parkinson. Grande parte de seus trabalhos encontra-se em Brasília, mas a Organização da Sociedade Civil do Interesse Público (OSCIP) Fundação Athos Bulcão trabalha na preservação e difusão da obra do artista plástico desde sua criação, em 1992.

 

Serviço

100 anos de Athos Bulcão
Quando: até 1º de abril
de terça a domingo, das 9h às 21h
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil
(CCBB -SCES Trecho 2, Lote 22)

 

Design Olímpico

A abertura dos Jogos Olímpicos 2016 destacou o que o Brasil tem de melhor, inclusive no design, arquitetura e paisagismo

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A noite da última sexta-feira (5) foi uma celebração do Brasil para o mundo. Pelo menos foi esse o resultado que a equipe comandada pelo cineasta Fernando Meirelles (diretor de Ensaios sobre a Cegueira e Cidade de Deus) conseguiu com a belíssima cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

A capital carioca recebe 16 dias de jogos com mais de 11 mil atletas de mais de 200 países e a abertura foi o momento de mostrar ao mundo o que o Brasil tem de melhor. Além da música, muito bem representada por nomes como Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Elza Soares, a arte, o design e a arquitetura marcaram presença.

Um grito pelo Meio Ambiente

Um grito pelo Meio Ambiente

Bem no início da cerimônia fomos presenteados com uma versão do hino nacional cantada por Paulinho da Viola e músicos bem confortáveis sobre as poltronas Lúcio, do nosso eterno mestre do design moveleiro Sérgio Rodrigues. A homenagem acertou dois alvos com uma só peça de design. A cadeira Lúcio foi uma homenagem de Sérgio Rodrigues ao amigo Lúcio Costa, responsável por desenhar o plano piloto que deu vida à capital federal.

Mas esses nomes não foram os únicos do design a aparecer em referências festivas durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. A arte geométrica brasileira foi igualmente homenageada com a representação do trabalho de Athos Bulcão, que muito fez por Brasília. Nos primeiros segundos da abertura, antes mesmo do presidente do Comité Olímpico Internacional ser anunciado, bailarinos dançaram no palco com tecidos nas formas geométricas usadas por Bulcão em seus trabalhos artísticos.

Formas geométricas de Athos Bulcão

Formas geométricas de Athos Bulcão

Outro momento de grande inspiração foi o voo de Santos Dumont no 14 Bis. O avião voou pelo Maracanã ao ritmo da bossa nova. Sobre as curvas da Cidade Maravilhosa, mostrou o Rio que tanto inspirou Tom Jobim, Vinícius de Moraes e as obras de Oscar Niemeyer e do paisagista Roberto Burle Marx – Burle Marx inspirou os organizadores também no formado do palco que representa um de seus famosos jardins carioca.

Ao final ficou, além da alegria, uma bela mensagem de respeito e de paz. Fernando Meirelles, ativista ambiental, aproveitou que a festa com cerca de 3 bilhões de espectadores atentos de todo o mundo,  para chamar a atenção para a necessidade de preservação ambiental. Uma floresta foi plantada com uma sementinha de árvore trazida por cada um dos atletas que entraram na arena. Daqui uns anos, além da lembrança, o Rio herdará desse momento uma floresta de árvores das nações.

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Fotos: Agência Brasil/ Divulgação

Brasília recebe exposição de fotomontagens de Athos Bulcão

O resultado da influência dos surrealistas europeus no trabalho Athos Bulcão pode ser visto até 30 de dezembro na AB Galeria em Brasília

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Surrealismo é a cena desordenadas dos filmes de Luis Buñuel, a pintura emocionada de Frida Kahlo ou as fotomontagens inusitadas de Athos Bulcão. Criadas durante a década de 1950, as fotomontagens surrealistas de Athos estão desembarcando na capital federal para uma exposição na AB Galeria da fundação que leva o nome do artista.

A exposição “Athos em preto e branco” reúne 26 fotomontagens de Athos Bulcão que poderão ser conferidas de segunda a sexta, das 9h às 18h, e de sábado, das 10h às 17h até 30 de dezembro na Fundação Athos Bulcão.

O trabalho apresenta uma série feita com colagens criadas a partir de recortes de revistas da época, colados em um fundo comum, e o resultado era fotografado pelo artista logo após o feito. Perturbadoras e criativas, as fotomontagens trouxeram o trabalho de Bulcão para uma linha bem próxima a das vanguardas surrealistas do início da década de 20.

As fotomontagens não se assemelham em nada aos conhecidos azulejos que deram nome e fama ao artista. Athos Bulcão não se amarrava a um estilo único e nem mesmo a uma arte única. Pintor, escultor, decorador, desenhista e professor, Bulcão largou a Faculdade de Medicina para se dedicar ao universo da criação.

Em suas fotomontagens, Bulcão acabou criando um jogo de associações inusitadas entre cabeças, corpos, edifícios, animais e paisagens diversas, na lógica aparentemente ilógica da vanguarda surrealista que conheceu em sua passagem pela Europa.

Pouco conhecida, a série de fotomontagens integra o acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, que cedeu à Fundação Athos Bulcão o direito de realizar cópias para complementar o acervo da instituição.

Serviço

Exposição “Athos em Preto e Branco”
Onde: Fundação Athos Bulcão – CLS 404 Bloco D loja 01, Brasília – DF
Quando: até dezembro de 2015, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e sábado, das 10h às 17h
Entrada gratuita

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O artista que iluminou Brasília

Athos Bulcão abandonou a carreira médica, se dedicou às artes e fez nome colorindo Brasília

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Da infância em Teresópolis para as artes no mundo. É esse o resumo bem breve da vida de Athos Bulcão. Pintor, escultor, decorador, desenhista e professor, Athos perdeu a mãe, Maria Antonieta da Fonseca Bulcão, de enfisema pulmonar antes dos cinco anos e foi criado por seu pai, Fortunato Bulcão, amigo e sócio do escritor Monteiro Lobato. Sua família tinha um interesse particular pela arte, então não é de se estranhar que Athos Bulcão tenha largado a Faculdade de Medicina para se dedicar à criação.

Frequentador de teatros, salões de artes, espetáculos de companhias estrangeiras e óperas, Athos Bulcão, aos quatro anos de idade, já ensaiava desenhos. Aos 21 anos, em 1939, desistiu da carreira de médico para se dedicar às artes visuais, mesmo ano que foi apresentado a Candido Portinari, com quem aprendeu a aprimorar suas habilidades. Portinari e Bulcão trabalharam juntos no mural de São Francisco de Assis na Igreja Pampulha em Belo Horizonte.

Athos Bulcão se mudou para Paris na década de 1940, mas se encontrou mesmo quando pousou na capital brasileira quase 20 anos depois. Em 1943, Bulcão conheceu Oscar Niemeyer, que lhe encomendou um projeto para os azulejos externos do Teatro Municipal de Belo Horizonte. A obra ficou inacabada e o painel não foi realizado, mas da amizade com Oscar nasceu a paixão por Brasília. Niemeyer convidou Atos para se mudar para a nova capital ainda em construção e o artista a transformou em seu museu de céu aberto.

Suas criações e figuras geométricas estão espalhadas por vários prédios e obras arquitetônicas de Brasília como a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, Parque da Cidade Sarah Kubitschek, Torre de TV, Teatro Nacional Cláudio Santoro , Instituto de Artes da UnB, Escola Classe, Mercado das Flores, Hospital Sarah Kubitschek, Gran’ Circo Lar, Palácio da Alvorada , Escola Francesa de Brasilia, Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubstichek e no Congresso Nacional.

Como desenhista gráfico, Athos Bulcão fez as ilustrações de vários livros e revistas literárias, além de trabalhar em cenários para peças de teatro como Tia Vânia (de Tchekov) e o Dilema de um Médico (de Bernard Shaw). Como escultor, realizou obras de integração arquitetônica, algumas complementares para prédios projetados por Oscar Niemeyer, Helio Uchoa, Sergio Bernandes e Israel Correira, entre outros arquitetos.

O artista faleceu em 2008 aos 90 anos de idade no Hospital Sarah Kubitschek devido a complicações do mal de Parkinson. Grande parte de seus trabalhos encontra-se em Brasília, mas a Organização da Sociedade Civil do Interesse Público (OSCIP) Fundação Athos Bulcão trabalha na preservação e difusão da obra do artista plástico desde sua criação, em 1992.

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