Arte na diplomacia

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Marco na representação dos Direitos Humanos em um mundo recém-saído da Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) vem desempenhando um papel fundamental na diplomacia internacional e nos direitos do homem e do cidadão. Mas a cultura faz parte desses direitos e o órgão acabou se tornando um propagador das artes. Além de projetos culturais mundo a fora, a própria ONU vem demonstrando seu interesse pela arte e arquitetura nas sedes diplomáticas localizadas em dezenas de capitais e grandes cidades dos países membros.

O maior exemplo do apoio à arte tem nome, localização e um orçamento pra lá de caro. Estamos falando da obra do espanhol Miguel Barceló localizada no Palácio das Nações, em Genebra, e que ficou apelidada como a Capela Sistina do Século 21. O teto é a representação multicolorida das transformações do mundo contemporâneo criado com diversas estalactites – formações rochosas sedimentares que se originam no teto de uma gruta ou caverna.

A obra, inaugurada em 2008 com um orçamento de US$ 23 milhões financiados pelo governo e empresas da Espanha, preenche os 1,4 mil metros quadrados do teto do Salão de Direitos Humanos. Nas palavras do artista, sua criação “permite que, dependendo do ponto de vista, a obra mude por completo em uma metamorfose infinita de formas e cores”. Para criar sua obra, após 13 meses de trabalho, o artista utilizou mais de 35 toneladas de tinta.
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Em Nova York o arranha-céu sede da ONU já é uma atração turística em si. Em 1947, quando foi decidida a instalação da sede da Organização das Nações Unidas em Nova York em um terreno doado por Nelson Rockefeller (com o apoio de Le Corbusier), formou-se um comitê internacional de arquitetos de diferentes países, presidido por Wallace Harrison, que se interessou em convidar o brasileiro Niemeyer.

Nomes de peso fizeram parte do comitê como o próprio francês Le Corbusier, além de Gaston Brunfaut (Bélgica), Ernest Cormier (Canadá), Ssu-Ch’eng Liang (China), Sven Markelius (Suécia), Nikolai D. Bassov (União Soviética), Howard Robertson (Inglaterra) e Julio Vilamajó (Uruguai). Niemeyer, filiado ao Partido Comunista Brasileiro em 1945, teve dificuldades em transitar por uma América que iniciava a Guerra Fria contra a União Soviética.

Após ter o visto de entrada nos Estados Unidos negado em 1946, quando foi convidado a palestrar na Universidade de Yale, Niemeyer obteve autorização para morar sete meses em Nova York como membro da equipe internacional da ONU. Lá apresentou a planta do que seria o grande símbolo da aliança dos países no pós-guerra com seus elementos funcionais básicos, apresentando diferentes alternativas ao projeto criado por Le Corbusier e agradou o comitê. Hoje o arranha-céu é uma das representações do brasileiro em terras americanas.

Na parte interna, o prédio é dono da obra Guerra e Paz de Candido Portinari, que rodou o mundo em uma recente turnê internacional que incluiu o Brasil como destino, mas já está de volta em sua casa. A ONU é dona de outras sedes que agregam arquitetura, natureza e arte que são um passeio turístico a parte.

Salão de DH

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