O mundo urbano vem acolhendo os artistas como um espaço natural de apresentação de seus trabalhos e foi seguindo essa tendência que grandes metrópoles como São Paulo e Nova York passaram a encher suas paredes com os grafites. Do marginal ao natural, a entrada da arte urbana no badalado circuito cultural permitiu que seus artistas ganhassem como importes aliados os chefes das prefeituras das cidades.
Em Nova York, o Departamento de Transporte (DOT) conta com o DOT ART, um programa criado pelo departamento em associação com organizações dedicadas à arte urbana. O intuito do programa é oferecer aos jovens talentos oportunidade de transformar as ruas, praças, pontes e calçadas da cidade por meio de instalações, esculturas, pinturas de muros e estêncis.
São Paulo não fez diferente. A prefeitura da cidade está abrindo espaços cada vez maiores para que os artistas grafitem seus trabalhos. Na Vila Madalena, o Beco do Batman virou atração turística. Os Arcos do Jânio, monumento histórico esquecido pela capital, entrou recentemente na mira dos pinceis. “Sempre que restaurávamos as paredes do arco, pichadores acabavam com o trabalho da prefeitura, então decidimos inovar”, explicou o prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
O assunto é sério e a prefeitura da capital não poupa política para preservar a arte urbana. “Governos mais truculentos lidam com esses artistas a base de bala de borracha, decidimos explorar o que eles podem oferecer à cidade”, explicou o prefeito. No fim de 2014 a Coordenadoria da Juventude da Prefeitura de São Paulo determinou que os alunos do curso de medicina da USP deveriam pagar por uma nova intervenção de artistas após apagarem um muro de grafite para divulgar evento da faculdade. Os responsáveis pelo evento se desculparam com os artistas e a comunidade.
Em Goiânia a arte urbana também está crescendo e se espalhando. Nos muros da cidade, os grafites enfeitam lojas e prédios oficiais do governo. Uma ação conjunta da prefeitura da cidade com empresas privadas possibilitou que as ruas do centro da capital ficassem mais coloridas. Os becos esquecidos do Setor Sul foram lembrados por esses artistas. As praças do bairro dividem o espaço entre as arvores e os desenhos do grafite. É assim que arte e design podem chegar ao alcance de todos.