Copan: as histórias nascidas do concreto

Foto do edifício Copan, em São Paulo, de Oscar Niemeyer

Da dura poesia concreta de tuas esquinas à deselegância discreta de tuas meninas, Sampa’ abriga um número incontável de arranha-céus, mas poucos deles tiveram o privilégio de se tornar cartão postal como o icônico Edifício Copan.

Entre a Avenida Ipiranga e o final da Rua Consolação, foi erguida a construção mais controversa da capital paulista. Copan é um volume cheio de curvas com 400 quilos de concreto por metro cúbico. O prédio conta com 1.160 apartamentos divididos em seis diferentes blocos, cada um com uma entrada individual, cada um com histórias para contar.

O mais curioso do Copan é a sua diversidade. O edifício abriga cerca de 5 mil moradores, com uma circulação diária que chaga a 6.500 pessoas. Os apartamentos variam de 29 m² a 214 m² e essa particularidade faz com que o Copan abrigue pessoas de todos os estilos e todas as classes sociais.

Com o declínio do centro urbano na década de 1970, o edifício entrou em decadência chagando a ser considerado um cortiço vertical. Após sua revitalização, 20 anos mais tarde, o prédio começou a atrair a classe média em busca de apartamentos bem localizados a preços mais baixos. Segundo os próprios moradores, no Copan tem de “analfabeto a PHD, de Mercedes a Fusca” e toda beleza advinda dessa diversidade.

Tente juntar 5 mil habitantes em uma mesma comunidade vertical e dela você vai conseguir tirar um livro. Foi o que fez a escritora Regina Rheda quando lançou o Arca sem Noé – Histórias do Edifício Copan, ganhador do prémio Jabuti. A internet hospeda também o Blog da jornalista Polly Mariah chamado Edifício Copan: Suas vidas, Seus amores dedicado a contar as histórias dessa comunidade urbana de concreto.

De brigas de casal a hospede fantasma, tudo acontece entre as paredes do Copan e algumas dessas histórias serão contadas aqui no Blog AZ nas próximas semanas… Aguardem.

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