Uma mistura de neoexpressionismo e pop art é a mais nova atração do Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo. O espaço cultural recebe obras do artista que mais personifica a Nova York dos anos 1970 e 1980. Jean-Michel Basquiat teve vida curta, morreu aos 27 anos, mas deixou uma rica produção artística quando nos deixou em 1988.
Americano de ascendência porto-riquenha e haitiana, Basquiat nasceu com uma aptidão incomum para as artes. Com três anos, já desenhava caricaturas. Aos 17 anos, levou seus traços para os muros de Manhattan. Incentivado por sua mãe, passou a levar a arte a sério quando era ainda criança. Aos seis anos, ganhou carteira de sócio mirim do Museu de Arte Moderna de Nova York, de onde não saia. Com o divórcio dos pais, se mudou para Porto Rico e voltou a Nova York no final da adolescência.
Viveu de uma mistura entre empolgação e decadência que lhe redeu um paraíso de criatividade. Paraíso devidamente reconhecido, já que uma de suas telas chegou a alcançar, em um leilão na Sotherby´s, em Londres, o valor de cem milhões de dólares. A retrospectiva de seu trabalho que chegou ao Brasil no dia 25 de janeiro, de curadoria de Pieter Tjabbes, segue em cartaz em São Paulo até o dia 7 de abril com mais de 80 obras do artista. Após temporada em São Paulo, as obras serão expostas em Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Seus traços subversores e seu olhar à frente do tempo o consagraram como um importante pintor vanguardista, conhecido posteriormente como neoexpressionista. Fez amizade e atuou ao lado de Andy Warhol até a sua morte, em 1987. Muito abalado com a perda do amigo, Basquiat acaba por exagerar no consumo de drogas e morre de overdose no ano seguinte, em 12 de agosto de 1988.
Ao partir, deixou um legado com cerca de três mil obras que retrataram a cultura africana e o caos social e emocional que conduziu a criatividade de tantos artistas de renome da década de 1980. Seu trabalho continua influenciando o trabalho de outros artistas na atualidade.