Como ainda estamos em clima de carnaval, apresenta-se a oportunidade ideal para falarmos sobre a pintora e artista plástica brasileira Beatriz Milhazes, que classificou a si mesma como uma “carnavalesca conceitual”. Envolvida nas artes desde 1980, ela tem suas obras caracterizadas pela profusão de cores, arabescos e formas geométricas.
Milhazes nasceu em 1960, no Rio de Janeiro. Formou-se em Comunicação Social na Faculdade Hélio Afonso e em Artes Plásticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde também atuou como professora até 1996. Em 1984, participou da exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, que reuniu 123 artistas de todo o Brasil e buscava mostrar a liberdade e diversidade dos artistas da década de 80, distanciando-se do racionalismo dos anos 70.
A partir da década de 90, Milhazes começou a se destacar em mostras internacionais. Suas obras passaram a integrar os acervos de alguns dos museus mais importantes do mundo, como o Museum of Modern Art (MoMa), o The Metropolitan e o Guggenheim, todos localizados em Nova York. Além desses, a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e a Fondation Cartier, em Paris, também receberam obras de Beatriz.
Nessa época, Beatriz Milhazes passou a se dedicar também à gravura e a ilustração, tomando aulas com Solange Oliveira e Valério Rodrigues no Atelier 78. Em 1997, ela ilustrou o livro “As Mil e Uma Noites à Luz do Dia: Sherazade Conta Histórias Árabes, de Katia Canton”. Paralelamente, foi convidada para visitar algumas universidades norte-americanas.
Em seus trabalhos, Milhazes abusa de formas circulares, preparando imagens sobre plástico transparente, que são descoladas e aplicadas na tela por decalque. Após reunir as imagens, preenche o fundo e retoca a obra final. Mas, as imagens e formas ficam à serviço das cores, que são o elemento principal. “No trabalho com a cor, faço uma ligação entre vida e pintura. O Carnaval – uma festa popular brasileira frenética – sempre me estimulou com seu visual”, disse a artista em entrevista à Folha de SP.
A obra “O Mágico”, pintada em 2001, é considerada uma das mais importantes de Milhazes, e foi vendida em um leilão da Sotheby, em Nova York, por mais de um milhão de dólares, em 2009. “Mulatinho” (2008), “In Albis” (1996) e “O Elefante Azul” (2002) são outras pinturas reconhecidas da pintora. Abaixo, conheça um pouco mais do trabalho de Milhazes: