O legado de Ruy Ohtake

Morreu no último sábado, dia 27, o arquiteto Ruy Ohtake, aos 83 anos, vítima de câncer de medula. Filho da renomada artista plástica japonesa Tomie Ohtake (1913-2015), Ruy colecionava mais de 60 anos de carreira e projetos apreciados pelas linhas onduladas e formas escultóricas.

A mãe de Ruy, Tomie, veio visitar um irmão no Brasil, em 1936, e se apaixonou pelo país, decidindo morar em São Paulo, onde teve os dois filhos: Ruy e Ricardo, também arquiteto. Ruy formou-se em Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo, em 1960. Ele foi apontado por Oscar Niemeyer como um dos mais legítimos representantes da arquitetura nacional. 

Segundo Henrique Carvalho, colunista da Folha de São Paulo, Ruy Ohtake era “um paulista, descendente de orientais, um homem culto, que sempre procurou fazer da arquitetura uma expressão da alegria e da liberdade, um paulista bastante carioca, devoto de São Niemeyer, e bem-humorado em suas obras, que flertaram com as artes plásticas”.

Hotel Unique – Divulgação

Entre as obras mais icônicas de Ruy Ohtake, estão o Hotel Unique, o Instituto Tomie Ohtake, os Redondinhos de Heliópolis (projeto de habitação popular) e a Embaixada do Brasil em Tóquio. Em Goiânia, foi responsável pelo projeto do Banco Santander da Rua 3, no centro, um prédio modernista que tem uma das assinaturas de Ohtake: as curvas.

Obra de Ruy Ohtake em Goiânia (1977): Google Street View

Em reconhecimento pelo seu trabalho, Ruy Ohtake ganhou diversos prêmios, entre eles o Colar de Ouro do Instituto de Arquitetos do Brasil, IAB, em 2007. Ele também trabalhou como professor universitário da Mackenzie e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Foto destaque: Site Terra – Fernando Borges

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