Skate em três andares

Guy Hollaway Architects projeta primeiro skatepark em um prédio de três andares na Inglatessa

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Nós sabemos que a arquitetura está a serviço de todas as outras profissões, em alguns caso até para tornar a vida de outros profissionais mais fácil como foi contado pelo Blog AZ na matéria Fim do casamento, separação das casas. No esporte não seria diferente.

Em meados de 2016 o Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou a inclusão do skate no programa do próximo evento, que acontecerá em Tóquio em 2020, como esporte olímpico. No mesmo ano, a Guy Hollaway Architects anunciou a construção do primeiro edifício de skete do mundo. Muita conquista em um mesmo ano, né?

O skete não é um esporte muito antigo. Foi criado na Califórnia, durante a década de 1950, por um grupo de surfistas que se cansaram de esperar pelas ondas dos sonhos. Com a maré calma, os jovens decidiram inventar uma espécie de surf que não dependesse do mar: pegaram as rodinhas dos patins e as colocaram em uma prancha muito parecida com a do surf.
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De início, o esporte ficou conhecido como sidewalk surfing (surf de calçada, em um bom português). Na década seguinte, a prática esportiva ganhou nome próprio junto com as manobras que nenhum surfista conseguia fazer no mar: foi chamado de Skateboarding e, posteriormente, encurtado para skete.

Durante muitos anos, a luta dos skatistas foi por espaços para a prática do esporte. Buscaram financiamento e incentivos públicos para que pistas fossem construídas e mais pessoas pudessem se arriscar na brincadeira. Agora, a Inglaterra vai sediar a meca dessa turma, um edifício skatepark.

A ideia do projeto, que irá revitalizar um edifício de 5 mil metros quadrados e três andares na pequena cidade de Folkestone é do filantropo Roger De Haan. De Haan tem investido na revitalização da zona portuária da cidade e contratou a Guy Hollaway Architects para realizar o projeto – com um orçamento de nada menos que 12,5 milhões de euros.

O skatepark vai contar com pistas feiras de concreto interligadas por escadas com corrimões (tudo pensando nas manobras dos esportistas) e as famosas piscinas vazias (bowl). No terraço, a vista para o canal da Mancha poderá ser apreciada em um café ali instalado. A inauguração do empreendimento está prevista para acontecer entre o final deste ano e o começo de 2018.
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Imagens: Guy Hollaway Architects (divulgação)

Cotidiano em foco

O carioca Marcos Chaves desenvolveu um trabalho nos parâmetros da apropriação e da intervenção fotográfica

 

Wadi Rum

Wadi Rum

O cotidiano é apreendido pela câmera fotográfica de Marcos Chaves e por meio dela vira arte. Chaves nasceu no Rio de Janeiro e iniciou a carreira na década de 1980. Utilizando-se dos parâmetros da apropriação e da intervenção, o artista transita entre a fotografia, produção de vídeos e instalações.

Com todos estes anos de experiência, levou seu trabalho a European Biennial of Contemporary Art (Itália), Bienal Internacional de São Paulo, Bienal do Mercosul (Porto Alegre), Bienal de Cerveira (Portugal), Bienal de Havana, entre tantos outro importantes museus e eventos.

Entre exposições individuais e coletivas, Marcos Chaves posicionou os elementos no espaço e os transformou em arte por meio de sua visão perspicaz. São cenas do dia a dia que ganham um novo olhar e uma nova perspectiva.

Foi assim com a série Pieces, onde o fotógrafo sobrepôs imagens tiradas de suas lentes uma sobre as outras. Em Buracos, fotografias de grandes crateras deixadas pelo descaso nas ruas das cidades.

O Rio de Janeiro, sua cidade, é também seu principal cenário. É das ruas e paisagens cariocas que Marcos tira grande parte de suas imagens. Além da fotografia, Marcos Chaves ganhou espaço no mundo artístico com instalações montadas e museus e mesmo nas ruas das cidades.

Arquipelago

Arquipelago

some Girls

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Rio 40graus

Rio 40graus

Desculpe o Transtorno

Desculpe o Transtorno

Copo vazio

Copo vazio

Imagens: Marcos Chaves

De pernas para o ar

Pedreiro aposentado constrói casa invertida no interior do Espírito Santo

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Já que o Espirito Santo é o assunto do momento, decidimos falar do estado só que de uma forma positiva. É que além dos problemas com segurança pública, que colocaram o pequeno estado litorâneo nas pautas jornalísticas de todo o país, outro assunto vindo da cidade de São Mateus, no norte do Espírito Santo chamou a atenção do brasileiro. É a casa construída de cabeça para baixo.

Parece montagem, mas não é. A deia inusitada saiu da cabeça – e do papel – do pedreiro aposentado Valdivino Miguel da Silva. Valdivino conta que sempre quis construir uma casa diferente, e quando teve a ideia, decidiu colocar todo o projeto no papel e torna-lo realidade. O resultado é uma casa com telhado no lugar do piso e porta voltada para o céu.

No teto, que é o primeiro pavimento, Valdivino instalou a cozinha e um lavabo na tentativa de aproveitar ao máximo o que seria o sótão em uma casa normal. No segundo pavimento, foram construídos os quartos. No chão, que é na verdade o telhado, o idealizador da casa maluca instalou uma porta com enfeites invertidos – tudo para dar a sensação completa de que a casa não está no formato padrão.

A casa de Valdivino, que será colocada no mercado para aluguel, não é a única do mundo a ser levantada de cabeça para baixo. A arquitetura invertida também deu vida a casas na Alemanha e em Taiwan.

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Emoção em uma joia

Love Project captura emoções e entrega joias

Quando tecnologia e design se juntam, as possibilidades são infinitas (e muito criativas). Foi assim com o projeto da agência DDB de Hong Kong que o Blog AZ contou na reportagem Tecnologia a serviço do design – eles desenvolveram um aplicativo para que anéis pudessem ser feitos a partir do batimento cardíaco das pessoas. No Brasil, um projeto similar entrega um resultado ainda maior: a emoção em forma de joia.

O projeto foi batizado de Aura Pendente (Aura Pendant: Love Project), criado em 2013 pelos por Guto Requena, Edson Pavoni, João Marcos de Souza e Eduardo Dias. Antes de partirem para a parte criativa do design, os sócios se juntaram para criar um aplicativo capaz de capturar os sentimentos.

O app de celular tem o objetivo de materializar as histórias de amor. É que dois sensores, um de voz e outro de batimento cardíaco, são ativados no aparelho celular para captar e interpretar as emoções expressas enquanto a pessoa revive sua história de amor.
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O aplicativo grava as entonações na voz e o ritmo do batimento cardíaco com todas as suas alterações que representam a emoção sentida pela pessoa e a transforma em um pingente de ouro maciço 18k. A mágica de transformar sentimento em joia é função exercida também pela tecnologia. É que uma impressora 3D é a responsável por materializar as histórias de amor contadas para o aplicativo.

“A ideia do projeto era unir sentimentos e tecnologias e transforma-los em objetos vestíveis que investiguem processos de criação colaborativa e de fabricação na Era Digital” explica Guto Requena. Segundo Edson Pavoni, o projeto visa resinificar a maneira de presentear a outra pessoa com joias, ou seja, com objetos que realmente tenham verdadeiro valor sentimental.

O projeto que deu origem à Aura Pendente, chamado de Love Project, partiu de uma premissa parecida. Pessoas narravam para um dispositivo suas histórias de amor – qualquer amor – e suas emoções eram impressas em 3D. O projeto teve início em 2013 e como resultado, diversas manda-las únicas ganharam vida. Os pendentes, em ouro, custam R$3.200,00.
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Como seria São Paulo com o Tietê recuperado

Foi em busca da resposta para esta pergunta que Pérola Felipette Brocaneli criou projeto de revitalização e recuperação da importância do rio que corta a principal cidade do Brasil

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Enquanto que no Brasil, a costa atlântica é um importante cartão postal de suas grandes (e pequenas) cidades, na Europa as principais cidades chamam atenção pelos seus rios e monumentais pontes medievais. Em Paris, o Sena corta a cidade e é margeado por importantes prédios e monumentos históricos – a Torre Eiffel entre eles.

Ele não é o único. Em Londres, Tâmisa chama a atenção. Em Lisboa está o Tejo, o Moldava corta Praga, o Tibre em Roma, o Spree em Berlim, o Moskva em Moscou e ainda o Danúbio, que corta importantes cidades como Viena, Budapeste e Belgrado. Entretanto o Brasil também tem seus importantes, mas desprestigiados, afluentes. Desprestigiados ao menos no quesito beleza.

Foi pensando na importância dos rios na dinâmica urbana que uma arquiteta paulista criou projeto de revitalização das margens do importante Rio Tietê – aquele que transportou os bandeirantes na chegada até nosso querido centro-oeste.

Segundo Pérola Felipette Brocaneli, arquiteta, o ressurgimento das águas na paisagem paulistana é um dos caminhos para a construção de uma cidade sustentável. Seu projeto não visa apenas alterar a paisagem da cidade, mas também retomar a importância econômica e social que um rio do porte do Tietê possui. Seu trabalho faz um resgate histórico mostrando sua importância social e econômica.

O projeto, resultado da tese de doutorado da arquiteta, mostrou uma São Paulo renovada e verde – resultado que a principal capital do país poderia atingir caso colocasse em prática projetos de revitalização do rio e de suas margens. “Por mais que pareça difícil acreditar na possibilidade de uma nova São Paulo, todos querem uma cidade mais bonita e agradável”, desabafou a profissional em entrevista concedida ao National Geographic.

Ozi e os 30 anos da arte urbana no Brasil

A CAIXA Cultural está rodando o país com mostra que conta um pouco da história da arte urbana brasileira, atualmente exposta na capital federal

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Desde o início da nova gestão de São Paulo, o tema arte urbana não saí das pautas dos grandes jornais. Alguns grafites começaram a ser apagados em importantes avenidas da capital paulista para a alegria de uns e para a tristeza de outros. Políticas á parte, a arte urbana realmente tomou conta das cidades brasileiras.

Começou a colorir seus muros ainda nas décadas finais do século passado como uma forma de subversão aos tradicionais padrões artísticos em vigor e foi ganhando espaço e fãs ao longo dos anos. Atualmente, o grafite ultrapassou as paredes dos muros e entrou nas paredes das galerias e museus.

Exemplo disso é a exposição do Ozi que comemora os 30 anos de arte urbana no Brasil. A mostra vem rodando algumas cidades brasileiras e chegou, na semana passada, às paredes da CAIXA Cultural de Brasília. Ozi é o nome artístico do paulistano Ozéas Duarte, um dos ícones da primeira geração que dominou a cena da arte urbana brasileira. A exposição tem curadoria do jornalista Marco Antonio Teobaldo.

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O trabalho de Ozi se destacou no Brasil e no exterior por suas pesquisas sobre o estêncil – técnica comumente usada pelos artistas de rua – com estética pop. A mostra inclui, além de seus modelos de estêncil, quadros e instalação com um proposito comum: criticar o modelo desigual em que vivemos. São cem peças de tamanhos variados e que representam um inventário desta importante parte da street art brasileira: documentos, registros fotográficos, depoimentos e obras do artista em diferentes tipos de suporte, que datam desde 1984 até o período atual.

Para Marco Antonio Teobaldo, é um material raro sobre a história do grafite no Brasil. “Durante a pesquisa para realização da mostra, foram entrevistados artistas que fizeram parte daquela cena urbana inicial e novos artistas, que traçaram um panorama sobre a arte urbana no Brasil e a importância da obra de Ozi neste contexto”, explica.

Para quem se interessar

Ozi – 30 anos de Arte Urbana no Brasil.
Quando: de 10 de janeiro a 26 de fevereiro de 2017.
De terça-feira a domingo: das 9h às 21h.
Onde: CAIXA Cultural Brasília
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Entrada Franca.

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Parque do vinho: estilo e design

La Cité du Vin, parque temático totalmente dedicado ao vinho, é inaugurado em Bordeaux (França)

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“Styles et design” é a inscrição grafada na parede para receber os adultos que embarcam à França para se aventurar em um parque de diversões proibido para menores de 18 anos. É que no La Cité du Vin (ou “A Cidade do Vinho” em um bom português) o paladar é tão prestigiado quando a visão: bom vinho e bom design.

Explicamos o porquê da restrição de idade: La Cité du Vin é um parque temático totalmente dedicado ao vinho. Inaugurado no país com o maior número de premiações por boas safras e garrafas de vinho, a França, o parque abriu suas portas em meados de 2016 na região de Bordeaux – região também conhecida por suas vinícolas.

Já o design é um tema à parte. O parque não se parece em nada com as construções medievais que encantam os visitantes do Velho Continente. Bordeaux é uma das cidades mais antigas da França. Estima-se que entre 20 e 30 mil anos atrás a região já era habitada pelos Neandertais. Em 2007, a UNESCO reconheceu o excepcional conjunto histórico da cidade e classificou-a como patrimônio mundial da humanidade. O parque, entretanto, é desses saídos do mundo contemporâneo.
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Sua estrutura de metal e vidro é a exata representação de uma arquitetura futurística. Construído pelos arquitetos Anouk Legendre e Nicolas Desmazières, o parque representa o vinho até em sua estrutura. É que todos os seus detalhes dizem respeito a algum elemento da bebida.

Ao contrário das atrações dos parques de diversão tradicionais, aqui o passeio é histórico: uma viagem no tempo dessa milenar bebida. O espaço é composto de 20 galerias com exposições temporárias sobre o vinho, além de um auditório com capacidade de 250 lugares destinado à realização de conferências, shows, concertos, sessões de filmes, encontros e seminários.

O parque também oferece cursos e oficinas culturais para ensinar os participantes sobre enologia. Como atração principal, o parque oferece exibição em 3D que tem como plano de fundo um navio explorador, para contar um pouco sobre a história do vinho. No décimo andar, foi instalado um restaurante com vista 360º graus para a região de Bordeaux – uma das mais belas regiões da França. Para quem se interessou, o valor de entrada não é proibitivo: 20 euros por pessoa.
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Paisagismo de Roberto Riscala

Roberto Riscala e suas obras de arte paisagísticas

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Muitas vezes a ânsia por ser diferente nos faz perder o que de bom o clássicos nos traz. Talvez esta seja a razão pela qual paisagista Roberto Riscala é apaixonado por jardins clássicos. Mas não se engane, estes representam apenas a metade de seus projetos.

Segundo o site do arquiteto, Riscala já planejou mais de 1200 jardins executados no Brasil, Uruguai e Argentina – número que está provavelmente desatualizado. Riscala formou-se em arquitetura, mas apaixonou-se pelas plantas. Em 1990, fundou a Jardinatto Planejamento e Execução de Exteriores, focando seu trabalho nas áreas externas: pisos, piscinas, acessos, pérgulas, churrasqueiras, fontes, treliças e luminotécnica, além dos famosos jardins.

Fã de seu xará, Roberto Burle Marx, Roberto Riscala acompanhou seu trabalho de perto e teve chance de conhecer um dos grandes nomes do paisagismo nacional em um sítio de Guaratiba. Com ele, aprendeu mais sobre simetria, volumes e relevos – característica marcante no trabalho de ambos os profissionais.

“Gosto de me definir como um paisagista clássico dono de projetos que sobrevivam ao tempo, sem excessos”, explicou o arquiteto. “Simetria, relevos e volumes calculados minuciosamente costumam ser as marcas registradas de meus trabalhos”, concluiu.

Após mais de duas décadas de experiência da área, Riscala resolveu escrever um livro com seu trabalho. O Os Jardins de Roberto Riscala, lançado em 2010, reune as grandes obras do paisagista, como os famosos jardins de estilo italiano e francês, além de suas soluções para criativas coberturas e espaços comerciais.

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Imagem: divulgação / Roberto Riscada

Casa Container

Arquitetura inusitada e sustentável usa containers marítimos para criar casas e espaços comerciais

Projeto Casa Container - Arq. Danilo Corbas

Container é a nova “menina dos olhos” da arquitetura inusitada e sustentável. Foi com este propósito que o arquiteto Danilo Corbas criou a Container Box e a primeira residência do material no Brasil. Em 2009, Danilo projetou a Casa Container e a construiu no ano seguinte. Atualmente é lá que vive com sua mulher, seus cachorros e seus gatos.

Já a Container Box, escritório de arquitetura, se enquadra como parte da nova geração de empresas que tem como princípio a sustentabilidade em tudo que faz. Os projetos da empresa são todos feitos em containers marítimos, seguindo uma nova tendência da arquitetura de eliminar acabamentos e apostar com tudo nas estruturas a mostra.

A missão da Container Box é reduzir o uso de matérias primas. A ideia é substituir as grandes estruturas por unidades móveis de stands prontos e reutilizáveis feitas de containers marítimos – todos baseados nos pilares de sustentabilidade. A empresa não se especializou apenas na construção de casas e lojas, mas principalmente no aluguel destas unidades para a realização de eventos.
Projeto Casa Container - Arq. Danilo Corbas

Corbas levou o assunto tão a sério que vive dentro de containers. O arquiteto formado pela USP transformou quatro containers em quartos, sala e cozinha. Cada uma das unidades, com 12m de comprimento por 2,90 m de altura, quando unidas formaram uma casa de nada menos que 196 m² instaladas em um terreno de 860 m² em São Paulo.

Para amenizar o calor, e compactuar com a filosofia da sustentabilidade, o arquiteto instalou um telhado verde ao plantar, ao redor da casa, plantas e árvores de grande comprimento.

Parece claustrofóbica, mas não é. Os containers foram cerrados e muitas paredes transformadas em janelas. O resultado: inovador.

Unidades de Containers da Container Box

Unidades de Containers da Container Box

Imagens: Container Box / Divulgação

Iris Apfel: autêntica e estilosa

“Há necessidade de se ter artistas, pelo simples fato de que se eles não existirem, as pessoas murcham e morrem sem a arte”

 

(Imagem: Gabriel de la Chapelle/ WWD)

(Imagem: Gabriel de la Chapelle/ WWD)

Por trás de seus óculos grandes, quase tão grandes quanto aqueles que usavam Le Corbusier, existe todo um estilo que poucos no mundo conseguem sustentar. Esta descrição se encaixa na designer de interiores Iris Apfel. A norte-americana tornou-se um ícone do mundo feshion sem ter se tornado estilista ou diretora de grandes revistas de moda.

Aos 95 anos de idade, Apfel viaja o mundo com suas roupas saídas de passarela – mas escolhidas por ela própria – para falar de arte, moda e design. Em 2013 esteve em uma viagem oficial ao Brasil e disse ter se encantado com a nossa cultura.

Iris Apfel nasceu no Queens, em Nova York, no ano de 1921. Filha de pai comerciante e mãe dona de boutique de moda, aprendeu muito dentro de casa. “Minha mãe me ensinou que se você tiver um único vestido preto e os acessórios certos, você pode ter 50 vestidos diferentes”, contou em palestra quando esteve no Brasil.
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Já nos primeiros anos da fase adulta, cursou história da arte na Universidade de Nova York e fez escola de arte na Universidade de Wisconsin. Em 1948, Iris casou-se com Carl Apfel e juntos lançaram a firma têxtil Old World Weavers, que dirigiram ate se aposentarem em 1992. Durante estes mesmos anos, trabalhou como designer de interior em diversos projetos importantes, incluindo trabalhos na Casa Branca para os presidentes Truman, Eisenhower, Kennedy, Johnson, Nixon, Carter, Reagan e Clinton.

Em suas viagens pelo mundo, passou a comprar peças de roupas orientais e artesanais e hoje tem um dos guarda-roupas mais completos, inusitados e invejados do mundo. Foi com ele que montou a exposição Rara Avis no MET em Nova York no ano de 2005. Mais de três caminhões carregados de roupas foram levados da sua cada para o interior do museu, onde bolou looks com acessórios usados por ela em cada fase de sua vida.

Hoje o seu estilo pode ser encontrado em livro e filme. A ícone do mundo da moda ganhou um livro sobre seu guarda-roupas, o Rare Bird of Fashion: The Irreverent Iris Apfel e um documentário sobre sua vida, Iris, lançado em 2015.