Projeto Paperhouses

O projeto Paperhouses disponibiliza plantas de casas para download gratuito

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Trabalhar por um mundo mais democrático é a segunda carreira de muitos profissionais. Foi assim que o movimento, ainda embrionário, do Arquitetura Open Source vem se popularizando. Uma das vertentes desse projeto, criada pela portuguesa Joana Pacheco, é a plataforma que disponibiliza projetos de arquitetos famosos do mundo inteiro para download.

Pacheco nasceu em Lisboa, trabalhou por quase uma década em escritórios de renome da capital lusa até que passou a questionar as barreiras financeiras que muitas vezes impedem o acesso ao bom design. “A oferta com qualidade é pobre. As pessoas não gostam dos tipos de projeto que podem comprar, mas não têm escolha”, explicou a arquiteta.

Percebendo a necessidade de democratizar o acesso à arquitetura, criou o site Paperhouses, com sede em Nova York. O site ganhou forma na cabeça de sua criadora em 2008, no mesmo momento que o vizinho do norte passava por uma forte crise causada pela bolha do sistema imobiliário. Joana Pacheco percebeu que a crise fez aumentar ainda mais a barreira de acesso ao design, já que o valor das casas não para de subir.

Em 2014 o site foi oficialmente lançado. “Os projetos oferecidos não têm as restrições típicas de direito autoral e, por isso, podem ser utilizados como base para variações pelos usuários, partilhadas no link da comunidade de cada casa”, explica Joana.

Para formar o catálogo do site, Joana convidou alguns escritórios famosos, como o húngaro sporaarchitects, o chileno Panorama e o brasileiro Angelo Bucci, para elaborar projetos exclusivos de casas entre 50m² e 200m². A ideia é que cada pais projete casas pensando nas particularidades de sua região.

Claro que o Paperhouses não vai disponibilizar a casa sem nenhum custo, mas a estimativa é que no final a pessoa economize ao menos 30% do valor tradicional gasto com a construção de uma casa planejada.
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Imagem: divulgação / Paperhouses

Arquitetura Open Source

Fonte aberta para a arquitetura

Projeto Paperhouses (imagem: divulgação)

Projeto Paperhouses (imagem: divulgação)

Quando o conhecimento e os meios são escassos, um design inovador e sustentável pode realmente fazer a diferença e é nisso que acreditam os profissionais envolvidos no projeto de arquitetura Open Source. O Open Source é um conceito embrionário de um movimento mundial que defende a democratização do acesso a bons projetos de arquitetura.

Muitos questionam a palavra “bom” – afinal, quem definiria o que é uma boa arquitetura para compartilhamento – e outros criticam a palavra “livre acesso”. Uma coisa é sabida: na era da informação, livre acesso a dados é uma realidade a ser assimilada. “Quando entrei na faculdade de arquitetura, percebi que um projeto não é apenas dos residentes do imóvel para o qual projetamos, mas para toda a comunidade”, explicou um dos nomes desse conceito em entrevista para o TED, o arquiteto Cameron Sinclair.  “Foi ai que vi a importância do compartilhamento”, concluiu.

A ideia da Arquitetura Open Source, que não se resume em um único projeto, é facilitar ao máximo a construção a baixo custo e democratizar o acesso à arquitetura.  “Todo mundo deveria ter direito aos benefícios do bom design. O open-source permite oferecer os recursos para muitos”, explica Michael Steiner do Architecture for Humanity.

O Blog AZ vai aproveitar este fim de ano para falar um pouco mais da Open Source, tais como a rede Open Architecture Network, as Casas Do It Yourself e o projeto Paperhouses – que vão desde a criação de casas sustentáveis a baixo custo até a disponibilização online de projeto de grandes designers e arquitetos sem qualquer custo para o internauta.

São Paulo Photo Weekend e a fotografia jovem

Felipe Gombossy, Fernando Palmisano e Zé Bobby lançaram, em 2016, exposição de fotografia contemporânea jovem

Fotografia: João Bolan

Fotografia: João Bolan

Fotografia ainda não é uma arte esquecida, mas, sem dúvida alguma, é uma arte “massificada”. Com uma boa câmera nas mãos, as pessoas já se imaginam verdadeiros sebastiões salgados. Sabemos, entretanto, que a coisa não é bem assim.

Para preservar esta arte tão bela e, segundo o próprio Sebastião Salgado, ameaçada é que os fotógrafos Felipe Gombossy, Fernando Palmisano e Zé Bobby se juntaram para realizar, em julho deste ano, a primeira edição de uma feira totalmente voltada à produção fotográfica independente.

A São Paulo Photo Weekend foi criada como um canal alternativo de distribuição da atual produção fotográfica jovem e contemporânea e reúne cerca de 40 expositores entre pequenas galerias e artistas independentes com obras de arte originais.

O projeto deu tão certo que seis meses depois, na primeira semana de dezembro, seus organizadores realizaram a segunda edição do evento na capital paulista. A São Paulo Photo Weekend, com a mostra paralela PBMAG, também marcou o lançamento da revista PBMAG, publicação com fotografias exclusivamente em preto e branco com trabalhos autorais de fotógrafos convidados.

A 2ª edição reuniu obras de mais de 100 artistas, galerias e editoras independentes em uma verdadeira celebração cultural que o AZ mostra aqui:

Fotografia: James P.S Conway

Fotografia: James P.S Conway

 

Fotografia: Suzana Mendes

Fotografia: Suzana Mendes

Fotografia: Ulisses Matandos

Fotografia: Ulisses Matandos

Fotografia: Felipe Gombossy

Fotografia: Felipe Gombossy

Fotografia: Coletivo Gringo

Fotografia: Coletivo Gringo

Fotografia: Decio Araujo

Fotografia: Decio Araujo


Imagens:
São Paulo Photo Weekend / Facebook

Design pelo mundo: Francis Kéré

“O que é a arquitetura para alguém que veio de um país onde infraestrutura é praticamente inexistente”, se pergunta o arquiteto que dedica seu trabalho para a realização de obras em países subdesenvolvidos

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Richard Van Der Laken, criador do What Design Can Do – plataforma sobre design e arquitetura que abre suas portas nesta terça-feira para a edição de São Paulo –, ao falar sobre o “design que transforma a sociedade” citou nomes de arquitetos que fazem a diferença não apenas para as pessoas, mas para o mundo. Francis Kéré é um deles.

Para o holandês Van Der Laken, o design tem que ser mais que estética, ainda que esta seja importante. Com o objetivo de entregar mais que beleza, Francis Kéré retornou ao seu país de origem para desenvolver o premiado projeto Construindo com a Comunidade.

“O que é a arquitetura para mim? O que é a arquitetura para alguém que veio de um país onde infraestrutura é praticamente inexistente”, se pergunta Kéré. “Arquitetura é mais que prédios e mais que criar algo visto como arte. É desenvolver um trabalho que no fim as pessoas sintam como delas”, explicou.
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Diébédo Francis Kéré nasceu em Burkina Faso, um dos países mais pobres da África, mas completou seus estudos em Berlim. Já como arquiteto, volta ao seu país de origem para aplicar as técnicas de sua profissão à realidade de Burkina Faso. O país possui madeira, argila e uma população numerosa. Francis Kéré utilizou os materiais e mobilizou a população para construir casas, escolas e bibliotecas modernas usando matéria prima rudimentar.

“Tentei usar materiais locais, sobretudo argila e madeira, para criar edifícios que sejam modernos”, explicou o modernista da argila. Segundo ele, o emprego da argila é uma forma de empregar também a arquitetura sustentável, já que se utilizam os recursos disponíveis no meio. O projeto fez de Francis uma sumidade no trato com a argila, o levando a ganhar inúmeros prêmios de arquitetura.

Entretanto, embora tenha dito que arquitetura não é sinônimo puro e simples de arte, não descarta essa correlação. Alguns de seus trabalhos, bem artísticos, foram incluídos na lista de objetos em exposições em museus norte-americanos.

Instalação de Francis Kéré

Instalação de Francis Kéré

Paulo Alves + Hugo França

Os designers se uniram para trabalhar o que mais amam: a madeira

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A madeira é o fio condutor dos trabalhos dos artistas Hugo França e Paulo Alves, por isso decidiram manusear a matéria-prima a quatro mãos. Ambos têm relação muito íntima com a natureza e o ecodesign e, percebendo isto, Paulo Alves convidou o colega de profissão para lancarem juntos o “Projeto 2: Paulo Alves + Hugo França” DW! 2016 que aconteceu em agosto deste ano.

O “Projeto 2: Paulo Alves + Hugo França” tem como foco trazer formas inovadoras e perspectivas intrigantes ao mobiliário tradicional. “Esse projeto é só um pretexto para trabalhar com um amigo. Hugo França tem um trabalho incrível, admirado e reconhecido internacionalmente. Cruzamos nossas características para criar desenhos únicos que, certamente, nenhum dos dois faria sozinho”, disse Paulo Alves em seu site.
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Madeiras como pequi, garapeira, roxinho e ipê foram as selecionadas pelos designers. Aliás, trabalhar com árvores raras fez com que Hugo França escalasse roedores para seu time de produção. É que algumas das madeiras utilizadas por ele, o pequi-vinagreiro entre elas, apenas cresce depois que suas sementes passam pelo estômago de roedores, como as pacas.

O resultado do trabalho conjunto foi a criação de inéditas e limitadas – bancos, mesas, poltronas, chaises, estantes. “Estou muito satisfeito os resultados dessa iniciativa. Ela estabeleceu uma conexão entre duas artes distintas, mas que, ao mesmo tempo, possuem uma sinergia. Para mim, o design é livre e, quando desafiador, traz resultados surpreendentes”, explicou Hugo França.

As peças compõem mostra itinerante ao longo do Brasil, mas foi recentemente exposta em Miami durante a Art Basel, que aconteceu na última semana.
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Informações e imagens: Estúdio Paulo Alves

Stella 60 anos

Sérgio Rodrigues, há 60 anos, deu vida a uma de suas mais icônicas poltronas

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Se não nos tivesse deixado em 2014, o mestre do design Sérgio Rodrigues teria completado em 2016 seus 89 anos, este ano uma de suas principais criações completa 60. Quase uma vida toda dedicada ao mobiliário e à arquitetura foi um dos maiores presentes que Rodrigues deixou de herança para o design.

A poltrona Stella é um clássico moderno. Sim, algo bem atemporal que pode durar outros muitos 60 anos. Criada em 1956 e reeditada em 2001, como a maioria das peças de Sergio, a poltrona esculpe belos assentos em couro e tecido suportados por uma estrutura em madeira Jacarandá.

Como em tudo o que faz, Sergio Rodrigues soube imprimir elegância em uma peça cheia de diversidade. No estofado branco capitonê, Stella se porta como uma comportada peça clássica, mas quando se veste de preto e couro, stella está pronta para decorar uma moderna sala de jantar. Parabéns para mais este clássico do design.

Imagem: Espasso

O céu é o limite

Para aproximar o homem da natureza, empresas e hotéis têm investido em barracas transparentes

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Não é de hoje que empresas têm investido em barracas transparentes e em formas mais eficazes de colocar o homem em contato com a natureza. Talvez a rotina dura das grandes metrópoles esteja fazendo com que os amantes da natureza queiram se refugiar com mais intensidade no mundo da selva sem concreto.

A criatividade não exige muita imaginação, afinal, trabalhar com materiais transparentes não é uma inovação recente. Talvez por isso que empresas começaram a fabricar barracas que permitem uma vista clara do céu noturno e exigem a abdicação total da privacidade. Mas para que o serviço saísse bem feito, designers tiveram que participar do projeto.

Casa do designer Vytautas Puzeras

Casa do designer Vytautas Puzeras

Foi o que fez o designer lituano, quando criou a casa portátil inspirada nas barracas transparentes. Seu projeto, embora não tenha sido o primeiro – ele buscou no mercado barracas sem cor e acabou se esbarrando com a tenda Oasis, barraca de camping transparente – o resultado foi único e cheio de design.

Puzeras criou um espaço de estrutura delicada, mas resistente, e de estética minimalista. A barraca possui piso portátil com espaço de armário – uma espécie de gaveta embutida no chão – e absolutamente nenhuma interferência entre o morador e a vista do céu. Para aqueles que necessitam de uma mínima privacidade, suas paredes internas são cobertas por cortinas. A montagem gasta um tempo maior que o reservado para as barracas tradicionais, cerca de meio dia de trabalho.

Como a ideia era promissora, foi se alastrando. Alguns hotéis perceberam a necessidade de interação dos hospedes com o mundo natural e passaram a explorar o potencial na ideia de aliar natureza e um bom serviço de quarto. Foi assim que abriram mão das tradicionais decorações de interior.

Hotel Rifugio Col Gallina

Hotel Rifugio Col Gallina

Na França, o Hotel Attrap Rêves resolveu trocar alguns de seus quartos por Bubble Tent, barracas transparentes desenvolvidas pela empresa Holleyweb. As tentas são vendidas no mercado por cerca de 1.500 dólares, mas nas regiões de Provence-Alpes-Côte d’Azur e Loir-et-Cher ganharam a decoração especial do hotel com tudo que seus serviços podem oferecer – todas as bolhas são equipadas com uma cama, mesa de café, telescópio e um mapa de estrelas.

O Null Stern foi ainda mais ousado e abriu mão das paredes e o italiano Rifugio Col Gallina uniu a ideia da transparência com a tradição das quatro paredes. O hotel, localizado na Cortina d’Ampezzo, Itália, transformou seus quartos em compactas cabines de madeira cobertas por vidro na parede frontal e no teto. Para eles, a natureza é melhor do que qualquer papel de parede.

Hotel Rifugio Col Gallina

Hotel Rifugio Col Gallina

Bubble Tent

Bubble Tent

 

Moda, arte e televisão

O mundo de Maureen Miranda e seu universo feminino estampado em objetos, roupas e até vestidos de noiva

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Moda, televisão e arte são os caminhos por onde anda Maureen Miranda. Atualmente no ar na novela global das 19h, Love Story, Miranda também participou de I love Paraisópolis, novela da mesma faixa de horário da Globo em 2015. Mas a televisão não é nem de longe o principal trabalho artístico de Maureen.

A atriz é também diretora teatral, figurinista, ilustradora e artista plástica. “Arte, de maneira geral, é a única saída para a melhora do ser humano”, disse certa vez em entrevista ao jornal Extra. Curitibana, a artista desenvolve seus desenhos em seu atelier. Lá cria objetos e roupas, estampadas com os traços de sua personalidade artística.

São gravuras, sabonetes, cadernos, jogos americanos e canecas, todos marcados por seu universo feminino.  É que seus desenhos são diferentes expressões e formas do mundo cor de rosa de bonecas que lembram as ilustrações dos desenhos japoneses.

Recentemente, entretanto, Maureen Miranda alcançou o universo das noivas e passou a estampar seus desenhos em vestidos para o grande dia. Os vestidos de noiva do famoso estilista Edson Eddel foram ilustrados pelos anjos femininos de Maureen Miranda.

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Arquitetura ecumênica

O arquiteto canadense Siamak Hariri ergue templo para todas as religiões nos arredores de Santiago

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A palavra ecumênica tem sua origem no vocábulo grego oikoumene, que significa o “mundo todo”. Seu significado especificamente religioso veio a representar a unidade da igreja, que vai além das diferenças geográficas, culturais e políticas. A arquitetura apropriou-se da ideia e criou um verdadeiro templo ecumênico espalhado pelos quatro cantos do mundo – o tempo foi levantado em todos os continentes do mundo.

A ideia chegou na América do Sul pelas mãos do arquiteto canadense Siamak Hariri, que acaba de finalizar sua criação nos arredores de Santiago, no Chile. Aos pés da Cordilheira dos Andes, o templo Bahá’í – símbolo da fé monoteísta – foi levantado para dar espaço para todas as religiões, ou até mesmo nenhuma delas. Basta entrar para ser bem recebido.

Cada um dos projetos tem suas particularidades, mas todos eles têm em comum o caráter de centro espiritual. São, ao todo, nove portas e nove templos – número escolhido para simbolizar a união de todas as pessoas que podem chegar por todas as direções do globo e entrar no tempo, independentemente do seu credo.

Cada uma de suas portas formam “asas translúcidas” que se erguem diretamente do chão e parecem flutuar sobre um espelho d´água ao redor do templo. O grande eneágono permite a entrada de luz externa e, do lado de dentro, se eleva na direção do céu. O projeto já venceu cinco prêmios de arquitetura, incluindo o prêmio de Edifício do Ano do World Achitecture News, em 2010.
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Experimentação geométrica

O Coletivo Muda, formado por arquitetos e designers, experimenta arte geométrica nos muros das cidades

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Para um grupo formado de designers e arquitetos, a cidade é um laboratório de experimentações e transformações. É por meio de seus experimentos que Bruna Vieira, João Tolentino, Diego Uribbe, Duke Capellão e Rodrigo Kalache transforam as cidades. Os artistas visuais formaram, em 2010, o Coletivo MUDA com o objetivo de criar pequenas intervenções nas grandes cidades.

A partir de uma forte ligação com o grafite e com a cidade, o grupo iniciou suas experimentações com interferências no espaço público, que em pouco tempo se tornaram instalações complexas e pragmáticas. Cada intervenção é única, pensada exclusivamente para o local instalado, e seus módulos, estudados para manter a harmonia total da composição.
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O coletivo, criado a partir da palavra mudança, iniciou seus trabalhos no Rio de Janeiro e hoje já possui intervenções em diversas cidades brasileiras e mundiais. Seu trabalho é composto de revestimentos clássicos combinados a uma gráfica contemporânea, o que resulta em uma estética cativante e abstrata.

O trabalho do grupo deu tão certo que acabou por ultrapassar os muros das cidades. Atualmente, Bruna, João, Diego, Duke e Rodrigo desenvolvem painéis internos e externos para casas, empresas e até exposições. A versatilidade de seus trabalhos possibilitou que o Coletivo desenvolvesse linguagens distintas para cada uma de suas pequenas obras de arte.
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Fonte: Coletivo MUDA