Design é Meu Mundo / Coleção Para Ser Feliz

Nova coleção de móveis de Leo Romano

Imagem: Marcos Camargo

Para ser Feliz é o resultado da constante criação do designer brasileiro – e goiano – Leo Romano. Leo trabalha com a experimentação. Usa seu olhar minucioso e atento para captar, nos detalhes, a fonte de inspiração que precisa para desenhar seus projetos. O lúdico foi o ponto de partida para sua mais nova criação, lançada nacionalmente na última quinta-feira.

“Para Ser Feliz” reúne 14 peças divididas em mesa, aparador, espelho de chão e de parede, banco, banqueta, poltrona, chaise e objeto de decoração. Toda a coleção foi feita com madeira e um toque de resina transparente. “Eu intitulei a coleção de Para Ser Feliz porque além do universo infantil, ela me lembra as melhores coisas da vida”, contou Leo na noite do lançamento das peças. “Um abraço, um colo de pai ou de mãe, um sorvete… Tudo isto nos traz muita alegria”, concluiu.

A forma arredondada que serviu de base para a elaboração de todos os móveis da nova coleção comunica sobre os prazeres simples do cotidiano. “Arredondar é lembrar-nos daquilo que nos faz feliz”, diz Leo.

Imagem: Marcos Camargo

Paulo Alves + Hugo França

Os designers se uniram para trabalhar o que mais amam: a madeira

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A madeira é o fio condutor dos trabalhos dos artistas Hugo França e Paulo Alves, por isso decidiram manusear a matéria-prima a quatro mãos. Ambos têm relação muito íntima com a natureza e o ecodesign e, percebendo isto, Paulo Alves convidou o colega de profissão para lancarem juntos o “Projeto 2: Paulo Alves + Hugo França” DW! 2016 que aconteceu em agosto deste ano.

O “Projeto 2: Paulo Alves + Hugo França” tem como foco trazer formas inovadoras e perspectivas intrigantes ao mobiliário tradicional. “Esse projeto é só um pretexto para trabalhar com um amigo. Hugo França tem um trabalho incrível, admirado e reconhecido internacionalmente. Cruzamos nossas características para criar desenhos únicos que, certamente, nenhum dos dois faria sozinho”, disse Paulo Alves em seu site.
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Madeiras como pequi, garapeira, roxinho e ipê foram as selecionadas pelos designers. Aliás, trabalhar com árvores raras fez com que Hugo França escalasse roedores para seu time de produção. É que algumas das madeiras utilizadas por ele, o pequi-vinagreiro entre elas, apenas cresce depois que suas sementes passam pelo estômago de roedores, como as pacas.

O resultado do trabalho conjunto foi a criação de inéditas e limitadas – bancos, mesas, poltronas, chaises, estantes. “Estou muito satisfeito os resultados dessa iniciativa. Ela estabeleceu uma conexão entre duas artes distintas, mas que, ao mesmo tempo, possuem uma sinergia. Para mim, o design é livre e, quando desafiador, traz resultados surpreendentes”, explicou Hugo França.

As peças compõem mostra itinerante ao longo do Brasil, mas foi recentemente exposta em Miami durante a Art Basel, que aconteceu na última semana.
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Informações e imagens: Estúdio Paulo Alves

Humano de madeira

Peter Demetz é dono de uma fascinante habilidade de transformar madeira em esculturas realistas humanas

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Alguns materiais, em mãos habilidosas, mais se parecem massinha de modelar. Peter Demetz é dono deste tipo de habilidade e a madeira, em suas mãos, vira gente. O artista italiano assina esculturas realistas de seres humanos – homens, mulheres e crianças – com atenção aos mínimos detalhes.

Suas peças são esculpidas à mão e atingem alturas que variam de 20 a 50 cm. Quem vê uma imagem tem dificuldade em perceber que não se trata realmente de uma pessoa. As roupas, o cabelo e até as imperfeições da pele são recortadas com um incrível grau de precisão.

Sua obra é, ao mesmo tempo, delicada e melancólica. Os personagens são cabisbaixos e sempre distantes dando a impressão de estarem mergulhados em um mar triste de saudade e de uma leve depressão.

Seu talento se transporta para suas peças que, para os desatentos, mais parecem pessoas recém-saídas de um mar de lama. Peter Demetz conquistou prêmios e brilhou em exposições ao redor do mundo em um merecido reconhecimento de seu incrível trabalho.

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Kartell e Pedro Petry

Composição bem bolada das cadeiras Comeback da Kartell com mesa de madeira maciça de Pedro Petry

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Pedro Petry é um designer de madeiras brutas que trabalha na linha da arte. Seu atelier introduziu, de forma pioneira, peças elaboradas com madeiras ditas defeituosas no mercado mobiliário, mas seu gosto pela diversidade não o impediu de trabalhar também com algumas linhas retas.

O toque da madeira e o cheiro da floresta estão sempre presentes em seu trabalho. Algumas peças tiveram seus traços minuciosamente desenhados por Pedro, enquanto outras foram achadas já prontas e perfeitamente produzidas pela mãe natureza.

Pedro Petry imprimiu a natureza de corpo em alma em seu mobiliário assinado. É até possível encontrar, em seu trabalho meio técnico e meio artístico, outros materiais, mas a madeira é sua verdadeira musa. Para valorizar esse material tão rico é importante também uni-lo a outros e esse trabalho não precisa ser apenas do designer de móveis.

A composição de um ambiente pode juntar diferentes elementos para criar uma identidade. A madeira recebe sempre de braços abertos o vidro e o próprio Petry uniu esses dois materiais em diversas mesas de sua criação.

O Armazém da Decoração fez um pouco diferente e colocou Petry lado a lado com a marca italiana do plástico. A composição da Mesa em madeira maciça Pedro Petry com as cadeiras Comeback da Kartell deu tão certo que mereceu um post à parte só para mostra-la pelo ângulo do nosso fotógrafo Marcus Camargo. Lindas, não?

Design é Meu Mundo: Poltrona Tonico de Sérgio Rodrigues

Sérgio Rodrigues e Fernando Mendes trouxeram uma criação do mestre do design criada ainda na década de 1960

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Nunca é demais falar de Sérgio Rodrigues, agora falar de desenhos do mestre do design na produção de Fernando Mendes, outro grande nome da arte do mobiliário, é um assunto necessário. Fernando Mendes se descobriu primo de Sérgio Rodrigues quando era ainda estudante de Belas Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro e Arquitetura nas Faculdades Integradas Bennett.

A descoberta uniu a família tanto na vida quanto no trabalho. Sergio Rodrigues abriu espaço em sua criação para a entrada de Fernando Mendes. As formas torneadas da madeira nos desenhos de Sérgio, conhecido por traçar apenas aquilo que queria, não eram nada próximo ao modismo do design mobiliário da década de 1960. Seu estilo único o consagrou e algumas de suas peças foram recentemente produzidas em parceria com Mendes.

Fernando Mendes trabalhou no estúdio Arquitetura e Design de Sergio Rodrigues por sete anos, entre 1993 a 2000, onde colaborou no detalhamento e no acompanhamento de produção de móveis e em 25 construções em madeira. Com atelier próprio, o designer não parou de trabalhar com Sérgio. Peças desenhadas por Rodrigues e produzidas por Mendes trouxeram de volta alguns móveis originais da década de 1960, como a Poltrona Tonico.

A poltrona Tonico é ainda dos tempos quando o designer assinava seus trabalhos pela Oca e Meia Pataca, empresas de Sergio Rodrigues dos anos dourados. Criada em jacarandá maciço com assento e encosto revestido em tecido e apoio de cabeça em couro (de várias cores), a peça é inspirada própria poltrona Mole – possuem uma proposta de conforto semelhante. O nome foi uma homenagem a uma pessoa especialmente querida por Rodrigues, seu cunhado Antonio Mattos, por isso a poltrona foi batizada de Tonico.

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

Como se madeira fosse

Woods recria madeira de forma lúdica em várias plataformas, inclusive na própria madeira

Pinturas de Richard Woods

Pinturas de Richard Woods

As fotos parecem ter saído das páginas de uma revista de cartoon, mas esse trabalho é do artista Richard Woods. Richard é pintor, escultor e agora se aventura também pelo design mobiliário, graças aos móveis de sua parceria com a Estableshed & Sons, que levaram pinceladas ao estilo bem lúdico.

Nascido em Chester (1966), Richard vive na Inglaterra e já exportou seu trabalho para todo o mundo. Suas inusitadas chapas de compensado foram temas de artigos nas páginas do New York Times, The Guardian, Vogue e outros periódicos que se encantaram pelas inusitadas texturas do artista.

O designer estiliza texturas lúdicas em várias superfícies. As placas são pintadas individualmente à mão e cada uma recebe uma máscara de acetato, onde os desenhos do designer são ampliados. No design mobiliário, Woods transportou suas pinturas para aparadores, criados-mudos, cômodas e cadeiras.
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Hugo França inaugura mostra “Resgate na Natureza” no Museu Casa Brasileira

Conhecido por seu trabalho com a transformação da madeira, Hugo França inaugura mostra inédita no Museu Casa Brasileira, em São Paulo

(Foto: Adrés Otero)

(Foto: Adrés Otero)

Hugo França trabalha há mais de 20 anos com madeira e o grande chame de sua arte está na palavra “reaproveitamento”. O designer é conhecido por criar peças mobiliárias e decorativas utilizando-se de madeira descartada pela natureza ou pela ação humana. A partir deste sábado (16), o Museu Casa Brasileira abre suas portas para mostrar aos amantes do design trabalhos inéditos de França.

A mostra traz 15 peças criadas exclusivamente para o espaço. A exposição é composta por esculturas, mesas e bancos confeccionados com madeira de pequi que irão decorar o jardim do museu até o dia 19 de outubro. “Tento manter a textura, a forma e os registros da árvore para preservar os traços naturais. Hoje, 90% dessa madeira é coletada em áreas de plantações”, explicou o designer em entrevista para a Folha de S. Paulo.

(Foto: Adrés Otero)

(Foto: Adrés Otero)

Erradicado da faculdade de engenharia, Hugo França começou sua carreira há 15 anos quando desenvolveu uma relação muito íntima com a natureza e o ecodesign. Como nosso cérebro que vê forma nas nuvens, Hugo vê forma e utilidade em tudo que a natureza produz. O designer transforma troncos semi-queimados, canoas abandonadas e raízes de grandes árvores em objetos de decoração e peças de mobiliário.

Segundo o próprio designer, tudo começa e termina na árvore. Gaucho de nascença e baiano de vivência, Hugo se mudou para Trancoso na década de 1980 onde começou a desenvolver suas “esculturas mobiliárias”, produção que ele executa a partir de resíduos florestais e urbanos. São árvores condenadas naturalmente por ação das intempéries ou pela ação do homem que dentro de uma casa passam a ter uma função.

Na abertura da exposição será lançado também um catálogo de mesmo nome da mostra com ensaios fotográficos de Adrés Otero em Trancoso (BA). as fotos exibem os primeiros paços de Hugo na construção de sua arte: a busca pela madeira descartada pela natureza.

(Foto: Adrés Otero)

(Foto: Adrés Otero)

Serviço

Local: Museu Casa Brasileira (São Paulo)
Data: de 16 de agosto a 19 de outubro
Hora: terça a domingo, das 10h às 18h
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A de ATOA

Paulo Alves

ATOA de Paulo Alves

ATOA de Paulo Alves

ATOA é o nome da peça e esse nome não foi “atoa”, a espreguiçadeira de Paulo Alves é realmente um reduto de descanso. Paulo Alves trouxe os emaranhados de galhos feitos com retalhos de madeiras nobres para sua nova produção, a cadeira ATOA foi lançada no início desse ano.

O designer que tem a madeira como um material marcante de seu trabalho abusou com elegância da linguagem brasileira para lançar a nova peça da Marcenaria São Paulo, parte da coleção 2014.

Paulo é formado em Arquitetura pela Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos e atualmente está à frente da Marcenaria São Paulo. O designer já passou por grandes escritórios, como o de Lina Bo Bardi onde iniciou sua carreira, até ter nome e renome no mercado moveleiro nacional e internacional.

O arquiteto já participou de projetos de revitalização como o do Palácio das Indústrias, mas é conhecido mesmo pela elegância de seus móveis e a linguagem de seu estilo. Em seu design bem brasileiro, a madeira tem voz e vez.

Há dez anos Paulo Alves criou a Marcenaria São Paulo e lá vem desenvolvendo peças de forte linguagem brasileira. O designer já fez inúmeras viagens levando sua exposição aos quatro cantos do mundo e acabou trazendo alguns prêmios de volta para casa ao longo do caminho.

ATOA une gazebo e espreguiçadeira em uma só peça de mobiliário que pode ser traduzida pelas palavras irreverência e criatividade. A de ATOA no AZ, porque Design é nosso Mundo.

O olhar sensível de Pedro Petry

Pedro Petry é designer de madeiras brutas que usa a sensibilidade do olhar artístico para criar belas peças de mobiliário

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Sem modismos ou ideologias truncadas, há 25 anos o atelier de Pedro Petry passou a introduzir, de forma pioneira, peças elaboradas com madeiras defeituosas aos olhos do mercado. Pedro Petry é um designer de madeiras brutas que trabalha na linha da arte. Cada peça é um desenvolvimento criativo que não descarta a beleza de nenhuma rachadura ou falha da madeira bruta.

Para transformar a madeira, Petry já desenvolveu peças com mais de 240 espécies diferentes dessa matéria prima. Conhecido como eco designer, o artista tem como principal caracteriza a sustentabilidade de suas criações naturais. Pedro Petry cria móveis com diferentes madeiras e possui no currículo uma vasta linha de coleções com tendências e estilos bem diferentes.
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Na coleção Arco-Íris o designer trabalha com as cores. Cada peça, lúdica e criativa, aproveita as formas da madeira para trabalhar com o colorido vivo das palhetas de cores quentes. Em uma linha mais sóbria, o artista explora as flores da Amazônia em coleção de mesmo nome. Vitória Régia virou molde de mesa de centro e a folha da Embaúba serviu de inspiração para uma mesa de canto.

Em cada coleção, o designer mostra sua versatilidade e o respeito à natureza. Essa visão ajuda a alterar os padrões de consumo consciente que têm chamado a atenção de um público mais inquieto. Para contribuir com esse trabalho cuidadoso, toda a matéria prima utilizada por Pedro Petry possui certificação FSC – a mais respeitada no mercado.

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Do vidro à madeira

A designer Jacqueline Terpins, conhecida por seu trabalho com cristal soprado, mostra seu talento ao extrair, da rigidez da matéria-prima, móveis sinuosos e fluidos

Chaise Longue Copacabana

Chaise Longue Copacabana

Ao se consagrar com o trabalho em cristal soprado, a designer Jacqueline Terpins ficou conhecida pelas peças que realçam o movimento original do cristal e abusam das formas do vidro. Após 20 anos explorando o vidro como matéria prima, Jacqueline provou que sua competência e talento não se restringem aos trabalhos à 1440º de temperatura. A designer decidiu ampliar sua linha de trabalho e lançou alguns produtos tendo a madeira como matéria-prima.

Artista plástica, Jacqueline Terpins formou-se em Comunicação Visual na Escola de Belas Artes da UFRJ e manteve suas criações de mobiliário muito próximas do meio artístico. Descobriu as possibilidades que o trabalho no vidro oferece após assistir a um documentário tcheco sobre fábricas de vidro soprado e dedicou grande parte da sua carreira para a criação de móveis sinuosos e fluidos extraídos da rigidez dos materiais transformados.

Capaz de entender e explorar ao máximo a capacidade que cada material possui, Jacqueline Terpins diz utilizar sua liberdade de criação para pesquisar várias matérias-primas e suas diferentes formas de expressão. “Quero voltar meu olhar para outros materiais sem nenhuma restrição”, contou a designer quando começou a produzir peças em metal e madeira.

O vidro e o cristal continuaram sendo protagonistas dos trabalhos de Jacqueline, mas a designer criou peças em madeira com intuito de trazer novidades ao design contemporâneo. Foi com essa filosofia que Jacqueline Terpins pegou emprestado as formas dos calçadões da Cidade Maravilhosa e as imprimiu nas peças da Linha Copacabana. A Cadeira e a Chaise longue Copacabana são o resultado da capacidade da designer de trazer para a madeira a fluidez que ela já explorava nos vidros superaquecidos.

Outra peça desenhada na madeira é o Banco Preguiça. De design econômico e simples, o banco reflete sofisticação. Sua base em elipse delgada de madeira é apoiada em duas estruturas finas e quase imperceptíveis quando percebidas por determinados ângulos. A extensa obra da artista pode ser encontrada no Estúdio Jacqueline Terpins em São Paulo, que distribui suas peças para Los Angeles, Nova York e para todo o Brasil, incluindo a Armazém da Decoração.

Chaise Longue Copacabana

Chaise Longue Copacabana
Banco Preguiça

Banco Preguiça

Banco Preguiça

Banco Preguiça

Poltrona Copacabana
Poltrona Copacabana