High Design Expo prepara sua segunda edição

High Design Expo prepara sua segunda edição que ocorrerá entre 8 e 10 de agosto

A semana de design DW! Design Weekend e os amantes do design autoral ganharam, em 2016, mais uma feira de exposição mobiliária, a High Design Home & Office Expo. Este ano, o evento será realizado em três dias de feira entre os dias 8 e 10 de agosto no SP Expo Exhibition & Convention Center das 10h às 20h.

Criada a partir da tradicional feira Casa Brasil, a High Design Expo se posiciona como uma plataforma multimídia de negócios e conteúdo que tem como característica a entrega de experiências e divulgação de peças de mobiliário.

Em 2016 o evento alcançou uma visitação total de 14.120 pessoas. Para 2017 a previsão é de um aumento de 30% no tamanho da exposição. O evento contará com exposição, palestras e premiações relacionadas ao design e à arquitetura de alto padrão. Ocorrerá também, durante o evento, a cerimônia de premiação do prêmio Salão Design.

Rodrigo Calixto em constante experimentação

O trabalho mobiliário na madeira de Rodrigo Calixto

Rodrigo Calixto se vê como uma espécie de alfaiate, mas sua função é vestir a casa. Tira molde, cria desenhos, se inspira e, no final, entrega peças de móveis do material que mais se identifica: a madeira.

Espanta saber que Calixto não é viciado em desenhos. Seus “croquis” possuem mais palavras que rabiscos. Mas de alguma forma estas palavras são tridimencionalizadas em belas peças de mobiliário, tudo sem ajuda de computadores. É que o designer acredita que trabalhar a madeira é “viver em um processo criativo pautado pela observação”.

Rodrigo Calixto formou-se desenho industrial na PUC-Rio, mas aprendeu mesmo a fazer móveis com o trabalho diário em sua oficina, a Oficinaethos. Seu contato com a madeira, entretanto, vem de muito antes que a faculdade. Aprendeu grande parte do que sabe com o pai, que era marceneiro nas horas vagas – tinha uma marcenaria por hobby.

Ele conta que a criação da oficina foi muito mais uma forma de esconder sua timidez por trás de uma instituição. Rodrigo se apresenta como um marceneiro autodidata e quando começou, confessa, pouco sabia. Ter uma oficina que não levava seu nome era uma forma de trabalhar sem se pressionar. Mas o trabalho deu certo e hoje Rodrigo cria, ao lado do sócio Guilherme Sass, obras de arte na madeira.

Seu trabalho prioriza encaixes, aproveita a beleza da madeira vinda de demolição e explora o que encontra na biodiversidade de seu país. “Se eu trabalho com madeira, que é um bem cada vez mais escasso, é preciso que eu imprima nela um mínimo de respeito”, explica o designer.

Imagens: divulgação

A arquitetura na fotografia de Yuri Serôdio

O vazio dos espaços públicos ganha um outro olhar pelas lentes de Yuri Serôdio com a mostra Compassos Paralelos

 


Ser um fotógrafo filho de arquiteto fez do trabalho de Yuri Serôdio a união entre os dois campos da arte e conhecimento. O que faz uma pessoa apaixonada por desenho, mas que ganha a vida das lentes da sua câmera? Fotograva a beleza da arquitetura. Ou melhor, do vazio da arquitetura.

As fotografias de Serôdio enfatizam a arquitetura e a perfeita simetria, com a intenção de desvendar o olhar e silenciar o pensamento invadido pelo caos visual das cidades contemporâneas. E de onde vem o vazio? O fotógrafo captura imagens de locais abrigam grandes públicos, mas sem a presença do homem.

O pernambucano Yuri Seródio – hoje vive e trabalha em São Paulo – é filho de pai arquiteto. Talvez dai venha sua admiração pelo desenho e pela simetria da arquitetura. Cursou sua graduação na Faculdade de Ciências Humanas em Recife, mas em São Paulo fez Fotografia e História da Arte.

Este ano apresenta sua primeira exposição individual na Luis Maluf Gallery, em São Paulo, entre os dias 06 e 31 de julho com onze fotografias feitas em teatros, cinemas, palácios e bibliotecas no Brasil e no mundo como parte da mostra Compassos Paralelos. A geometria do belo e a beleza do vazio são os enfoques dados pela exposição.

SERVIÇO

Compassos Paralelos
Onde: Luis Maluf Gallery, SP
Quando: de 6 a 31 de julho de terça a sexta
das 11h às 20h. Sábados, das 11h às 18h.
Quanto: Entrada gratuita

Fotografias: Yuri Serôdio

Vitorino Campos: moda e arquitetura em um mesmo traçado

Vitorino Campos se inspira na arquitetura para fazer moda

Zaha Hadid

Já imaginou fazer da arquitetura moda? Vitorino Campos já. O estilista não só imaginou, como colocou sua mente criativa em prática. Ele utiliza as linhas retas e curvas que dão origem a edifícios quase artísticos da arquitetura mundial e as transforma em peças de roupa. E ele não é o único, pois não é de hoje que moda e arquitetura cruzam seus caminhos.

Reinaldo Lourenço usou Portugal como inspiração para a coleção de inverno da São Paulo Fashion Week no ano passado. Bairros e edifícios serviram de inspiração para o estilista. A marca Maria Bonita usou os traços de Lina Bo Bardi como inspiração para uma coleção apresentada em 2010 também na cidade de São Paulo – berço afetivo da arquiteta italiana.

A arquitetura, no entanto, é uma influência quase que constante nos trabalhos de Vitorino Campos. O estilista está à frende da marca que leva seu nome e também da famosa Animale, esta que em 2016 dedicou toda uma colação a Tadao Ando. Tadao é um arquiteto japonês de vertente modernista, ganhador do Pritzker em 1995, que muito se utiliza do concreto e das linhas retas. “Fiquei encantado pelas linhas limpas e simples e o uso da luz natural como elemento arquitetônico”, explicou o estilista.

O estilista estuda a obra do arquiteto e traduz sob sua própria ótica. Zaha Hadid também recebeu homenagem em forma de roupa. “Fico abismado com a capacidade dela em transformar estruturas e materiais tão pesados em curvas tão leves. São obras contemporâneas repletas de personalidade”, declarou Vitorino.

“Uma estrutura metálica pode se tornar uma bolsa; uma porta, um bolso. Tudo depende do olhar que se tem”. E seu olhar não desperdiça nada. O estilista aproveita até os materiais utilizados por arquitetos e os transforma em artigos de moda, como pulseiras, brincos e bolsas. O estilista mostra que na arte, tudo se aproveita e na criatividade, tudo se mistura.

David Chipperfild

Tadao Ando

Tadao Ando

Zaha Hadid

Imagens: Divulgação

China cria primeira cidade sustentável do mundo

Marcado para 2020 a inauguração da primeira Cidade Jardim do mundo, no interior da China


Não é de hoje que a China tem investido em projetos de sustentabilidade, mas o anúncio do projeto mais recente ultrapassou qualquer outro no assunto em todo o mundo. É que o país iniciou a construção da primeira cidade floresta do mundo instalada em Liuzhou.

Serão mais de 40 mil árvores e um milhão de plantas de diversas espécies distintas. A ideia, saída da mente criativa do italiano Stefano Boeri, é cobrir de verde a fachada de todos os edifícios da cidade: hospitais, escolas, casas, hotéis, escritórios e comércio ficarão revestidos de plantas e árvores.

Se o nome do arquiteto parece familiar é porque o italiano foi responsável por um dos jardins verticais mais famosos do mundo, construído em Milão no ano de 2014. Foi após sua popularização que outras cidades do mundo passaram a receber edifícios com o projeto similar.

A cidade chinesa está sendo projetada para abrigar cerca de 30 mil habitantes em um terreno de 175 hectares. O verde que dá ao projeto urbano o título de cidade 100% sustentável será o responsável pela qualidade de vida de seus moradores, já que irá melhorar a qualidade do ar, diminuir a temperatura média do ambiente e criar barreiras naturais contra a poluição sonora.

O escritório de Stefano Boeri destaca que esta será a primeira vez no mundo que um complexo urbano combinará o desafio da auto suficiência energética e do uso de energia renovável com o de aumentar a biodiversidade e efetivamente reduzir a poluição do ar – a diversidade das plantas escolhidas possibilitará que novos habitats sejam criados para aves, insetos e pequenos animais. E se você acha que 30 mil é pouco, lembre-se que Goiânia foi projetada para habitar este mesmo número de pessoas.

 

Imagens: Divulgação

A elegância formal de Giuseppe Scapinelli

Italiano radicado no Brasil, Giuseppe Scapinelli se destacou como um dos principais nomes do modernismo mobiliário

Modernista de linhas sinuosas, o italiano Giuseppe Scapinelli escolheu o Brasil como segunda pátria e, ao lado de nomes como Sergio Rodrigues, Joaquim Tenreiro e Lina Bo Bardi, conquistou o título de mestre do design moveleiro nacional.

A importância de seu trabalho foi exposta por Sérgio de Campos no livro Giuseppe Scapinelli 1950: o Designer da Emoção. Sérgio vê o trabalho de Giuseppe como um modernismo afastado do racionalismo europeu. Para ele, o designer assumiu uma linha mais humanista da modernidade.

O que se vê do trabalho do italiano de raízes brasileiras é a atemporalidade. Suas peças são impactantes e, em alguns casos, até futuristas. Exemplo desse trabalho é a Poltrona GS. GS é filha das cadeiras de mesmo nome criadas na década de 1940 e atualmente reeditadas pela Etel Interiores.

A peça, assim como grande parte do trabalho de Giuseppe Scapinelli, foi lapidada na madeira. Scapinelli foi um multiartista, trabalhou como pintor escultor e moveleiro até sua morte, em 1982 em São Paulo.

150 anos de Frank Lloyd Wright

MoMA cria exposição inteiramente dedicada às obras de Frank Lloyd Wright para comemorar seus 150 anos

Unity Temple, em Illinois

O legado deixado por Frank Lloyd Wright não é pequeno. Não só em termos de quantidade, mas também de importância. O arquiteto é um dos grandes nomes do seguimento no mundo e conquistou esta posição em razão de um trabalho modernos feitos dentro da lógica da arquitetura orgânica.

O título de pai da arquitetura do século 20 fez com que o trabalho de Wright jamais passasse em branco, por isto, no mês que Frank Lloyd Wright completaria 150 anos, o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) criou uma exposição inteiramente dedicada às suas obras: Frank Lloyd Wright at 150: Unpacking the Archieve.

A exposição reúne arquivo elaborado pela Universidade de Columbia em 2012 com as principais obras do arquiteto, bem como seus trabalhos menos conhecidos. A mostra, em cartaz desde o dia 12 de junho, conta com aproximadamente 450 obras de todas as fases da carreira de Wright, incluindo desenhos de arquitetura, modelos, maquetes construtivas, filmes, aparições em programas de televisão, mídia impressa, mobiliário, tecidos, pinturas, fotografias e anotações.

Frank Lloyd Wright foi o pai da arquitetura orgânica, movimento que trabalha a arquitetura com organismos vivos. Para o arquiteto estadunidense, o vazio é o ponto culminante da arquitetura, já que é no vazio das paredes que vivemos. Na arquitetura orgânica, uma casa deve nascer para atender às necessidades das pessoas como se realmente fosse um organismo vivo.

O trabalho de Wright representa uma importante parte da história da arquitetura mundial, por isto dez de suas construções  receberam o status de Patrimônio Mundial da Unesco, ato que impõe a obrigação de preservação das obras.

Essenciais Decameron

Decameron uniu um time de designer de peso para criar a nova coleção 2017

O time de designers composto por Marcus Ferreira, Guilherme Wentz, a dupla Gabriela e Vinicius do Estudio Ninho e Juliana Llussá, se juntou mais uma vez na Decameron, agora, apresentando a coleção Essenciais.

“Encaro como uma das coleções mais elegantes e maduras que criamos”, explicou Marcus Ferreira. Os móveis seguem o rigor técnico que acompanha o trabalho de todos os designers envolvidos na coleção. “Todos os projetos seguiram critérios bem específicos de funcionalidade que vai totalmente ao encontro do que acredito e projetamos para a Decameron nos próximos anos”, completou o proprietário da marca.

A coleção foi batizada como “Essenciais” em razão do que quis expressar.  O objetivo da linha de móveis 2017 é estampar a essência da Decameron que está, a cada ano, mais madura. Ao mesmo tempo, são peças que contribuem para tornar espaços também essenciais à convivência e ao relaxamento de todos os usuários.

 

Casa Cor Goiás em movimento

Casa Cor Goiás chegou ao fim, mas as lentes da nossa câmera capturou os melhores espaços da mostra em 2017

Casa Cor fechou suas portas esta semana e vai já deixando saudades. Os melhores momentos da 21ª edição da mostra, no entanto, foram capturados pelas lentes do artista e fotógrafo Marcus Camargo. Fiquem então com os melhores ambientes, com o melhor do design, da Casa Cor Goiás 2017:

Casa do Boi

Em sua 21ª edição na mostra, Leo Romano assina o espaço que recebe a exposição de animais vivos


Após 20 anos de Casa Cor, Leo Romano ganhou em 2017 um presente: o projeto da casa de um animal que carrega sua marca. “Este ano eu não escolhi o ambiente, fui escolhido por ele”, brincou o arquiteto e designer. Eliane Martins e Sheila Podestá, organizadoras do evento em Goiânia, decidiram trazer para a casa este ano um animal vivo para exposição.  Lavrado e Mococa foram os selecionados para passar uma temporada na casa design e não tinha ninguém melhor que Leo para oferecer ao charmoso casal um abrigo à altura.

Além de traduzir uma importante parcela da economia do nosso estado, o boi também faz parte da história profissional de Leo. O arquiteto ousou ao usar um boi de fibra na Casa Cor Brasília no ano de 2004. Após essa mostra, incorporou a figura a sua marca.

A Casa do Boi faz parte do anexo da Casa Cor e, de longe, se vê apenas o pequeno curral feito para receber Lavrado e Mococa. “Fizemos um espaço no canto como um elemento surpresa”, disse Leo. Deu certo. Não há como não se surpreender com o ambiente de 450 m², que é um misto de elevação espiritual com requinte material. É que, para Leo, boi é um símbolo de força e riqueza.

O complexo criado pelo arquiteto gira entorno dos animais que ali se abrigam. Tudo se remete ao boi, ainda que o ambiente tenha sido dividido em quatro: capela, varanda, praça e curral. Para formação deste conceito, Leo relembrou uma infância vivida no meio rural e mesclou com a estética das capelas de fazenda.

Para que o curral garantisse a melhor estadia para os animais, foi instalado nas sombras de uma mangueira já existente no terreno. Uma praça separa o curral dos edifícios principais. Nela, um grande banco e uma mesa de confraria dá boas-vindas aos visitantes e anuncia de modo contemporâneo a atmosfera do espaço. Ao fundo se vê o que foi batizado por Closet do Boi. Ali, vários elementos usados diariamente no trato animal são expostos de maneira lúdica e cenográfica.

Da praça se ouve também o som celestial saindo de dentro da capela. Durante a mostra, a trilha sonora ficou ligada com uma música que compunha com o ambiente para criar um clima celeste.  Ao lado dos animais vivos em exposição, a capela dividiu o protagonismo do ambiente. Mobiliário, arte e design dialogam para recriam as capelas de fazenda em uma releitura de luxo, design e audácia.

A imaculada capela remontam discretamente os espaços ecumênicos e celebra a criação e a vida. O ambiente recebeu o melhor do design brasileiro, como as poltronas Chifruda, de Sérgio Rodrigues, a poltrona Latão, de Lina Bo Bardi, a poltrona Jangada, de Jean Gillon e a mesa Amorfa, de Arthur Casas. Obras de arte assinadas em parceria por Leo Romano e a artista plástica Iêda Jardim são o toque final nas paredes do espaço.

Fotos: Marcus Camargo