Viés do Design brasileiro: José Zanine Caldas

Peça de José Zanine Caldas é reeditada pelo projeto Viés

José Zanine Caldas (Foto: divulgação)

José Zanine Caldas (Foto: divulgação)

Viés é o novo selo do mobiliário de luxo brasileiro. O projeto visa aliar as linguagens do design brasileiro, tanto atuais como as da década de 1950, para colocar no mercado peças que representem a brasilidade do país. Até aí o Blog AZ já falou bastante, mas vale lembrar que Zanini de Zanine, Ronald Scliar Sasson e Flavio Franco não estão apenas colocando sob o selo Viés suas peças, mas reeditaram também moveis de grandes nomes do design nacional.

José Zanine Caldas, pai de Zanini de Zanine, foi paisagista, maquetista, escultor, moveleiro e arquiteto autodidata. Deixou-nos em 2001 vítima de um enfarte aos 82 anos de idade, mas suas obras permanecem vivas. Foi da oficina de Zanine Caldas que saíam os protótipos de projetos assinados por nomes como Lúcio Costa, Oswaldo Arthur Bratke e Oscar Niemeyer. No final da década de 80, seu trabalho foi exposto no Museu do Louvre, em Paris, trazendo-lhe reconhecimento internacional.

Nascido em Belmonte, sul da Bahia, Zanine foi apaixonado, desde criança, por obras e serrarias. Aos 13 anos, ele começou a fazer presépios de Natal para os vizinhos usando caixas de seringa do pai, médico, feitas de papelão. Mais tarde, tomou aulas de desenho com um professor particular e, aos 18 anos, foi para São Paulo trabalhar como desenhista numa construtora. Dois anos depois, abriu firma própria no Rio de Janeiro para construção de maquetes.

O projeto Viés trouxe uma de suas obras em 2015. O Banco Belmonte é uma reedição de seu banco maciço produzido na década de 70 a partir de descartes do desmatamento da mata atlântica no sul da Bahia. Zanine era, desde cedo, preocupado com a questão ambiental. Seu principal objetivo era evitar a crescente destruição das florestas no país.

Banco Belmonte (Foto: Claudio Fonseca)

Banco Belmonte (Foto: Claudio Fonseca)

Chega ao fim mais uma temporada da Casa Cor Goiás

Hoje foi o último dia da temporada 2015 da mostra Casa Cor Goiás, que encerrou mais uma edição de sucesso

Casa Cor GOIAS

Em 2015, a maior mostra de design, arquitetura e paisagismo do Centro-Oeste completou 19 edições e encerrou mais uma temporada de sucesso. Este ano, a exposição goiana – comandada pelas as arquitetas Eliane Martins e Sheila Podestá – foi instalada na Mansão Anis Rassi, Setor Marista, para abrigar 37 ambientes projetados por 56 profissionais de arquitetura, decoração e paisagismo do estado.

Pertencente ao grupo Abril, a Casa Cor é reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas e reúne, anualmente, renomados arquitetos, decoradores e paisagistas em mostras espelhadas por todo o país – que contou em 2015 com outros 19 eventos nacionais localizados em Alagoas, Bahia, Brasília, Campinas, Ceará, Espírito Santo, interior de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina, além de outros quatro eventos internacionais no Peru, Chile, Equador e Bolívia.

A mostra se apresenta como vitrine das tendências efervescentes nas áreas de arquitetura e decoração, mas conseguiu se despir do modismo que acompanha alguns eventos do mesmo seguimento. O lema de 2015 foi “Menos é Mais e Melhor” e a proposta não poderia ter sido mais acertada. Os arquitetos desempenharam um brilhante papel ao abandonar as tendências megalômanas para dar valor às origens e relações pessoais nos projetos de seus ambientes.

Outra novidade da Casa Cor 2015 foi o tema. A proposta de inspiração foi na brasilidade, definida por meio de um mapeamento de macrotendências que identificou o Brasil como referência de um lifestyle leve, alegre, diverso e encantador. “Ninguém abre a porta de casa de forma mais hospitaleira do que o brasileiro. Nosso objetivo é homenagear a identidade nacional. Por isso, estamos olhando mais para o nosso design e reconhecendo o valor da nossa cultura, história e jeito de ser”, explicou Eliane Martins ao falar da proposta para este ano.

Os 3.500 m² do Setor Marista que abrigaram a mostra fizeram parte da história da Casa Cor, que não é contada sem o auxílio luxuoso do Armazém da Decoração. Este ano, os móveis e artigos de decoração da loja fizeram parte de 13 dos 37 ambientes da casa. Encerramos mais uma temporada da Casa Cor com os cliques de Marcus Camargo dos elegantes ambientes de nossos amigos e parceiros.

Varanda

Varanda

Sorveteria

Sorveteria

Sala de Jantar

Sala de Jantar

Restaurante

Restaurante

Lounge Rio Quente

Lounge Rio Quente

Loft Léo

Loft Léo

Licença, seu Poteiro!

Licença, seu Poteiro!

Jardim Brasil

Jardim Brasil

Garagem Aventureiro

Garagem Aventureiro

Family Room

Family Room

Escritório

Escritório

Cozinha Mãe Joana

Cozinha Mãe Joana

Bilheteria

Bilheteria

Sale Casa Cor Goiás 2015

Último dia de Casa Cor 2015 é também dia de sale dos produtos da mostra

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A Casa Cor está chegando ao fim. Isso mesmo, estamos a alguns minutos do último dia da maior mostra goiana de design, paisagismo e arquitetura; mas nem tudo que acaba vai com tristeza. É claro que para que não pode conferir a exposição de 2015 sua partida é motivo de lamentação, mas ela não vai sem deixar suas peças.

Hoje e amanhã são os dias que os amantes do design puderam e poderão levar para casa os móveis e objetos de decoração que mobiliaram a 19º edição da Casa Cor Goiás. O Armazém da Decoração, que este ano ajudou a decorar 13 dos 37 ambientes da mostra, faz parte desse grande sale. É que as peças da Casa estão com 30% de desconto.

O dia 24, que põe um fim á exposição 2015, é realmente a ultima oportunidade de levar para casa esses móveis e objetos de decoração que ajudaram a dar vida para a brasilidade que ergueu a Casa Cor Goiás 2015… Aproveite!!!
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Fotos: Marcus Camargo

Licença, seu Poteiro!

Regina Amaral utilizou seu ambiente para abraçar não apenas a brasilidade como as origens do povo goiano

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Antônio Batista de Sousa era para ser o dono do ambiente. Mais conhecido como Antônio Poteiro, o escultor português que viveu a vida em Goiânia é o protagonista do Studio projetado pela designer de interiores Regina Amaral na 19ª edição da Casa Cor Goiás. Regina Amaral participa da mostra pelo 13º ano e, em 2015, pediu licença para este grande artista, que nos deixou em 2010 vítima de uma parada cardiorrespiratória, para fazer de suas obras a inspiração de um ambiente.

O lounge Licença, seu Poteiro! é uma homenagem ao artista, por isso se inspirou na simplicidade e rusticidade, onde a natureza invade o ambiente trazendo tranquilidade e leveza para o espaço. “Quando participo da mostra, gosto de fazer um ambiente pensando nos meus gostos, por isso homenageio Poteiro este ano”, contou Regina. “Quis trabalhar juntamente com suas obras, então as cores escolhidas para decorar o ambiente são aquelas presentes em sua obra”, explicou a designer.

Nas paredes, os quadros de Poteiro e nas prateleiras, suas cores. O ambiente de Regina foi todo projetado em madeira, deixando que apenas as cores do artista se destacassem. O projeto se apoiou prioritariamente em uma ideia sustentável. Todas as madeiras empregadas são reutilizadas ou oriundas de reflorestamentos. O piso e o teto em vinilico são ecologicamente corretos, tendo sido fabricados com o uso de materiais recicláveis.

O espaço remete às origens goianas, estabelecendo um diálogo entre o contemporâneo e o rural. Os revestimentos em cerâmica feitos pelo artista Américo Poteiro cobrem uma superfície do espaço, conferindo um tom de contemporaneidade que, ao mesmo tempo, lembra as origens do povo goiano.

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Foto: Marcus Camargo

Viés do Design brasileiro: Ronald Scliar Sasson

Ronald Scliar Sasson é um dos nomes do novo selo Viés do design brasileiro

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Ronald Scliar Sasson nasceu em Curitiba, em 1967, e, como designer por formação, iniciou cedo o interesse pela marcenaria. O paranaense frequentava a fábrica de móveis da família e já namorava quando jovem a profissão que seguiria depois de adulto. Em 1985 foi morar por mais de um ano na Europa e Oriente médio, onde se ambientou com as novas formas de se pensar a estética do mobiliário.

“O design brasileiro começou com grande influência nórdica e a brasilidade veio com o tempo sem perder a alma e a influência da madeira”, afirmou o designer. A busca e o achado dessa brasilidade teve sua origem na década de 1950, por isso Ronald se uniu aos colegas de profissão Zanini de Zanine e Flavio Franco para desenvolver o Projeto Viés, uma aliança entre as linguagens dos tempos áureos do design brasileiro com o trabalho contemporâneo que vem sendo desenvolvendo pelos grandes nomes atuais do mobiliário nacional.

“Depois deste período dos anos 50, o design brasileiro visitou várias vertentes e buscou outras formas de amadurecimento, porém o design modernista voltou a ocupar seu lugar com ar contemporâneo na sua mais pura essência”, afirmou Ronald.“Acredito que o meu design é mais contemporâneo e industrial, porém, depois de iniciado este projeto, voltei a buscar minhas influências modernistas”, concluiu.

Para o lançamento de 2015, Ronald Scliar Sasson criou a Poltrona Boscoli, usinada em centro de cinco eixos. A Boscoli é um retorno do designer ao modernismo brasileiro e também uma referência à influência nórdica em suas criações. “Para o público, os consumidores e os amantes do design, a mensagem que fica é a confluência de valores e a projeção de linguagem mútua”, explicou Ronald.

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Fotos: Claudio Fonseca

“A nossa cara”

Ambiente das arquitetas Cynara e Karina de Siqueira, inspirado nelas mesma, reflete o desejo de todos

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Aquilo que inspira as próprias criadoras foi o ponto de partida para que as arquitetas Cynara e Karina de Siqueira dessem vida ao Escritório da Casa Cor Goiás 2015. Porta de entrada para a mostra desse ano, o ambiente das veteranas de Casa é o primeiro que o visitante se depara ao entrar na mostra. Em sua 12ª participação na Casa Cor Goiás, Cynara e Karina assinam um ambiente de trabalho e muita criatividade.

“Sempre quando vamos desenvolver um projeto, procuramos criar algo que seja a cara do cliente. Na Casa Cor, decidimos fazer algo que fosse a nossa cara”, confessou Karina ao Blog AZ. O estúdio foi literalmente feito pensando em servir como local de trabalho para uma arquiteta, mas poderia fazer parte da casa de qualquer pessoa, com qualquer profissão.

Com 45 m², o ambiente foi projetado visando a ergonomia dos espaços, do mobiliário e da iluminação de forma a proporcionar aconchego, conforto e produtividade. Muita cor e integração foram as palavras de ordem para ordenar o ambiente. No fundo, a parede de reboco aparenta ser uma espécie de continuação visual para a fiação aparente do teto e da televisão. No meio do ambiente, o mobiliário eclético mistura as cores neutras do branco e cinza com o colorido das poltronas e a madeira das estantes.

A ambientação é complementada pelo livreiro Jatobá da designer Etel Carmona, a estante Niño, de Henrique Steyer, a estante 22 Tauary do designer Paulo Alves, a estante Cruz, da Adress e o abajur Cindy, da Kartell. Destaque recebeu também o carpete em placas interface aplicado ao piso, que acaba sendo uma boa opção em ambientes corporativos e deu ao espaço uma mistura de casa com local de trabalho.

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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Viés do design brasileiro: Flavio Franco

Flavio Franco é um dos criadores do Projeto Viés e lançou em 2015 o Banco Amy

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“O design brasileiro da década de 50 é o alicerce para o nosso atual”. Foi debruçado sobre este lema que o designer Flavio Franco se uniu ao carioca Zanini de Zanine e ao paranaense Ronald Scliar Sasson para, juntos, criarem um novo selo do design nacional. O projeto Viés entrou no mercado brasileiro com o objetivo de lançar, anualmente, peças de design mobiliário que unem a linguagem desenvolvida na década de 50 com aquela feita nos dias atuais.

Para Flavio, foi durante o período modernista que os materiais genuinamente brasileiros, como a madeira, o couro e as pedras, foram trabalhados à exaustação. “Ainda hoje essa época de ouro do design brasileiro serve de inspiração para vários profissionais, porém acho que devemos ter uma linguagem própria da nossa época, com traços autênticos do momento em que vivemos”, explicou o designer.

Flavio iniciou seu trabalho como arquiteto em 2000, ano que se formou pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco. No final de 2012, lançou sua primeira linha de mobiliário, sendo convidado para as exposições “Do moderno ao contemporâneo – design brasileiro de móveis”, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e Brasil S/A, em Milão.

Este ano, o projeto Viés já fez seu lançamento com peças dos criadores do selo bem como de Aida Boal e José Zanine Caldas. Flavio Franco desenvolveu uma estrutura em madeira e laminada em freijó. O Banco Amy é formado pelas interseções de vários planos com fixação oculta entre si, transmitindo um visual com equilíbrio e movimento.

O projeto Viés foi a oportunidade encontrada para unir dois tempos e duas linguagem a um só design. “Acho que pela primeira vez formou-se um grupo tão eclético, várias gerações estão envolvidas nesse projeto e, o melhor, com profissionais dos quatro cantos do país”, comemorou Flavio.

 

Flavio Franco - Banco Amy (Foto: Claudio Fonseca)

Flavio Franco – Banco Amy (Foto: Claudio Fonseca)

Flavio Franco - Banco Amy (Foto: Claudio Fonseca)

Flavio Franco – Banco Amy (Foto: Claudio Fonseca)

Viés do design brasileiro: Zanini de Zanine

Zanini de Zanine é um dos criadores do novo projeto de design que alia os traços modernistas ao desenho contemporâneo

Zanini de Zanine (Foto: divulgação)

Zanini de Zanine (Foto: divulgação)

Viés é uma trajetória ou direção oblíqua, segundo o dicionário. É uma linha ou segmento diagonal. No design, Viés é a união do design contemporâneo – inquieto e indiferente ao modismo e às práticas tecnológicas que apenas afastam o criador de sua criação – com aquele design modernista que, nas décadas de 1950 e 1960, impulsionaram a construção da linguagem do mobiliário nacional.

Unir esses dois tempos foi o desejo do trio que criou o projeto Viés, hoje um Selo do design nacional que se propõe a fazer o lançamento anual de peças do mobiliário brasileiro modernista e contemporâneo. Um desses nomes já é conhecido do Blog AZ, pois sua criatividade já foi pauta pra muita matéria nossa.

Zanini de Zanine nasceu no Rio de Janeiro e, ainda na infância, observava o trabalho do pai, José Zanine Caldas. Se o talento veio de berço ou de convivência paterna é difícil saber, sabemos apenas que Zanini de Zanine não poderia seguir outro caminho. Nomeado Designer do Ano pela Maison & Objet Americas 2015, Zanini de Zanine graduou-se em Desenho Industrial pela PUC-Rio em 2002 e, a partir de então, começou a produzir móveis em madeira maciça, com peças de demolição que batizou de “Carpintaria Contemporânea”.

Em 2005 começou a desenvolver peças produzidas industrialmente, deixando de escolher apenas a madeira como material para o seu design. Atualmente, o designer dirige o escritório de leva seu nome: Studio Zanini e á recebeu os mais importantes prêmios de Design do Brasil e fora pelos móveis que criou nos dois segmentos.

Juntamente com Ronald Scliar Sasson e Flavio Franco, está a frente do novo selo Viés, que está distribuindo pelo Brasil mobiliário criados por eles e por outros nomes tradicionais do design nacional. Nesta primeira coleção de 2015, Zanini de Zanine lançou a Poltrona Serfa.  “O que une o design de hoje ao criado nas décadas de 50 e 60 é o calor, o uso continuo da madeira”, explicou o designer sobre a relação da Serfa com o passado.

Para Zanini, o aspecto das peças dos anos 50 que estão sendo trazidas para as criações contemporâneas da Viés são a elegância e a delicadeza. “Com o Viés, vamos tentar apresentar uma linha de raciocínio, confrontar os trabalhos que têm brasilidade em diferentes momentos, como o Zanini Caldas, nos anos 50, e o Ronald Scliar Sasson e o Flavio Franco, na década de 90. Sempre reforçando o contraste de diferentes regiões dessa imensidão que é o Brasil”, concluiu.

Zanini de Zanine - Poltrona Serfa (Foto: Claudio Fonseca)

Zanini de Zanine – Poltrona Serfa (Foto: Claudio Fonseca)

O Viés do design brasileiro

Projeto reúne nomes contemporâneos e modernistas do criativo circuito de designers brasileiros para o lançamento de peças de mobiliário

 

Zanini de Zanine - Poltrona Serfa

Zanini de Zanine – Poltrona Serfa

O que o design modernista representa para o mobiliário nacional é um tema de tamanha importância que os designers Flavio Franco, de Teresina, Zanini de Zanine, do Rio de Janeiro, e Ronald Scliar Sasson, de Gramado, resolveram desenvolver um projeto com o objetivo de criar móveis de madeira assinados e catalogados anualmente que têm o modernismo como um de seus maiores traços.

Viés foi o nome escolhido pelo trio para batizar a coleção que explora dois lados de um mesmo design. De um deles estão as formas puras, criadas por ícones das décadas de 50 e 60 que contavam com os recursos nem sempre suficientes da indústria moveleira nacional, ainda em seus primeiros passos – como José Zanine Caldas e Aida Boal. Do outro, uma geração que poderia contar exclusivamente com tecnologia a serviço do móvel, mas que não abre mão da poesia.

Foi sobre este mesmo teto criativo que nasceu o projeto Viés, selo para venda de mobiliário assinado, catalogado e carregado de histórias. O Projeto Viés apresenta a sua primeira série de peças de premiados designers nacionais contemporâneos e importantes representantes da história do mobiliário modernista brasileiro. Uma edição de peças será produzida a cada ano por fábricas brasileiras para serem comercializadas nas lojas e galerias do Brasil, como a Armazém da Decoração.

O novo Selo Viés não poderia chegar ao Brasil sem fazer uma parada no Blog AZ, então durante esta semana vamos apresentar um pouco melhor o projeto por meio de seus designers… Aguardem!

Jose Zanine Caldas - Banco Belmonte

Jose Zanine Caldas – Banco Belmonte

Aida Boal - Poltrona Christina

Aida Boal – Poltrona Christina

Fotos: Claudio Fonseca

A fluidez da água no Lounge Rio Quente

Heitor Arrais e W. Leão Ogawa conseguiram captar a essência do projeto que ficaram responsáveis durante a 19ª edição da Casa Cor Goiás

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A fluidez da água é protagonista não apenas no Rio Quente Resorts. O espaço da empresa na 19ª edição da Casa Cor Goiás, maior mostra de arquitetura e design do estado, ficou sob a responsabilidade do escritório Leão Arrais. Os arquitetos Heitor Arrais e W. Leão Ogawa, veteranos de mostra, aproveitaram o tema da Casa Cor em 2015 – brasilidade – para unir com a finalidade da empresa, que é vender o descanso em meio à natureza.

A dupla criou o projeto do Lounge do Resort tendo a água como elemento marcante do espaço. Ela segue seu fluxo de maneira visceral, entremeando o ambiente, de 50m², e dando vida ao espaço que é quase um organismo vivo e com vontade própria. “Queríamos trabalhar com a água, então acabamos enfrentando um grande desafio que foi o de geometriza-la e rematerializa-la no metal”, explicou Ogawa.

Foi esta nova água que invadiu todo o ambiente do Lounge, originando as funções que competem ao espaço proposto. Os profissionais procuraram a verdade dos materiais, utilizando concreto aparente, piso em cimentício branco, mármore preto e madeira tudo em busca de fazer um ambiente programado para acolher todas as pessoas sem um público alvo.  “Nós tínhamos que seguir um programa já estabelecido com lugares para os clientes do Resort serem atendidos, então tivemos que trabalhar em cima disso”, contou Heitor. “O lugar não tem um padrão de público porque o Resort recebe pessoas de todos os universos e estilos, então pensamos em um lugar acolhedor para que todos se sentissem bem”.

Todo o mobiliário selecionado para o ambiente é em madeira. A brasilidade, além de bem estampada pelo estilo natural e pelas cores neutras, recebeu uma atenção especial na escolha das peças que mobiliaram o espaço, todas de designers nacionais. Paulo Alves, Carlos Motta e Fernando Mendes, conhecidos por serem fortes expressões do design brasileiro, foram as acertadas escolhas dos arquitetos.

As vegetações abraçam o ambiente composto por plantas como o alecrim e a hortelã, que completam a experiência sensorial e permitem uma sinestesia no espaço. Toda iluminação é em Sistema Vector, seguindo a linguagem das conexões e linhas propostas no projeto. Ele tem a mobilidade de combinações diversas e formas infinitas, assim como todo o ambiente do Heitor e Ogawa.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo