Comissão de frente em grande estilo

Aletéia e Stella assinam a bilheteria da Casa Cor Goiás 2015

 

0.1  STELA E ALETEIA Foto Marcus Camargo
Diz o dito popular que nós, seres humanos, julgamos um livro pela capa. Acho que a extensão desse ditado é que analisamos uma casa pela entrada e uma mostra de design, pela sua bilheteria. Diante disto, nem precisaríamos dar um giro por toda Casa Cor Goiás para reconhecer o alto padrão da edição de 2015, o ambiente de Aleteia Tolentino e Stella Maris Xavier já nos conta isso desde na entrada.

O cartão postal da mostra, sua bilheteria, foi projetada pela arquiteta Aleteia e a designer de interiores Stella, ambas veteranas de Casa. O espaço, de 25 m, foi desenvolvido a partir da criação de uma forma geométrica totalmente personalizada que, em conjunto com os materiais que imitam aço e concreto, resultam em um espaço impactante.

Elegância ao estilo brasileiro, sem esquecer o design europeu. Muita madeira e os tons em bege presentes nas paredes e no teto promovem a brasilidade que caracteriza a 19ª edição da mostra. O design europeu é representado por nada menos de Philippe Starck e suas controversas banquetas de anão produzidas pela Kartell.

Uma marquise faz a marcação da entrada. Sob a mesma, as profissionais fizeram o uso de bambu, uma planta resistente e que compõe visualmente a proposta para a Bilheteria. O projeto luminotécnico faz toda a diferença no ambiente, criando uma atmosfera de drama no elemento vazado criado pelas designers – processo de corte a laser altamente tecnológico.

4.1  STELA E ALETEIA Foto Marcus Camargo 3.1  STELA E ALETEIA Foto Marcus Camargo 2.1 STELA E ALETEIA Foto Marcus Camargo 1.1 STELA E ALETEIA Foto Marcus Camargo

Móveis do Brasil

Etel Interiores

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“Ah, se eles falassem… O que contariam?

Ou será que cantariam para nos encantar?

Revelariam suas terras de origem?

As mãos que os acariciaram?

Os desenhos que os inspiraram?

Que móveis são esses?

Tão brasileiros e atemporais…

Que respiram respeito. E inspiram conforto.

Suaves em sua existência maciça.

De ética robusta e traços delicados.

Em cada peça, um único DNA.

Identidade que nasce e nunca morre.

Aqui não existe um tempo, mas vários.

Marcados em cada feixe de madeira, no design das peças, nos vincos das mãos, nos cuidados com a Terra.

Códigos genéticos que provocam admiração porque transformam móveis em objetos do desejo”

Etel Interiores

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Uma pausa para a aventura

Arquiteto Giovanni Borges explorou, com muita aventura, o espaço reservado para a garagem

 

1 GIOVANNI Foto Marcus Camargo
Um bom arquiteto é aquele que sabe, além de inovar e transformar, aproveitar ao máximo os espaços. Foi assim que, na edição 2015 da Casa Cor Goiás, a garagem adquiriu novas funções. Em 100 m², o arquiteto Giovanni Borges, que é veterano de mostra, conseguiu criar um ambiente que une sala de estar, jantar e (claro) a garagem.

O ambiente reservado para a garagem serviu também para que a Renault fizesse seu lançamento do ano, o protótipo do novo carro da marca. A aliança do espaço com o veículo não poderia ter sido melhor. Giovanni já pretendia criar um espaço inspirado em pessoas com estilo de vida versátil, urbano e aventureiro. “Quando vi o carro, percebi que seria o casamento perfeito com o que estava planejando para o ambiente, já que o lançamento da Renault foi feito para pessoas que gostam da cidade, mas colocam o carro sempre na estrada”, contou Giovanni.

O Estúdio do Aventureiro traz um estar aconchegante, um Spa com piscina, além de um espaço gourmet. É até incrível pensar que aquilo tudo é uma garagem. “Como resolvemos ampliar as funções do espaço, o nome de garagem deixou de fazer sentido por isso o ambiente foi batizado de Estúdio do Aventureiro”, explicou o arquiteto.

Alguns elementos trazidos pelo ambiente deixam clara a intenção de Giovanni em desenhar um espaço feito para uma pessoa que gosta de esporte, viagem, estrada e amigos. A bicicleta pendurada na parede, a prancha de surf exposta sobre o carro e o próprio design do veículo entregam a personalidade do dono daquele espaço, ainda que essa pessoa exista apenas na imaginação do arquiteto.

Outros elementos materializam o prazer de receber com emoção. A paleta de cores é diversificada e enfatiza o cinza, o preto, o verde, os tons terrosos e azuis. Elementos que remetem à natureza, como a madeira, o ferro e o vidro, aliados ao revestimento das paredes, a água, além do jardim vertical, dão um toque rústico e elegante ao ambiente.

A madeira, em sua cor natural, se faz presente em todo o espaço seja como elemento decorativo no teto e no piso, seja no mobiliário, assinado por designers brasileiros. Inclusive, Giovanni conseguiu captar não apenas a alma de um aventureiro como também a alma do design brasileiro. Nesse quesito, o protagonista no espaço foi a mesa de centro em tronco de madeira. Sérgio Rodrigues também fez sua aparição na garagem de Giovanni com as poltronas Mole.
5GIOVANNI Foto Marcus Camargo 2GIOVANNI Foto Marcus Camargo 3GIOVANNI Foto Marcus Camargo 7GIOVANNI Foto Marcus Camargo

 

Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Gosto europeu na cor brasileira

Mariela Romano desenhou em cores a Sorveteria da Casa Cor Goiás 2015

1MARIELA ROMANO Foto Marcus Camargo

Mariela Romano, arquiteta pós-graduada em design de interiores, ficou responsável este ano por trazer a Amaretto Gelateria para dentro da Casa Cor Goiás. Em sua oitava participação na mostra, a arquiteta aproveitou os 28 m² reservados ao ambiente para criar um espaço agradável e divertido.

A sorveteria segue estilo contemporâneo brasileiro mesclado a características bastante europeias. O ambiente, quase todo a céu aberto, lembra as charmosas gelaterias encontradas em quase todas as pequenas piazzas do verão italiano.

A identidade visual do projeto, baseado em um colorido bastante alegre, foi arrematada por um trabalho de superposição de tecidos. Na mesma parede, um conjunto de nichos hexagonais em laca vermelha formou uma colmeia disposta de maneira harmônica com a localização dos demais tecidos.

Ainda que a inspiração tenha vindo direto das sorveterias europeias, Mariela não se esqueceu de valorizar a cultura e a brasilidade de nosso país – propostas como tema para a mostra de 2015. O mobiliário assinado pelo brasileiro Índio da Costa e as cores que deram forma ao espaço foram os símbolos de nossa brasilidade escolhidos pela arquiteta.

“O mobiliário ao ar livre, a composição dos tecidos e as cores foram propositalmente selecionadas para fazer essa mescla bem balanceada da nossa cultura com o estilo escolhido para a sorveteria que segue um padrão bem europeu”, explicou Mariela.

3MARIELA ROMANO Foto Marcus Camargo (1) 2MARIELA ROMANO Foto Marcus Camargo (1) 4MARIELA ROMANO Foto Marcus Camargo (1)

Texto: Bárbara Alves
Foto: Marcus Camargo

Uma pausa na semana com muito design

Todo o luxo da Kartell agora em forma (e cheiro) de frangâncias

 

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Um amigo uma vez disse que tempo é o novo dinheiro e que este está sendo cobrado na mais alta moeda. É por isso que o Armazém da Decoração para no feriado, mas sexta e sábado estará aberto com muito design, pois o tempo pode até estar limitado, mas a criatividade dos designers não tem fim.

E por falar em criatividade, o Blog AZ termina esta quarta-feira com cara de sexta em grande estilo – e luxo! No início do ano, a Kartell resolveu mostrar que projetos únicos merecem ser expostos em ambientes igualmente únicos, e a bela Paris foi escolhida pela marca italiana.

A embaixada italiana no país francês, com seu esplêndido cenário do século XVIII, foi anfitriã da Kartell e suas novas coleções. A marca escolheu suas melhores peças (se é que é possível tomar partido dentre tantos móveis de tirar o fôlego) para fazer o lançamento mundial da “Kartell Fragrances”, um novo design para fragrâncias direcionadas a casas e peças de decoração que reuniu perfumaria e design industrial.
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O evento foi a ocasião escolhida para o anúncio oficial de que Claudio Luti, Presidente da Kartell, é o novo Embaixador da Expo Milano 2015 (assunto que voltará à pauta de nosso Blog ainda esta semana).

A coleção “Kartell Fragrances”, que também recebeu destaque da marca durante o Salão do Móvel de Milão, foi lançada com oito perfumes e quatro difusores diferentes em várias formas e cores que resultam e quase 70 combinações diferentes seguindo o estilo Kartell de design.
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Fotos: Kartell Oficial / Divulgação

“E todos comeram”

O sagrado espaço reservado para o jantar recebeu a devida atenção do casal de arquitetos André Brandão e Márcia Varizo, responsáveis por projetar o ambiente na Casa Cor Goiás 2015

1 ANDRÉ E MÁRCIA Foto Marcus Camargo
André Brandão e Márcia Varizo não são novatos de Casa Cor. O casal assina ambientes na maior mostra de design e arquitetura do centro-oeste há 12 anos e essa experiência é visível no trabalho maduro e criativo dos arquitetos. Este ano, o bom gosto do casal foi o responsável por criar um ambiente de 35 m² reservado para a Sala de Jantar.

Sob a filosofia do “Menos é Mais e Melhor”, o design do espaço pode ser definido como minimalista – embora Brandão não goste da palavra para definir um projeto. O ambiente foi pensado com menos elementos e colorido pelos tons claros. A decoração é bastante crua, com a base sendo um porcelanato com aspecto de concreto aparente em formato maxi size.

Essa escolha não foi impensada. Para o casal, a sala de jantar não pode ser poluída com muitos objetos. “O espaço reservado para as refeições é sagrado e foi essa ideia que queríamos passar”, explicou André Brandão. “O conceito do Menos é Mais foi pensado para deixar mais leve a hora da comida”, completou Márcia.

A ideia foi acertada. O casal tirou da Sala de Jantar aparelhos como televisão e peças megalómanas e as substituiu pelo que chamaram de “móveis diamante”. Os móveis escolhidos pelo casal receberam esse apelido por aliarem qualidade com um design único. As peças de altíssima qualidade desfilaram uma leveza que combinou perfeitamente com o que os arquitetos pensaram para o ambiente.

A mesa de jantar Jet, do designer Guilherme Torres, as cadeiras DAAV, de Sérgio Rodrigues, as poltronas Alta e Marquesa de Oscar Niemeyer e o Bar Totó, de Isay Weinfeld saíram direto do Armazém da Decoração e se encontraram de forma tão harmônica entre as paredes da Sala de Jantar da Casa Cor que mais pariam membros de uma mesma família, moderna e refinada.

As paredes e o teto merecem atenção à parte. Elas coroaram a ideia que norteou o projeto sobre ser a refeição sagrada. É que o material de revestimento em ACM recebeu um trabalho de recorte com excertos bíblicos. As outras paredes foram revestidas com chapas inteiras de mármore travertino romano numa disposição totalmente diferenciada.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

O design democrático de Phillippe Starck

Contra o que chama de “elitismo deselegante”, o fracês Phillippe Starck inaugura loja em São Paulo para vender design democrático

 

(Foto: Nicolas Guerin / divulgação)

(Foto: Nicolas Guerin / divulgação)

“É lamentável que tanto talento, dinheiro e energia sejam dedicados a uma ou duas pessoas. O elitismo não é moderno nem elegante, é uma vulgaridade estrutural”. É assim, com unhas e dentes, que um dos mais emblemáticos e importantes designers contemporâneos defende a democratização do design. Essa frase foi dita por Phillippe Starck em entrevista para a Folha de S. Paulo no mês de inauguração da sua loja no Brasil.

Starck construiu uma solida carreira com peças que não passam despercebidas – seja por sua originalidade e beleza, seja pela polêmica que a envolve. A famosa cadeira Louis Ghost feita em plástico para a Kartell é uma das mais vendidas (e copiadas!) do mundo. O nada prático espremedor de laranjas ganhou diversos prêmios pela originalidade e design único. Para a Kartell, Phillippe Starck criou também as banquetas em forma de anões de jardim, amada por uns e rechaçada por outros. Independente da polêmica, não há como negar que Phillippe Starck é um dos mais famosos e criativos designers da atualidade.

O designer nasceu em Paris em 18 de janeiro de 1949. Estudou na escola de Nissim de Camondo e, em 1965, ganhou a competição de mobiliário de La Vilette. Ainda jovem, chamou a atenção da França com o projeto de móveis infláveis que desenvolveu em parceria com L. Venturi. Foi diretor de arte da Pierre Cardin (1969) onde produziu 65 peças de design exclusivo.

Aos 30 anos fundou sua própria empresa, a Starck Productions. Philippe é conhecido mundialmente pelo seu design mobiliário, leve e contemporâneo, mas não atua apenas nessa área. É do francês o projeto de interiores de diversos hotéis, casas, iates e empresas mundo afora, tento sido, inclusive, selecionado para desenvolver a renovação completa do apartamento pessoal do presidente francês na década de 1980.

Durante o Salão do Móvel de Milão 2014, Starck lançou a marca de mobiliário TOG – All Creators TOGether, empresa idealizada com o objetivo de resolver o paradoxo existente entre as vantagens de um design democrático com o melhor da criação humana. O francês afirma não possuir respeito algum pelo design ou pelos objetos, mas sim pelas pessoas que estão por trás deles e a quem eles nasceram para servir.

Foi com essa proposta democrática que a TOG chegou ao Brasil em maio de 2015. Phillippe Starck inaugurou em São Paulo a loja-conceito da marca no último dia 21 de maio. Com a ideia de “levar o design às massas”, a TOG vende seus produtos a preços mais acessíveis em comparação com os valores daquilo que Starck chama de “elitismo deselegante” – peças únicas vendidas para apenas um cliente.

Kartell Oficial

O bronze da culinária

O restaurante da Casa Cor Goiás 2015 ganhou uma decoração que já abre o apetite por sua beleza refinada e intimista

1 ANA PAULA Foto Marcus Camargo

Refinamento e rusticidade se aliaram no projeto que deu forma ao Restaurante da 19º edição da Casa Cor Goiás 2015. Este ano, os 126 m² reservados para abrigar o restaurante do evento ficaram sob responsabilidade da arquiteta e urbanista Anna Paula Melo, que idealizou um ambiente para atender ao estilo de vida de pessoas que sabem o que querem e querem o melhor.

Explorando os vários tons de bronze, Anna Paula contou que aproveitou sua fase das cores neutras para unir a sua vontade de criar um ambiente integrado à natureza. “Eu acabo escolhendo as cores dos meus espaços de acordo com a fase que estou vivendo, e ultimamente estou tendenciada a usar o bronze”, confessou ao Blog AZ.

A escolha não poderia ter sido melhor, pois Anna Paula conseguiu fazer uma transição natural entre as texturas e móveis selecionados para o ambiente com os elementos naturais que compuseram o design do restaurante. O teto lembra mais um pergolado de madeira coberto de vidro, já que o centro do restaurante foi contemplado com uma claraboia que permite aos clientes uma integração com as enormes folhas das árvores que cobrem o espaço pelo lado externo da Casa.

A frondosa árvore que existia na casa serviu de partido para a concepção e setorização do ambiente. A área externa foi contemplada com um pergolado feito com madeiras de reflorestamento e certificadas. Sob ele, um generoso banco de alvenaria relembra as varandas das casas brasileiras sempre prontas para receber visitas.

Dentro do restaurante, além da madeira de demolição, as plantas ajudam a compor o ambiente em uma total integração entre a natureza e o espaço arquitetônico. Cortinas de veludo, almofadas de macramê e estampas coloridas, mármore, madeira trabalhada e mosaicos de bronze foram escolhidos para dar ao projeto um toque de Brasil da Belle Époque – que reproduzia aqui a cultura, arte e arquitetura francesa –, mas na era contemporânea.

O ambiente de Anna Paula conseguiu captar o tema que a Casa Cor lançou como desafio para seus participantes: brasilidade. A escolha de cada item que compôs o ambiente é a mais pura tradução da cultura brasileira que consegue, ao mesmo tempo, ser rústica e refinada.
5.1 ANA PAULA Foto Marcus Camargo 4 ANA PAULA Foto Marcus Camargo 3.1 ANA PAULA Foto Marcus Camargo

Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Dezenove vezes Léo

Infância perdida inspira Léo Romano na criação do ambiente que leva seu nome e suas peças na Casa Cor Goiás 2015

 

Ieda Jardim, Léo Romano, Abadia Haich e Daniela Mallard (Foto: Marcus Camargo)

Ieda Jardim, Léo Romano, Abadia Haich e Daniela Mallard

Arquiteto de peso na Casa Cor Goiás 2015, Leo Romano não perdeu uma edição da mostra. Já expôs na Casa Cor Brasília e este ano levou sua criatividade para a edição paulista da maior mostra de arquitetura e design do país. Seu vasto currículo ajuda a entender o porquê que Léo sempre dá o que falar. É que sua fonte de inspiração vem não apenas de seu trabalho como arquiteto, mas também por sua formação e atuação como artista plástico.

Este ano o studio que leva sua assinatura, leva também seu nome e não é para menos, muito do que está exposto na Sala Léo foi criado por ele. No espaço de 80 m², a poesia está construída considerando o melhor do design nacional e internacional, bem como na utilização de imagens de fotógrafos artistas e elementos cênicos que proporcionam uma experiência sensorial capaz de despertar o desejo de volta ao passado.

Madeira e preto são os carros chefes do ambiente de Léo, dando ao espaço um aspecto de sobriedade. Inspirado no universo infantil, alguns objetos, como o carrinho na parede, o trenzinho no teto, o balanço de cavalo em tamanho quase real e o revisteiro que lembra uma gangorra são os responsáveis por dar uma quebra lúdica a esta sobriedade.

Outro aspecto da Sala Léo que não pode passar despercebida é sua autenticidade. Léo Romano já afirmou em entrevista para o Blog AZ que uma mostra é o momento que o arquiteto tem para ousar e criar o que muitas vezes não pode em seu trabalho diário, por isso seus ambientes são bastante autorais. Este ano, essa característica ficou ainda mais acentuada pelo fato de que grande parte das peças foi criada por Léo.

A Linha Chuva, lançada este ano por Léo na Decameron, faz parte das peças escolhidas pelo arquiteto para compor o mobiliário do ambiente. Toda em madeira, a mesa Chuva e os espelhos Chuva se uniram a outros móveis para compor os vários tons de bege do espaço responsáveis por colocar em condição de destaque a poltrona vermelha dos irmãos Campana.

Na iluminação, um pendente desenvolvido pelo profissional cria uma atmosfera de efeito. O espaço é adornado ainda por obras de arte de Adriana Duque, Ieda Jardim, Loreta Lux e Oleg Dou. Sua estética deriva da necessidade da poesia para o homem, despertando sensações e reflexões sobre os modos de vida contemporâneos.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Lina Bo Bardi por Etel

Etel anunciou parceria com o Instituto Lina Bo e P. M. Bardi para reeditar peças criadas por uma das maiores arquitetas brasileiras

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A italiana Achillina Bo, mais conhecida como Lina Bo Bardi a modernista que projetou o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) 20 anos após sua chegada ao Brasil, passou a fazer parte da história da Etel Interiores. A criatividade da arquiteta formada pela Universidade de Roma está sendo reeditada. Foram selecionadas peças emblemáticas que remetem à carreira da designer e arquiteta, que, ainda hoje, é considerada uma das maiores do Brasil.

Lina nasceu em Roma em 1914, mas aos 22 anos de idade adotou Brasil como seu país e se naturalizou brasileira. Aqui, Lina Bo Bardi amadureceu sua interpretação pessoal do modernismo e atuou também como designer de produção, curadora, professora, ilustradora, decoradora e designer de moda.

No campo do design, Lina Bo Bardi priorizou a produção artesanal misturando-a com seu inconfundível estilo modernista. Ao lado de Giancarlo Palanti, Lina fundou uma pequena fábrica de móveis, a Pau Brasil, responsável pela produção de suas obras. Entre essas obras, estão as peças que Etel está reeditando, como a cadeira de balanço e as cadeiras de auditório – estas criadas especialmente para ocupar o MASP.

São de Lina também o Museu de Arte Moderna da Bahia, do SESC Pompeia e da sua Casa de Vidro que, atualmente se tornou sede do Instituto que leva seu nome. Foi por meio de uma parceria do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi que a Etel pode reeditar suas peças. Os móveis foram lançados em um evento na manhã do último dia 22 na Casa de Vidro, em São Paulo, mês em que é celebrado os cem anos da arquiteta.

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