Dezenove vezes Léo

Infância perdida inspira Léo Romano na criação do ambiente que leva seu nome e suas peças na Casa Cor Goiás 2015

 

Ieda Jardim, Léo Romano, Abadia Haich e Daniela Mallard (Foto: Marcus Camargo)

Ieda Jardim, Léo Romano, Abadia Haich e Daniela Mallard

Arquiteto de peso na Casa Cor Goiás 2015, Leo Romano não perdeu uma edição da mostra. Já expôs na Casa Cor Brasília e este ano levou sua criatividade para a edição paulista da maior mostra de arquitetura e design do país. Seu vasto currículo ajuda a entender o porquê que Léo sempre dá o que falar. É que sua fonte de inspiração vem não apenas de seu trabalho como arquiteto, mas também por sua formação e atuação como artista plástico.

Este ano o studio que leva sua assinatura, leva também seu nome e não é para menos, muito do que está exposto na Sala Léo foi criado por ele. No espaço de 80 m², a poesia está construída considerando o melhor do design nacional e internacional, bem como na utilização de imagens de fotógrafos artistas e elementos cênicos que proporcionam uma experiência sensorial capaz de despertar o desejo de volta ao passado.

Madeira e preto são os carros chefes do ambiente de Léo, dando ao espaço um aspecto de sobriedade. Inspirado no universo infantil, alguns objetos, como o carrinho na parede, o trenzinho no teto, o balanço de cavalo em tamanho quase real e o revisteiro que lembra uma gangorra são os responsáveis por dar uma quebra lúdica a esta sobriedade.

Outro aspecto da Sala Léo que não pode passar despercebida é sua autenticidade. Léo Romano já afirmou em entrevista para o Blog AZ que uma mostra é o momento que o arquiteto tem para ousar e criar o que muitas vezes não pode em seu trabalho diário, por isso seus ambientes são bastante autorais. Este ano, essa característica ficou ainda mais acentuada pelo fato de que grande parte das peças foi criada por Léo.

A Linha Chuva, lançada este ano por Léo na Decameron, faz parte das peças escolhidas pelo arquiteto para compor o mobiliário do ambiente. Toda em madeira, a mesa Chuva e os espelhos Chuva se uniram a outros móveis para compor os vários tons de bege do espaço responsáveis por colocar em condição de destaque a poltrona vermelha dos irmãos Campana.

Na iluminação, um pendente desenvolvido pelo profissional cria uma atmosfera de efeito. O espaço é adornado ainda por obras de arte de Adriana Duque, Ieda Jardim, Loreta Lux e Oleg Dou. Sua estética deriva da necessidade da poesia para o homem, despertando sensações e reflexões sobre os modos de vida contemporâneos.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo