Bale da Cidade propõe uma reflexão sobre a cidade e o grafite

A temporada 2017 do Bale da Cidade de São Paulo subiu ao palco com o espetáculo “Risco” para refletir acerca de temas como dança, combate, cidade e grafite

(Imagens: Arthur Costa/ Divulgação)

(Imagens: Arthur Costa/ Divulgação)

O grafite e a ocupação de espaços públicos são temas que se tornaram espinhosos nos últimos anos. De um lado, parte da sociedade não aceita o grafite nas ruas – embora esta percepção venha se alterando na última década – e de outro, o pessoal do Pixo, movimento de pichadores que usam seu spray para subverter – não aceita o grafite como um arte limpa de rua.

Este tema se tornou polêmico em algumas cidades, incluindo Goiânia, como foi mostrado pelo Blog AZ na matéria Um giro pela arte Urbana. Em São Paulo, a polêmica continua. Mas é difícil não ver o grafite como parte integrante do cotidiano das maiores cidades do mundo.

Foi pensando nisto que o Balé da Cidade, em São Paulo, subiu ao palco do Teatro Municipal em uma apresentação que, segundo seu diretor, pretende refletir acerca de temas como dança, combate, cidade e grafite. É que o grafite foi o fio condutor de “Risco”, coreografia inaugural da temporada 2017.

Dirigido pelo consagrado bailarino Ismael Ivo, o novo espetáculo usou a cenografia do diretor cênico Sérgio Ferrara para fazer um elogio ao grafite. No centro do palco, uma imagem do artista americano Jean-Michel Basquiat destacou a figura de um grande grafiteiro  e neo-expressionista.

Cenas filmadas por drones também deram o tom do cenário. Elas projetaram imagens urbanas da capital paulista. Durante a apresentação, os corpos dos bailarinos vão sendo pintados, uma aliança entre o corpo – que representa a dança – e o grafite – que representa São Paulo.

Ismael Ivo explica que “Risco” significa se arriscar na busca por novas soluções artísticas. Quem passar por São Paulo pode conferir a solução encontrada por Ivo para a nova temporada do Bale da Cidade no Teatro Municipal até o dia 1º de Abril.

Arq.Futuro organiza mostra de cinema sobre arquitetura

A plataforma Arq.Futuro selecionou 20 filmes sobre arquitetura e urbanismo para mostra de cinema no Rio e em São Paulo

A sétima arte se une à arquitetura para discutir a cidade do futuro em mostra de cinema em São Paulo e no Rio de Janeiro. A partir desta quinta-feira (29) até o dia 5 de outubro, a Mostra Arq.Futuro – A Cidade e o Cinema traz sessões especiais de documentários sobre arquitetura no Espaço Itaú de Cinema da Av. Augusta, na capital paulista, e no Espaço Itaú de Botafogo, no Rio.

Arq.Futuro é uma plataforma de discussão sobre o futuro das cidades, fundada em 2011, que une profissionais da área para discutir temas como falta d´água, mobilidade, design urbano, moradia, espaço público e gestão urbana, com o objetivo de contribuir para a melhoria do ambiente construído e da qualidade de vida nas cidades do Brasil.

A mostra reúne 20 títulos, alguns inéditos no Brasil, sobre urbanismo e design, sendo 15 documentários e cinco ficções. Quem não estiver em São Paulo ou no Rio nessas datas, o Blog AZ traz a lista dos filmes e títulos para que os amantes do cinema e da arquitetura possam assistir em casa. A entrada é franca.


Arab Women in Architecture (Omrania and Associates, Jordânia, 2013, 56 minutos, documentário)

O documentário  foi produzido como parte das atividades do sexto ciclo, em 2013, do Omrania | CSBE Student Award for Excellence in Architectural Design por Abdallah Saada e Jude Kawwa, o filme traz entrevistas com 19 arquitetas árabes do Egito, Iraque, Jordânia, Palestina e Líbano e Arábia Saudita, destacando suas experiências, desafios e conquistas.

Bernardes (Gustavo Gama Rodrigues/Paulo de Barros, Brasil, 2014, 91 minutos, documentário)
O documentário de longa-metragem é uma viagem no tempo realizada por Thiago Bernardes, que revisita os principais feitos e reviravoltas da polêmica vida profissional e familiar do avô, o arquiteto Sergio Bernardes. O filme conta com vasto material iconográfico e de arquivo audiovisual e o suporte irrestrito do Projeto Memória.

Casanova (Federico Fellini, EUA/Itália, 1976, 153 minutos, ficção)
No século 18, o libertino bibliotecário Giacomo Casanova é um grande colecionador de boas histórias. Visitante frequente da nobreza, ele viajou para todas as capitais europeias e conheceu as mais diversas culturas, além de manter alguns relacionamentos amorosos. Uma visão extremamente felliniana das memórias do lendário sedutor Giacomo Casanova: as suas proezas sexuais e o seu declínio, em meio a cenários bizarros e decadentes.

Cidade Oculta (Chico Botelho, Brasil, 1986, 75 minutos, ficção)
O filme é uma aventura violentamente urbana, passada na noite paulistana e que conta a história do marginal Anjo, que vive com Shirley Sombra, estrela de boates decadentes, e com o velho companheiro Japa. Anjo tem como arqui-inimigo um policial corrupto, conhecido como Ratão. Por meio desses personagens, o filme se apresenta como uma síntese de variados gêneros cinematográficos, usando a arquitetura futurista de São Paulo como cenário natural da trama.

Crônica da Demolição (Eduardo Ades, Brasil, 2011, 90 minutos, documentário)
Crônica da Demolição trata da história do Palácio Monroe, antiga sede do Senado Federal, no centro do Rio de Janeiro. Nos anos 1970, o prédio foi demolido, deixando para trás uma praça vazia com um chafariz seco e um estacionamento subterrâneo. Uma história de sabres e leões, militares e arquitetos, passado e futuro. Foram entrevistados arquitetos, urbanistas e políticos a fim de promover uma reflexão sobre intervenções urbanísticas e a especulação imobiliária no Rio nas décadas de 1960 e 1970.

Detropia (Heidi Ewing/Rachel Grady, EUA, 2012, 88 minutos, documentário)

Dirigido e produzido por Heidi Ewing e Rachel Grady, o filme mostra o cenário de destruição da cidade de Detroit, símbolo do colapso da base industrial alicerçada nas minas de carvão nos Estados Unidos. O documentário retrata a resistência dos moradores locais diante do declínio financeiro da cidade que perdeu 25% de sua população e 50% de seus empregos no setor industrial.

En el Hoyo (Juan Carlos Rulfo, México, 2006, 84 minutos, documentário)
Uma lenda mexicana conta que o diabo pede almas para que as pontes, ao serem construídas, não caiam. Este documentário segue a história de alguns operários que trabalham na construção do segundo piso da Puente Periférico, na cidade do México. O que se mostra, na realidade, um pretexto para apresentar ao espectador a vida cotidiana, os sonhos e a dignidade destes trabalhadores.

Gehry’s Vertigo (Ila Bêka & Louise Lemoine, França, 2013, 48 minutos, documentário)
O documentário oferece ao espectador uma vertiginosa e rara viagem às coberturas do Museu Guggenheim de Bilbao, Espanha. Através do retrato da equipe de escalada encarregada de limpar as vidraças, suas técnicas e dificuldades, o filme observa a complexidade e virtuosismo da arquitetura de Frank Gehry.

O Homem ao Lado (Gastón Duprat, Mariano Cohn, Argentina, 2011, 110 minutos, ficção)
Leonardo é um designer industrial que vive com a esposa Anne, a filha Lola e a empregada Elba. Eles moram na única casa feita na América pelo famoso arquiteto Le Corbusier, localizada na cidade de La Plata. Eles levam uma vida tranquila até o início das obras em uma casa adjacente, onde o vizinho resolveu fazer ilegalmente uma janela que dava para sua casa.

Kochuu (Jesper Wachtmeister, Suécia, 2003, 52 minutos, documentário)
O filme foca a moderna arquitetura japonesa, suas raízes na tradição japonesa e seu impacto na maneira nórdica em construir. A partir de entrevistas com arquitetos como Tadao Ando, Kisho Kurokawa, Toyo Ito e Kazuo Shinohara, o documentário mostra como arquitetos japoneses contemporâneos se esforçam para unir o universo do homem moderno com filosofias antigas em construções impressionantes.

Los Angeles Plays Itself (Thom Andersen, EUA, 2003, 170 minutos, documentário)
Os excluídos de Hollywood persistem como tema diagonal do diretor Thom Andersen, que investiga a construção mitológica do cinema hollywoodiano sobre a cidade de Los Angeles. O mito e a cidade são contrapostos por cenas de filmes hollywoodianos e imagens filmadas ilustram o impacto da indústria cinematográfica e seu desprezo sobre a cidade que a abriga.

Microtopia (Jesper Wachtmeister, Suécia, 2013, 55 minutos, documentário)
O filme mostra como arquitetos, artistas e solucionadores de problemas comuns estão forçando os limites para encontrar respostas para os seus sonhos de portabilidade, flexibilidade – e de criar independência do “formato padrão”. Nômades modernos, moradores de rua, pessoas sem abrigo, pessoas estressadas, ou necessitadas de privacidade ou reclusão. Ouvimos sobre as razões pessoais por trás das habitações, e vemos como elas realmente funcionam. Na calçada, nas lajes, em áreas industriais e na natureza veremos como estas residências se tornam a concretização do sonho de seus criadores.

My Playground (Kaspar Astrup Schröder, Dinamarca, 2009, 50 minutos, documentário)
My Playground, documentário do diretor dinamarquês Kaspar Astrup Schröder, traz um retrato dinâmico sobre o movimento nas cidades. Com participação do premiado arquiteto Bjarke Ingels, urbanistas e políticos, o filme mostra como práticas como o parkour e o freerunning estão mudando as percepções do espaço urbano. O doc acompanha a equipe JyiO e outros praticantes enquanto exploram a cidade e se deparam com seus obstáculos.

Playtime (Jacques Tati, França, 1967, 125 minutos, ficção)
Na era das Economic Air Lines, turistas americanos efetuam uma viagem organizada. O programa é composto pela visita de uma capital por dia. Quando chegam a Paris, notam que o aeroporto é exatamente igual àquele de onde partiram de Roma, que as ruas são como as de Hamburgo e que os postes de luz de rua estranhamente lembram os de Nova York. Pouco a pouco encontram franceses, entre os quais, o Sr. Hulot, que embarca em uma extraordinária sátira à tecnologia industrial e à vida numa grande cidade, Paris.

The Architect (Jonathan Parker, EUA, 2016, 95 minutos, ficção)
Um casal se propõe construir sua casa dos sonhos e contrata os serviços de um arquiteto modernista intransigente que começa a construir a “sua” casa dos sonhos, no lugar da deles.

The Competition (Angel Borrego Cubero, Espanha, 2014, 99 minutos, documentário)
Angel Borrego Cubero é arquiteto, PhD pela Universidade Politécnica de Madrid e mestre pela Princenton University. Depois de ganhar o primeiro prêmio num concurso internacional de projetos de arquitetura, o arquiteto decidiu produzir um documentário sobre esses processos. Por quatro anos, Borrego pesquisou, documentou e editou a história de uma competição, envolvendo gigantes do design como Jean Nouvel e Frank Gehry: o concurso para o projeto do novo Museu Nacional de Arte de Andorra. O resultado está no documentário.

The Human Scale (Andreas Dalsgaard, Dinamarca, 2012, 77 minutos, documentário)

Dirigido por Andreas Dalsgaard, o documentário reúne depoimentos de pensadores, arquitetos e urbanistas sobre a vida moderna, questionando o que acontece quando o planejamento urbano coloca as pessoas no centro das discussões e à frente de outros interesses. Conterrâneo de Dalsgaard, o arquiteto Jan Gehl estudou durante 40 anos como redesenhar a cidade de Copenhagen, capital da Dinamarca. Nessa empreitada, ele se deparou com questões essenciais para compreender o que faz uma cidade: como as pessoas caminham, observam e interagem?

Unfinished Spaces (Benjamin Murray/Alysa Nahmias, EUA, 2011, 86 minutos, documentário)

Em 1961, três jovens e visionários arquitetos foram indicados por Fidel Castro e Che Guevara para criar as Escolas Nacionais de Arte (Escuelas Nacionales de Arte) no terreno de um antigo campo de golfe em Havana. A construção de seu projeto radical começou imediatamente e as primeiras aulas aconteceram antes mesmo do final da obra. Dançarinos, músicos e artistas de todo o país ficavam encantados com a beleza das escolas, mas com o sonho da Revolução rapidamente se tornando realidade, a construção foi interrompida abruptamente e os arquitetos e seus projetos, considerados irrelevantes para o clima político. 40 anos depois as escolas estão em uso, mas permanecem inacabadas e decadentes. Castro convidou os arquitetos, exilados, para retornarem e terminarem seu sonho não realizado.

Urbanized (Gary Hustwit, EUA, 2011, 85 minutos, documentário)
Dirigido por Gary Hustwit, Urbanized discute a concepção das cidades, com entrevistas com alguns dos mais importantes arquitetos, urbanistas, construtores, políticos e pensadores atuais –entre eles, Alejandro Aravena, Joshua David, Norman Foster e Rem Koolhaas. Atualmente, mais de 50% da população mundial vive em áreas urbanas. Até 2050, serão 75%. No entanto, enquanto algumas cidades estão experimentando um crescimento explosivo, outras estão encolhendo. Os desafios enfrentados no contexto urbano se tornaram preocupações universais.

Vilanova Artigas: o Arquiteto e a Luz (Laura Artigas/Pedro Gorski, Brasil, 2015, 93 minutos, documentário)

O documentário remonta a trajetória do icônico arquiteto brasileiro João Batista Vilanova Artigas. Por meio das lembranças de familiares, amigos, alunos, imagens de arquivo e visitas a seis de suas principais obras, a história de vida de Artigas é contada.

Agora é a vez das bikes… e das cidades

Lembra-se do convite feito pelo arquiteto italiano Francesco Careri e a arquiteta pernambucana Lúcia Leitão durante a Flip? Aquele de “tomar as cidades” e aproveitar mais os espaços urbanos? Muitos brasileiros já estão os colocando em […]

Velib - Paris

Velib – Paris

Lembra-se do convite feito pelo arquiteto italiano Francesco Careri e a arquiteta pernambucana Lúcia Leitão durante a Flip? Aquele de “tomar as cidades” e aproveitar mais os espaços urbanos? Muitos brasileiros já estão os colocando em prática. 261 mil só em São Paulo para ser mais precisa. No resto do Brasil, a matemática fica mais difícil, mas os dados apontam um numero em constante crescimento. Já sabe do que estamos falando? Das bicicletas!

Fugir do transito, gastar menos, fazer esporte… As razões são muitas, mas quanto mais espaços as cidades reservam para as bikes, mais ciclistas ganham as ruas. No ano passado, a ONG Transporte Ativo e o laboratório de mobilidade da UFRJ fizeram um levantamento nas principais cidades brasileiras e constatou que 45% dos entrevistados eram novos ciclistas, ou seja, pessoas que adotaram a bicicleta como meio de transporte nos últimos dois anos.

A tendência é nova por aqui, mas na Europa a bicicleta é meio de transporte sério e levado a sério há mais tempo. Em Amsterdã, por exemplo, o turista se arrisca mais em andar na ciclovia do que se ficar passeando distraído pelas ruas – o país é conhecido pela quantidade exorbitante de pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte. Paris também tem suas tradições urbanas em duas rodas. A capital francesa foi uma das primeiras a inaugurar o sistema de alugueis de bikes, Velib.

Atualmente, as principais cidades brasileiras também têm aderido a esse sistema. Começando pela Bike Rio, no Rio de Janeiro, cidades como São Paulo e Brasília já contam com a possibilidade de aluguel de bicicleta – resultado da parceria entre as prefeituras e bancos. Agora é a vez de Goiânia. A capital goiana tem tentado fechar parcerias para a instalação de bicicletas públicas há um tempo. No início da semana, porém, a prefeitura deu um pontapé mais palpável: anunciou projeto que prevê a instalação de 30 estações com 300 bicicletas que serão espalhadas nos principais pontos da cidade.

Segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos, responsável pela elaboração do projeto, cerca de 4% da população de Goiânia e 6% da região metropolitana já utilizam a bicicleta como meio de locomoção. A aposta é que disponibilizar bicicletas para alugueis vai aumentar esses números.

A cidade nas mãos

A ourives Ola Shekhtman cria anéis com a arquitetura das principais cidades do mundo

Paris

Paris

A Torre Eiffel, o Parlamento inglês ou o Empire State Building podem parar nas suas mãos. É que a arquitetura das grandes metrópoles foi o tema escolhido pela designer de joias Ola Shekhtman para desenhar seus anéis.

Apaixonada por centros urbanos, a designer viajou o mundo, literalmente mudando de uma cidade para outra, com o objetivo de se conectar com as grandes metrópoles. Nascida na Sibéria, Shekhtman mudou-se para São Petersburgo e morou na segunda maior cidade da Rússia durante seis anos de sua vida.

Nesse período estudou ourivesaria, a arte de trabalhar com metais precisos, e seguiu seu caminho nômade entre uma cidade e outra. Ao lado do marido, mudou-se para Israel e depois para os Estados Unidos. Em sua última parada, morou em Nova York, na Virginia, em Maryland e agora está na Carolina do Norte.

O resultado de toda esta andança foi a criação da linha de anéis Metrópolis. “Desenhei meu primeiro anel quando era ainda estudante e nunca esqueci essa ideia. Em maio de 2015 fiz meu primeiro modelo: Paris” explicou a designer. “Eu não contava com o sucesso”, confessa.

Metrópolis são anéis em metal fundido pela própria designer, no ouro e na prata, para recriar os principais ícones arquitetônicos das principais cidades do mundo. Em suas mãos, Shekhtman já redesenhou Paris, Londres, Nova York e outras dezenas de cidades, como Berlim, Estocolmo e Hong Kong. Um belo trabalho que coloca o mundo em suas mãos.

Washington D.C

Washington D.C

São Francisco

São Francisco

Nova York

Nova York

Hong Kong

Hong Kong

Estocolmo

Estocolmo

Amsterdam

Amsterdam