O modernismo de Gregori Warchavchik

Com peças reeditadas pela ETEL, o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik deixou após sua morte um vasto patrimônio mobiliário, arquitetônico e intelectual

Banqueta-Warchavchik

Gregori Warchavchik já não está entre nós, mas deixou seu trabalho imortalizado pelas reedições da ETEL. Ucraniano por vontade divida e brasileiro por vontade própria, Warchavchik desembarcou no Brasil em 1923 em um momento que não poderia ser melhor para um arquiteto modernista, um ano após a Semana de Arte Moderna de 1922 – ocasião que renovou a linguagem artística na busca de novas experimentações.

“O terreno estava preparado para minhas ideias e meus sonhos”, foi assim que Gregori Warchavchik se referiu à sua chegada ao Brasil em 23. Conhecido como o arquiteto Modernista, principalmente após publicar o primeiro manifesto da arquitetura moderna no Brasil, Gregori Warchavchik defendia em seu trabalho uma modernização do que ele chamava de máquinas de morar.
Casa moderna

O arquiteto queria ver casas e prédios livres das amarras do passado.  Buscou, para conquistar os jovens cheios de ideias da Semana de Arte Moderna, uma estética que pudesse refletir o momento de ruptura com o passado e de liberdade criativa. Antes do Brasil, Gregoriestudou arquitetura em Roma no Regio Istituto Superiore di Belle Arti. Em terras tupiniquins, escreveu seu famoso manifesto Futurismo? publicado em Italiano e traduzido para o português pelo Correio da Manhã.

É de Gregori Warchavchik a primeira casa modernista do país, erguida em 1928 em São Paulo – cidade pela qual se apaixonou. O projeto, construção, decoração, móveis e as peças de iluminação são de autoria do arquiteto e deram matéria prima para a ETEL. As peças que formaram o patrimônio de Gregori na Casa Moderna foram reeditadas pela marca de Etel Carmona. A casa do arquiteto foi tombada após sua morte pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico e pertence ao Estado de São Paulo.