Passadiço do olhar

Pedro Paulo do Rego Luna e Thiago Siquieroli transformaram o corredor do segundo andar da mostra em um passadiço do olhar

Corredor é uma passarela, mas na casa cor quem desfila é a arte e o design. Foi por isto que os veteranos de mostra, designer Pedro Paulo do Rego Luna e o arquiteto Thiago Siquieroli, transformaram o corredor que liga os ambientes do segundo andar da Casa Cor Goiás 2017 em um “passadiço do olhar”.

“O corredor é um passadiço, mas no nosso esse passadiço é também uma passagem para o olhar”, explicou Pedro Paulo ao Blog AZ. O corredor foi concebido para receber a instalação de Juliano Moraes, artista plástico e professor da Faculdade de Artes Visuais da UFG.

Para trabalhar com as obras criadas por Juliano e a própria estrutura arquitetônica que carrega o edifício tombado que abriga a 21ª edição da Casa Cor Goiás, pouco se fez em termos de estrutura. Pedro Paulo e Thiago perceberam a relevância histórica e patrimonial da edificação para propor transformar um simples corredor em um ambiente de arte sem alterar sua fachada.

Por isto os vãos de abertura para a área externa se mantiveram e conferem o sentido avarandado preservando possibilidade de expansão do olhar. De um lado, a vista do centro de Goiânia e de outro, as paredes que dividem os demais espaços do segundo andar da mostra com o corredor se transformaram em verdadeiras galerias para as instalações artísticas que definem o ambiente.

“Queríamos desfigurar a ideia de um corredor tradicional e transformá-lo em arte”, explicou Thiago. De fato, o ambiente parece uma apresentação artística por si só. A performance é formada por duas alas espelhas de um corredor que possibilita o transito do segundo pavimento em uma via de mão dupla despertando a atenção sobre sua organicidade .

No piso, a escolha da dupla foi a grama sintética, já usado em outros projetos de Thiago e Pedro Paulo antes. A suavidade da cor branca integra o percurso de distribuição para os ambientes e, ao pontualizar focos de iluminação sobre a obra do artista, eles desenham juntos um caminho lúdico de experimentação da arte.

Os bancos de mármore ao final do ambiente proporcionam o deleite dos frequentadores que podem desfrutar da sonoplastia assinada pelo DJ. Alexandre Perini, presente em todo o percurso com instalação de sistema de amplificação sonora embutido nas paredes.

Fotos: Marcus Camargo