No último dia 21 de abril a capital federal comemorou 57 anos de idade. Um bebe perto de cidades brasileiras como São Paulo, com 463 anos, e Salvador, com 468 primaveras, ou mesmo cidades europeias que já ultrapassaram um milénio de existência. Mas Brasília tem algo que a torna especial mesmo com poucos anos de vida: sua arquitetura única.
Foram os traços modernistas de Oscar Niemeyer e o urbanismo de Lúcio Costa que fizeram com que a capital brasileira fosse incluída em uma lista preparada pelo periódico britânico The Guardian sobre as cidades mundiais que devem ser visitadas pelos amantes da arquitetura e não é para menos, Brasília parece nascida fora de seu tempo e de qualquer outro tempo.
Foi por isto que em 1987, há exatos 30 anos, a capital brasileira foi tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 1972, a Unesco criou a Convenção do Patrimônio Mundial, para incentivar a preservação de bens culturais e naturais considerados significativos para a humanidade.
Não é apenas um organismo internacional que pode tombar uma cidade ou um prédio, além da Unesco, os municípios, estados e a União podem tombar um monumento. O tombamento é definido pelo Direito brasileiro como uma das formas de intervenção do Estado na propriedade privada, já que uma vez tombado como patrimônio histórico, os prédios atingidos pelo ato enfrentam uma série de burocracias para sofrer pequenas intervenções – tudo deve ser aprovado pelo ente tombador.
Mas diante da importância arquitetônica de todo o Plano Piloto de Brasília, a Unesco entendeu que sua preservação deveria ser mundial e a tombou como Patrimônio Cultural da Humanidade. Por ser um marco da arquitetura e urbanismo modernos, Brasília é detentora da maior área tombada do mundo – 112,25 km² – e foi inscrita pela Unesco na lista de bens do Patrimônio Mundial em 7 de dezembro de 1987, sendo o único bem contemporâneo a merecer essa distinção.
Ao lado de Brasília, outras cidades possuem bens igualmente tomabos pelo órgão da ONU: o Centro Histórico de Olinda (PE), as Ruínas de São Miguel das Missões (RS), o Centro Histórico de Salvador (BA), o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo (MG), o Parque Nacional Serra da Capivara (PI), o Centro Histórico de São Luís do Maranhão, o Centro Histórico de Diamantina (MG), Centro Histórico da Cidade de Goiás, a Praça de São Francisco em São Cristóvão (SE), as paisagens do Rio de Janeiro, e o Conjunto Moderno da Pampulha.
Imagens: Unesco / Ron Van Oers