O Brasil não é o país que recebe o maior número de imigrantes – estes compõem somente 0,9% da população brasileira – mas já atraiu e acolheu grandes nomes da arte e da arquitetura como Lina Bo Bardi, Jorge Zalszupin e a artista plástica japonesa Tomie Ohtake.
Tomie Ohtake desembarcou no Brasil para visitar um irmão em 1936 e nunca mais foi embora. Se estabeleceu na capital paulista, casou-se e naturalizou-se brasileira em 1968. Foi na cidade de São Paulo que fez de seu nome uma das maiores representações da arte abstracionista e hoje a capital abriga um alto e belo edifício batizado em sua homenagem com objetivo de propagar a arte, arquitetura e design.
Falecida em 2015, Tomie Ohtake deixou como legado sua arte definida pelo abstracionismo com ampla produção de pinturas, gravuras, esculturas e obras públicas. O instituto que leva seu nome é uma atração arquitetônica a parte. Inaugurado em novembro de 2001 no Bairro de Pinheiros, em São Paulo, o edifício é um ponto de encontro cultural criado como um dos raros espaços especialmente projetado para realizar mostras nacionais e internacionais.
O Instituto Tomie Ohtake foi projetado com arquitetura marcante e não passa despercebido para aqueles que caminham na Avenida Brigadeiro Faria Lima. O prédio, construído em formas marcantes e volumes escultóricos, é composto de um centro de convenções, teatro e o espaço de exposição do instituto. Seu projeto, assinado por Ruy Ohtake, filho da artista homenageada, foi premiado na 9ª Bienal de Arquitetura de Buenos Aires, em 2001.
Ocupando dois pisos, o Instituto é distribuído em 7.500 m², com sete salas de exposição, um setor educativo com ateliês, salas para palestras e setor de documentação. O instituto dá enfoque para as obras dos últimos 60 anos do cenário artístico, já que toda sua força motriz foi a produção artística de Tomie Ohtake – quase que inteiramente produzida após a segunda metade do século 20. Atualmente, o Tomie Ohtake recebe a exposição Frida Kahlo — Conexões entre Mulheres Surrealistas no México.