Quem foi Tunga, um dos mais emblemáticos artistas brasileiros

Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, conhecido apenas como Tunga, foi um desenhista, escultor e artista performático brasileiro. Nascido em 1952, em Palmares, no Pernambuco, ele conheceu o mundo das artes ainda novo, por ser filho do poeta Gerardo de Mello Mourão.

Na adolescência, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou Arquitetura e Urbanismo. Sua carreira teve início nessa época, traçando imagens com temas ousados e eróticos. Depois, investiu nas instalações e peças tridimensionais, usando materiais como borracha, feltro, fios elétricos, lâmpadas e correntes.

Em 1981, Tunga integrou a 16ª Bienal de São Paulo, com o filme-instalação Ao, que projetava uma passagem pelo túnel Dois Irmãos, no Rio, acompanhada pela repetição da música “Night And Day”, de Cole Porter, dando a impressão de infinitude.

Após essa obra, seguiram-se muitos outros trabalhos, nos quais Tunga gostava de utilizar achados da arqueologia e figuras herméticas, criando situações fantásticas. Segundo Tunga, suas obras referiam-se umas às outras, “como se entre elas existisse um imã”. Tunga entendia que essa continuidade favorecia uma experiência que envolve corpo e mente.

Em contraste aos materiais usados no início de sua carreira, na década de 1990 o artista começou a explorar elementos orgânicos e fluidos, como a gelatina, que cobria os sinos em “Cadentes Lácteos” (1994), e a pasta de maquiagem, que apareceu em “Floresta Sopão” (2002).

Em 2005, Tunga se tornou o primeiro brasileiro e o primeiro contemporâneo do mundo a ter uma obra exposta no Museu do Louvre, em Paris: “À Luz de Dois Mundos”. Em 2007, realizou uma exposição individual do MoMa, em Nova York. Mais tarde, abriu um espaço próprio no Instituto Inhotim, a Galeria Psicoativa. Ele morreu em 2016, vítima de um câncer de garganta.

Vencedor de muitos prêmios nacionais e internacionais, Tunga ficou conhecido por ser um transgressor, por criticar o supérfluo na arte. Em suas obras irreverentes, ele propunha reflexão, poesia e rebeldia ao mesmo tempo. “Fazer arte é juntar coisas”, dizia ele, mas sempre mostrando que dessa junção sempre podia nascer algo totalmente novo.

Cadentes Lácteos (1998) Foto: Cordélia Mourão
À Luz de Dois Mundos (2005) Foto: Daniel Templon
Debaixo do meu chapéu (1997)

Foto destaque: Daniela Paoliello

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