Casas Olímpicas

As Olimpíadas chegam ao fim, mas não deixam apenas medalhas na lembrança, deixam também design

Cadeiras Irmãos Campana - Casa Itália

Cadeiras Irmãos Campana – Casa Itália

Após 14 dias de intensa competição, o Brasil e o mundo preparam-se para se despedir das Olimpíadas Rio 2016. Além dos Jogos e medalhas (Brasil se encontra em 14º lugar no quadro geral de medalhas) e Rio 2016 também tem design e esse design fica a postos também para esperar os Jogos Paraolímpicos, que começam no próximo dia 7 de setembro.

Já sabem do que estamos falando? Das Casas Olímpicas. Para quem nunca ouviu falar, as Casas Olímpias são uma tradição de jogos mundiais – e não apenas durante as Olímpiadas, já que também são comuns durante a Copa do Mundo de futebol. As casas são espaços montados por designers e arquitetos para trazer ao país anfitrião um pouco da cultura dos países participantes.

As Olimpíadas do Rio contam com a participação de mais de 200 países, por isso não foi possível um espaço temático em cada um deles. Para as Olimpíadas de 2016, mais de 50 casas foram espalhadas pelos quatro cantos da capital carioca, entre elas a Alemanha na Praia, Casa da Áustria, Casa Brasil, Bayt Qatar, Canada House, Casa da China, Casa Colômbia, Pavilhão Dinamarquês, USA House, Slovak House, Casa da Finlândia, Club France, British House, Holland Heineken House, Casa da Hungria, Centro Olímpico Polonês, Casa de Portugal, Casa PyeongChang, Baixo Suíça, entre outras.

Os espaços combinam design sofisticado com o estilo tradicional do país que leva seu nome, alguns com atrações para lá de interessantes, como a patinação de gelo sintético criada na Baixo Suíça, a exposição inspirada em Frida Kahlo, na Casa México, e a Casa Portugal, que foi instalada dentro de um navio.

A Casa África, espaço criado para representar o maior número de delegações, tem DNA goiano em sua criação. Os arquitetos Pedro Paulo do Rego Luna e Thiago Siquieroli estiveram entre o time responsável por projetar o ambiente.  “A África tem uma cultura rica e bastante inspiradora”, disse Thiago certa vez em entrevista para p Blog AZ. Se inspirar nos jogos e em culturas tão ricas é sempre um bom mix para o design.

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Fotos: Divulgação

Cem anos e ainda atual

Fornasetti, artista milanês, e sua obra atemporal

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Há cerca de 100 anos atrás, o mundo ainda comentava o naufrágio da maior invenção da engenharia náutica, o Titanic, e discutia os rumos da Primeira Guerra Mundial, que só chegou ao fim em 1918. Há 100 anos, as mulheres ainda se viam reféns do espartilho e dos vestidos de gala que hoje servem como fantasias finas para festas temáticas. Há cem anos, artistas inauguraram movimentos vanguardistas que assustavam o gosto dos mais tradicionais. Hoje, quase tudo de 100 anos atrás não passa de passado… Quase tudo…

Em 1913 nascia em Milão um artista raro, dono de uma obra que não envelheceu um dia em mais de 100 anos. Piero Fornasetti foi ilustrador, escultor, pintor, designer gráfico e artesão. Sua obra nascia sempre de uma imagem encontrada em uma folha de revista, ou em um pedaço de lembrança do seu passado. Mas foi o rosto da soprano Lina Cavalieri, encontrada em uma revista do século 19, que se tornou o símbolo maior de sua obra – centenas de peças foram feitas com a imagem de seu rosto que ganhou mais de 350 versões diferentes.

Os desenhos do milanês foram transformados em cinzeiros, mobiliário, pratos, papéis de parede e muitos outros objetos. Após a morte do artista, em 1988, seu filho, Barnaba Fornasetti, cuidou para que seu trabalho não fosse esquecido. Barnaba leva adiante o legado do pai e organiza o acervo e as exposições com os trabalhos de Fornasetti.

“Eu me lembro que, aos 3 anos, eu trouxe do parque uma folha de hortênsia, e ele a transformou em um desenho para uma de suas obras”, contou certa vez Barnaba. Fornasetti criou 11 mil produtos de todos os tipos entre móveis e peças de design, como pratos, vasos, lustres, tecidos e azulejos.

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Fernando Mendes reedita poltrona de Sérgio Rogrigues

O primo e discípulo de Sérgio Rodrigues trouxe de volta à vida a Poltrona Vivi, criada em 1962 pela Oca

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Foi no ano de 2014 que o mestre do design Sérgio Rodrigues nos deixou, mas ele deixou também pequenos troféus do design mobiliário que estão sendo redescobertos e reeditados aos poucos por nomes como o de seu primo, amigo e discípulo Fernando Mendes.

Mendes e Rodrigues trabalharam juntos por mais de 30 anos, o que o qualifica melhor do que ninguém para executar os protótipos jamais tridimencionalizados por seu primo e amigo. “Sergio projetava à mão livre e fez inúmeros esboços, alguns nunca vistos”, explicou o designer.

Uma dessas descobertas esquecidas no passado foi a poltrona Vivi. Vivi já tinha saído do papel editada pela Oca, empresa de Rodrigues em 1962, mas acabou se perdendo no tempo. A peça somente foi reeditada graças a uma fotografia, tirada no ano de sua criação para o catálogo da Oca, e encontrada em meios aos arquivos do Instituto Sérgio Rodrigues.

A poltrona, lançada em 2016, foi uma homenagem de Sérgio para a empresária Vivi Nabuco. Segundo Fernando Mendes, a peça possui estrutura redonda, uma das muitas brincadeiras que Sergio Rodrigues gostava de fazer com os desenhos de seus móveis. “É uma peça descontraída e, sobretudo, superconfortável, que evidencia a maestria de Sergio com as formas”.

Além dessa peça, o Instituto, que organiza os documentos, plantas, croquis, fotografias e correspondências de Sérgio Rodrigues, contou que já catalogou mais de 25 mil itens e digitalizou cerca de 15 mil, todos do mestre do design. Muito provavelmente, novas peças serão descobertas e redescobertas com o tempo.

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O design no tear

  As várias vertentes do design se cruzam constantemente, talvez seja por isso que designers moveleiros se aventuram na moda e designers de moda acabam por lançar carreira como artistas. Talvez o design têxtil seja […]

 

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As várias vertentes do design se cruzam constantemente, talvez seja por isso que designers moveleiros se aventuram na moda e designers de moda acabam por lançar carreira como artistas. Talvez o design têxtil seja a ligação mais íntima entre o mundo fashion e a decoração e é por isso que a designer Rossana Cilento cria seu trabalho com foco tanto no mercado de moda como no de design de interiores.

“Quando trabalhamos com criação, respiramos criação. Todos os nossos sentidos se direcionam para isso, tudo que ouvimos, olhamos, sentimos se transformará no momento propício em algo”, explicou a designer ao site Overmundo. Desde os 6 anos de idade, Rossana brincava com fios, agulhas e paninhos. Um presente dos pais a colocou de frente a uma máquina de costura aos nove anos. No futuro, seu hobbie virou arte e a arte, profissão.

Antes assumir o tear como profissão, passou por uma faculdade de engenharia. Não seguiu no métier. Em 1978, a designer deu início aos trabalhos com o tear manual, no tempo em que cursava Artes Plásticas na Universidade Mackenzie. Seus trabalhos variam entre decoração e moda, todos desenvolvidos no tear.

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Design Olímpico

A abertura dos Jogos Olímpicos 2016 destacou o que o Brasil tem de melhor, inclusive no design, arquitetura e paisagismo

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A noite da última sexta-feira (5) foi uma celebração do Brasil para o mundo. Pelo menos foi esse o resultado que a equipe comandada pelo cineasta Fernando Meirelles (diretor de Ensaios sobre a Cegueira e Cidade de Deus) conseguiu com a belíssima cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

A capital carioca recebe 16 dias de jogos com mais de 11 mil atletas de mais de 200 países e a abertura foi o momento de mostrar ao mundo o que o Brasil tem de melhor. Além da música, muito bem representada por nomes como Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Elza Soares, a arte, o design e a arquitetura marcaram presença.

Um grito pelo Meio Ambiente

Um grito pelo Meio Ambiente

Bem no início da cerimônia fomos presenteados com uma versão do hino nacional cantada por Paulinho da Viola e músicos bem confortáveis sobre as poltronas Lúcio, do nosso eterno mestre do design moveleiro Sérgio Rodrigues. A homenagem acertou dois alvos com uma só peça de design. A cadeira Lúcio foi uma homenagem de Sérgio Rodrigues ao amigo Lúcio Costa, responsável por desenhar o plano piloto que deu vida à capital federal.

Mas esses nomes não foram os únicos do design a aparecer em referências festivas durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. A arte geométrica brasileira foi igualmente homenageada com a representação do trabalho de Athos Bulcão, que muito fez por Brasília. Nos primeiros segundos da abertura, antes mesmo do presidente do Comité Olímpico Internacional ser anunciado, bailarinos dançaram no palco com tecidos nas formas geométricas usadas por Bulcão em seus trabalhos artísticos.

Formas geométricas de Athos Bulcão

Formas geométricas de Athos Bulcão

Outro momento de grande inspiração foi o voo de Santos Dumont no 14 Bis. O avião voou pelo Maracanã ao ritmo da bossa nova. Sobre as curvas da Cidade Maravilhosa, mostrou o Rio que tanto inspirou Tom Jobim, Vinícius de Moraes e as obras de Oscar Niemeyer e do paisagista Roberto Burle Marx – Burle Marx inspirou os organizadores também no formado do palco que representa um de seus famosos jardins carioca.

Ao final ficou, além da alegria, uma bela mensagem de respeito e de paz. Fernando Meirelles, ativista ambiental, aproveitou que a festa com cerca de 3 bilhões de espectadores atentos de todo o mundo,  para chamar a atenção para a necessidade de preservação ambiental. Uma floresta foi plantada com uma sementinha de árvore trazida por cada um dos atletas que entraram na arena. Daqui uns anos, além da lembrança, o Rio herdará desse momento uma floresta de árvores das nações.

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Fotos: Agência Brasil/ Divulgação

Louvre de Abu Dhabi

O francês Jean Nouvel é o responsável por levantar o museu do Louve de Abu Dhabi, previsto para ser lançado ainda em 2016

Maquete do projeto

Maquete do projeto

Com os primeiros tijolos erguidos ainda no século 12, o Museu do Louvre é um dos mais importante e famosos museus do mundo. Levantado por Filipe II no ano de 1190 entre o final da Avenida Champs-Élysées e o Rio Sena, o Louvre nasceu como uma fortaleza para defender Paris a oeste contra os ataques dos Vikings. Seu projeto ganhou anexos e foi crescendo a medida que novas dinastias assumiam o reinado na França até ganhar o colossal formado que possui atualmente, mas o Louvre é, sem dúvida, um dos maiores representantes da arquitetura medieval no mundo.

Sua arquitetura foi modernizada, quando o Palácio do Louvre ganhou uma controversa pirâmide de vidro  desenhada pelo arquiteto chinês I. M. Pei no centro do pátio do palácio no já final do século 20. Mas o Louvre nós conhecemos bem. Sabemos que é o dono de uma das maiores coleções de arte do mundo, incluindo obras como a Vênus de Milo e Mona Lisa. O que ainda não conhecemos é seu irmão mais novo, que vem sendo levantado no lado oriente do mapa mundi.
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É que em março de 2007, o Louvre de Paris anunciou que teria um museu homônimo na capital dos Emirados Árabes, como parte de um acordo cultural firmado entre a cidade de Abu Dhabi e o governo francês. A responsabilidade pela criação e execução do projeto ficou, nada mais nada menos, com o francês Jean Nouvel – conhecidos por seu estilo ousado e obras grandiosas, bem ao tom suntuoso dos países ricos da península arábica.

O museu, estimado em 108 milhões de euros e levantado em uma área de 24 mil metros quadrados, é a realização de um projeto do governo local para transformar Abu Dhabi  no novo centro cultural do oriente. Ainda em construção, o novo Louvre deve ser finalizado, com atraso, ainda este ano com 87 mil metros quadrados de área construída e 12 galerias permanentes.

Ao final, instituições culturais do governo francês se comprometeram a emprestar algumas obras para a abertura do mais novo museu que leva o prestigiado nome do Louvre. Especula-se que obras de Leonardo Da Vinci, Van Gogh, Claude Monet, Henri Matisse e Andy Warhol estarão entre as 300 peças que serão emprestadas para o lançamento do novo museu.

Neste período, entretanto, o governo de Abu Dhabi  não ficou parado e várias obras já foram adquiridas para compor o acervo permanente do edifício de Nouvel . A intenção é contar um pouco mais sobre a relação intercultural do oriente com o ocidente, bem como a história da humanidade, das religiões, civilizações e das ideologias mundiais.
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Fotos: Jean Nouvel Atelies/ Divulgação

A história de Dalvina Borges: a melhor construção do ano

Dalvina Borges Ramos juntou 150 mil reais em 50 anos de trabalho como diarista para reformar sua casa e acabou virando notícia quando viu seu imóvel premiado no início deste ano

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Dalvina Borges Ramos, 74, passou uma vida juntando o que podia de seu trabalho como diarista. Em 1991, Dalvina adquiriu um pequeno imóvel na Vila Matilde, bairro da zona leste de São Paulo e 25 anos depois, viu sua casa virar notícia. A história não é nova, mas vale a pena ser relembrada pelo Blog AZ.

Em 2013 Dalvina viu seu imóvel ser atingido por uma das fortes chuvas que atacam a capital paulista quase todo ano, foi quando seu telhado literalmente desabou. Os 150 mil que a diarista juntou ao longo de 50 anos de trabalho serviu para que seu filho batesse à porta de um escritório de arquitetura com uma encomenda: reforma urgente com orçamento possível.

O escritório de arquitetura Terra e Tuma foi o responsável pelo projeto de reforma da casa, que ganhou telhado e paredes de concreto. O resultado final, contemporâneo e cheio de vida, ganhou prêmio internacional. Foi assim que a história de Dalvina foi parar em sites de notícia nacionais e até em programa de televisão da maior emissora do país.
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É que o ArchDaily, um dos sites mais importantes do segmento de arquitetura do mundo, premiou o projeto no início desse ano na categoria “Building of the Year 2016” (melhor construção do ano). Dalvina ainda tanta se acostumar com a “modernidade” do projeto.  “A parede eu até acho bonitinha, mas esse chão dá a impressão que é sujo. Quero colocar um piso branquinho para dar uma aparência mais alegre”.

O filho de Dalvina contou que foi atrás de um escritório de arquitetura porque não queria um engenheiro assinando o projeto e não faria o que é comum em seu bairro: contratar amigos para realizar obras de reparação. O escritório conseguiu entregar um projeto que cabia no orçamento dos contratantes e realizou a obra, com dois quartos, sala, banheiro e área de serviço.

O resultado, combinado com a habilidade do escritório em otimizar o espaço a um orçamento restrito – estas obras são conhecidas por seu alto custo – foi o que rendeu prêmio à casa. “Levamos o prêmio porque trabalhamos pela democratização da arquitetura”, explicou o escritório à época.
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Fotos: Divulgação / Terra e Turma

Continuidade vertical

O arquiteto francês Jean Nouvel cria mais uma de suas joias da arquitetura urbanística em SP

Projeto Nouvel na Cidade Matarazzo

Projeto Nouvel na Cidade Matarazzo

A relação entre arte e arquitetura é íntima, os campos se confundem em um só nas mãos de alguns arquitetos que tem a arte no sangue. É por isso que o francês Jean Nouvel diz que introduz a arte na arquitetura e a arquitetura na cidade.

Seus trabalhos são alguns de nossos velhos conhecidos. Quem já foi a Barcelona, provavelmente tem em seu álbum a fotografia da Torre Aigües, aquela que parece um grande objeto fálico colorido. Este edifício, entre outros espalhados pelo mundo – o arquiteto tem mais de 200 projetos assinados em diversos países –, é de Nouvel.

Torre Agbar, Barcelona

Torre Agbar, Barcelona

O arquiteto estudou na École des Beaux-Arts em Paris, uma das mais prestigiadas instituições de ensino do mundo, e construiu uma carreira de destaque, tendo sido agraciado com o Prémio Aga Khan para a Arquitetura (concedido ao Institut du Monde Arabe, criado por Nouvel), o Wolf Prize in Arts em 2005 e, em 2008, pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Pritzker – o Oscar da arquitetura.

Seus projetos são sempre audaciosos e imponentes, desses que chamam a atenção à distância e viram pontos turísticos só pela forma – verdadeiras obras de arte urbanas.  Criado profissionalmente ao redor de modernistas, Jean Nouvel buscou formas divergentes daquilo que era feito pelos mestres de meados do século passado.

Em seus projetos mais recentes, tem incluído o paisagismo em sua obra, transformando os prédios urbanos em verdadeiras florestas verticais. Jean Nouvel afirma que os edifícios não devem ser objetos alheios ao mundo ao seu redor, de modo que seus trabalhos são, segundo o próprio arquiteto, “continuidades verticais”, sobretudo do ponto de vista paisagístico.

A capital paulista conseguiu espaço na lista das cidades presenteadas com projetos de Nouvel, que assina a Torre Rosewood, complexo hoteleiro-residencial na Cidade Matarazzo, com conclusão prevista para 2018. O edifício, em construção, terá 24 andares com mais de 100 m de altura que se desenvolvem em desníveis.

Em cada pavimento, o arquiteto planeja criar terraços com jardins elevados que receberão árvores de pequeno e médio porte. O arquiteto chamou seu projeto de um “lugar de urbanização calma”.

Ópera Nacional de Lyon

Ópera Nacional de Lyon

Copenhagen Concert Hall

Copenhagen Concert Hall

Design vindo da natureza

O design que a natureza produz sozinha

Glicínias - Japão

Glicínias – Japão

Dizem que na vida nada se cria já que a própria bíblia asseverou: nada há de novo debaixo do sol. Bom, se nada que criamos vem com 100% de originalidade, nossa maior fonte de inspiração é a natureza. Afinal, o que seriam dos projetos de Frank Lloyd Wright se não fosse a natureza com a qual suas edificações interagem?

Ocorre que a natureza não só invade e inspira o design, ela é muitas vezes o próprio design. Verdadeiras obras de arte produzidas pelo solo, pela beleza das cores naturais ou pela textura das pedras.

Não é raro encontrarmos no mundo pequenas obras de arte em forma de árvores, rios, lagos, areia ou terra. São paisagens que mais parecem quadros emoldurados após uma mistura atenta das tintas de um pintor zeloso e criativo.

Dentro dessa linha, fotógrafos espalhados pelo mundo encontraram árvores que se tivessem nascido no seu quintal faria parte da decoração de sua casa. Confiram:

Arce - Japonês

Arce – Japonês

Ávore do Dragão Socotra

Ávore do Dragão Socotra

Mangue d´água

Mangue d´água

Ficus - Filipinas

Ficus – Filipinas

Eucalípto - Havaí

Eucalípto – Havaí

Ciprestes - EUA

Ciprestes – EUA

Entre os quadrinhos e o realismo

Entre os quadrinhos e o realismo fantástico que o muralista francês Patrick Commecy expõem seu trabalho

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Uma parede cinza pode parecer sem graça para alguns, mas para o artista francês Patrick Commecy é uma porta aberta para a imaginação. O trabalho do artista urbano consiste em transformar paredões em imagens coloridas que transitam entre figurinhas de gibi e o realismo do dia a dia.

Para os que enxergam de longe, as paredes das pequenas cidades francesas atingidas pelos pinceis do muralista parecem charmosas casas cheias de janela, mas basta um olhar mais atento para perceber que as janelas são apenas o resultado do trabalho hiber-realista do artista.

Os desenhos, em sua grande maioria, são tridimensionais – dai a sensação de estar de frente com a realidade. Mas sua realidade, em muitas figuras, é fantasiosa. Por isso a sensação também de estar dentro de um quadrinho.

Commecy e sua equipe já realizaram mais de 300 gravuras em murais na França e países próximos, como a Itália e a Suíça. Segundo eles, cada um dos muros pintados reflete a identidade, a história e as especificidades do lugar onde são desenhadas.

Patrick Commecy trabalha como muralista desde 1978, época em que  a arte urbana não tinha a aceitação e o reconhecimento que conquistaram atualmente. Suas obras são feitas por meio de contratos com as prefeituras, residências ou estabelecimentos comerciais – tudo dentro da lei. Seu projeto foi batizado como a-fresco, um trocadilho que faz referência à técnica dos artistas renascentistas de pintar interiores de igrejas e castelos.

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