Arquitetura japonesa: Kengo Kuma

A madeira e as técnicas tradicionais da arquitetura japonesa no trabalho de Kengo Kuma

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Não é estranho que um país geograficamente tão distante do Brasil tenha uma cultura igualmente afastada da nossa. Em razão de sua complicada localização, o Japão ficou isolado em longos períodos do contato com o mundo exterior e nos momentos de invasão, viu sua cultura sofrer influência de ideias novas procedentes do estrangeiro.

Os japoneses desenvolveram a habilidade de absorver e assumir elementos dessas culturas estrangeiras que serviam para complementar suas preferências estéticas. O resultado disso foi o desenvolvimento de uma cultura peculiar com algumas características próprias e outras emprestadas.

As manifestações artísticas mais antigas que se desenvolveram no Japão datam dos séculos VII e VIII e estão relacionadas com o budismo. As características assumidamente orientais são fortes na cultura do país, principalmente em sua arquitetura peculiar. A principal marca da arquitetura japonesa é a capacidade dos profissionais de aproveitar diversos tipos de madeira, ao contrário da arquitetura europeia que aproveitava a pedra e o tijolo como matéria prima principal.
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A madeira é forte no trabalho de um dos grandes representantes da arquitetura japonesa, Kengo Kuma. Essa tendência vem do hábito japonês de aproveitar os recursos naturais tanto na área externa como interna. Kengo Kuma costuma enaltecer o artesão japonês e a qualidade do seu trabalho com materiais naturais como dois grandes trunfos de seu país. Materiais naturais, para Kengo Kuma, estão mais próximos da essência humana e cumprem melhor a função da arquitetura de promover o bem estar.

Kuma nasceu em Yokohama, Japão, e formou-se em arquitetura pela Universidade de Tóquio. Mais tarde, mudou-se para os Estados Unidos, onde continuou seus estudos na Universidade de Colúmbia, em Nova York. Atualmente, Kuma dirige seu escritório de arquitetura Kengo Kuma & Associates (KKAA) com sede em Tóquio e Paris, além de trabalhar como professor na Escola de Pós-Graduação de Arquitetura de Tóquio.

Seu escritório emprega 150 arquitetos e é responsável por grandes projetos espalhados pelos quatro cantos do mundo. Os traços da tradicional arquitetura japonesa aliada à madeira são marcas registradas do trabalho de Kuma.

Uma de suas fontes de inspiração é o trabalho de Frank Lloyd Wright. Segundo Kuma, o arquiteto americano carregou seu trabalho de um estilo que se aproxima bastante da arquitetura tradicional japonesa. Ele traduzia a filosofia japonesa numa linguagem global e geral. “Estou a tentar fazer o mesmo que Frank Lloyd Wright, mas a meu modo”, confessou.

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Madame – World of Emilio Pucci / Kartell

Design é meu mundo dá o destaque merecido para a união do trabalho de Philippe Starck com a Emílio Pucci

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É difícil pensar na Kartell sem lembrar-se das icônicas poltronas de Philippe Starck. O francês conquistou o mundo com suas criações de plástico e uma das suas poltronas mais famosas, a Louis Ghost, já ultrapassou a marca dos 1,5 milhão de unidades comercializadas em todo o mundo.

Starck nasceu em Paris no dia 18 de janeiro de 1949 e estabeleceu seu nome no design de mobiliários desde que se formou na École Nissim de Camondo e fundou sua própria empresa, a Starck Productions. Sua parceria com a Kertell é antiga e com a marca conquistou seus maiores sucessos.

A Mademe, poltrona de Starck com a Kartell, é um desses exemplos de sucesso. A poltrona já desfilava belas estampas escolhidas por Philippe, mas agora a Mademoiselle Kartell entrou no mundo de Pucci. Emilio Pucci foi um grande fashion designer italiano e sua grife se uniu à Kartell pela primeira vez no ano passado. A parceria deu certo.

Esse ano as marcas dedicaram seus trabalhos para dar à poltrona de Philippe Starck a inspiração do projeto Cities of the World da Pucci. Assim, Madame recebeu uma nova roupagem e os desenhos da Pucci substituíram as estampas selecionadas por Starck.

As quatro estampas usadas em Madame representam a Avenue Montaigne em Paris, a Piazza di Spagna em Roma, os icônicos arranha céu de Nova York e os distritos de Xangai. A nova coleção foi batizada de coleção de poltronas Madame – World of Emilio Pucci. Lindas, não?!!!

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“O design está se tornando algo complexo”

“Essa mistura de sensações que uma peça de mobiliário desperta é o que me encanta”

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

Foi em meio às batidas do som e o tilintar das taças de champanhe, em uma noite de Papo Design, que Fernando Mendes reservou tempo para um papo sobre design com nosso Blog AZ. O design faz parte da vida e inspira Fernando na hora de mergulhar nas possibilidades da forma e do encaixe da madeira. “Essa mistura de sensações que uma peça de mobiliário desperta é o que me encanta”, confessou.

Fernando descobriu quando era ainda jovem que seu ídolo do design era também seu primo. Unidos pelos laços familiares e pela paixão ao design, Sergio Rodrigues e Fernando Mendes trabalharam juntos por mais de 20 anos, parceria que se encerrou com a morte de Sérgio no fim do ano passado. Todas essas histórias foram relembradas na entrevista que o designer concedeu ao Blog AZ:

 

Quando você fala em design, sempre defende o trabalho de uma marcenaria de verdade, o que seria essa marcenaria?

Quando eu faço referência a essa marcenaria, me aludo ao uso das técnicas de marcenaria milenares por meio do encaixe na produção do design de móveis contemporâneo. A marcenaria é atenda a uma construção artesanal antiga ou nova, basta saber usar. A utilização do encaixe da madeira com o mínimo de intervenção de outros materiais, como o prego, é o que chamamos de uma marcenaria de verdade.

 

É possível usar essa marcenaria de verdade em um atelier de grande produção?

Sim, é possível desde que o atelier desenvolve uma série de mecanismos para poder produzir utilizando a marcenaria artesanal. Hoje, existe no mercado o CNC, comando digital para operar uma fresa, que cria o formado e faz o encaixe da madeira. A [máquina] CNC não é uma tecnologia nova, desde o início da década de 1930 os escandinavos já utilizavam esse mecanismo para fazer os encaixes da madeira de forma seriada para uma produção de maior escala. Quer dizer, os escandinavos já utilizavam esses gabaritos para produzir os móveis de forma muito sofisticada há mais de 70 anos atrás, produzindo peças extremamente elaboradas com um suporte fabril bastante tradicional. É uma tecnologia que não se utiliza uma interface digital e sim a inteligência.

 

Você costuma criticar a questão de o trabalho manufaturado ser relegado à segunda categoria. Essa desvalorização é uma tendência mundial ou é recorrente apenas no Brasil?

Acho que desconsiderar o trabalho artesanal e manufaturado ainda é uma tendência mundial, mas que está mudando. Ainda acho que aqui no Brasil é um pouco pior. Os brasileiros tem a cultura, herdada da colonização portuguesa, de acreditar que é preciso ter um nível universitário para se dar bem na vida e como a arte da manufatura é ligada a um setor mais técnico, a gente desprestigia. Em razão do preconceito, falta no mercado brasileiro pessoas com maior formação técnica e essa tendência acaba inclusive por atrapalha a nossa economia. É muito difícil contratar pessoas do setor técnico no mercado. Eu já tive um funcionário alemão com formação no setor técnico na Alemanha e ele achava estranho esse desprestígio. Seus amigos brasileiros, de nível universitário, não entendiam como um alemão que falava inglês não tinha uma formação superior, como se essa ausência deixasse o seu trabalho menos importante. As pessoas não compreendiam como ele estava se ‘sujeitando’ ao trabalho de marceneiro, como se fosse uma profissão que exigisse pouca inteligência – o que não é verdade. A marcenaria dá a oportunidade de a pessoa desenvolver trabalhos incríveis que exigem inteligência e muito estudo elaborado. É uma profissão que não fica a dever nada para nenhuma outra.

 

Algumas pessoas acreditam que o design mobiliário e o design de modo geral são uma espécie de arte, já outros a tratam como uma profissão. Qual é a sua opinião a respeito desse debate?

O design hoje em dia tem uma característica interessante de se tornar uma área de interesse que abriga um monte de inteligência. Ele surgiu como uma maneira de aliar forma, função, fabricação e emoção para despertar interesses e criar algo que tenha um lado artístico e outro funcional. Ou seja, deve unir a beleza da arte com a funcionalidade do produto comercial, pois não adianta criar algo belo que não possa ser levado para a fábrica ou ser de fácil produção fabril e não ter nenhuma beleza atrativa. O design hoje em dia está abraçando cada vez mais áreas, já que tem essa peculiaridade de ir agregando inteligências e interesses. Um cabeleireiro, por exemplo, se tornou um hair designer. O design está se tornando algo mais complexo.

 

Tanto seu trabalho como o de Sérgio Rodrigues são bastante modernistas. Como você abraçou esse tipo de criação e, junto com Sérgio, produziu peças bastante atemporais?

O design atemporal é aquele que cria objetos com uma expressão tão forte que passa pelo tempo e continua agradando, sendo interessante e atual. É o que chamamos de clássico. Claro que o clássico não nasce com essa característica, ele se torna clássico de acordo com o tempo e sua aceitação. Meu trabalho é muito ligado às décadas de 1950 e 1960 em razão do meu interesse por essa tecnologia escandinava da marcenaria de encaixes. Como os escandinavos ficam muito tempo dentro de casa, já que os países nórdicos são muito frios, eles se preocuparam em desenvolver peças atentas ao aconchego dos móveis e a uma beleza limpa, minimalista e sem muito rebuscamento. São móveis confortáveis, duráveis e gostosos de usar. Essa mistura de sensações que uma peça de mobiliário desperta é o que me encanta. Outro fator que despertou meu interesse foi o trabalho de marcenaria com o encanto da textura e dos cheiros. A marcenaria tradicional é uma atividade que mexe muito com os sentidos. Espero até um dia conseguir descolar disso, mas esse vínculo não é uma preocupação pra mim. Eu crio inspirado pelo trabalho da marcenaria e pelo fascínio de desenhar as peças à mão. Aprendi com o Sérgio [Rodrigues], que tinha uma paixão pelo desenho, a importância da criação inicialmente manual do trabalho moveleiro.

 

Dentro dessa criação mais tradicional ou industrial e da criação autoral, você acredita que podemos distinguir o bom do mau design?

Eu não sou um crítico de design, mas acredito que o bom design venha da sensibilidade de se gostar de criar e produzir. Existem coisas que são boas e outras que não; que têm uma estrutura equivocada para a sua fabricação ou uma estética sem inspiração, copiada ou sem conforto. O conforto não deve ser desprezado em nenhum momento. O design tem que abraçar a arte, o conforto, o saber fazer e a beleza do mobiliário.

 

Você fala muito na questão do encanto e de gostar do design e todos que falam em Sérgio Rodrigues lembram dessa mesma característica apaixonada que ele tinha de encarar o design. Como foi trabalhar com ele?

Depois de mais de 20 anos de convivência com Sérgio que percebi o que foi a maior influência dele na minha vida e no meu trabalho e essa influência foi exatamente essa paixão e emoção que ele teve com o ofício. O Sérgio batalhou em um momento que não existia um design brasileiro. Tinham poucas pessoas fazendo alguma coisa que expressasse uma cultura nacional dentro da fabricação de mobiliário e dos espaços institucionais. Ele começou a se dedicar ao mobiliário com uma crença e uma vontade tão forte de fazer acontecer que foi em frente atravessando bons e maus momentos sem nunca abandonar o entusiasmo.

 

Praticamente tudo que ele criou teve uma força grande e uma enorme repercussão no mundo do design.

Sim, e essa conquista veio da ligação que ele tinha com a emoção. Acho que ele queria tocar as pessoas com a sua criação. Sérgio foi um homem muito carismático, mas tinha essa coisa de atingir e provocar o outro. Seu é muito sedutor já tudo que ele criou foi feito para projetos específicos e pessoas específicas. Ele estudava o cenário da vida da pessoa e fazia um casamento entre o lugar e o sujeito criando peças perfeitas para cada ocasião. Ele conseguiu, ao mesmo tempo, ter uma variedade imensa de modelos que são distintos e uma linguagem única que é marca registrada do seu design. Ele conquistou umas coisas que acho muito difícil de serem alcançadas.

 

Seu trabalho foi muito importante para mostrar ao mundo que o Brasil tem design. Você acredita que ele foi um marco nessa questão da afirmação nacional dentro do design moveleiro mundial?

A motivação dele veio disso. Sérgio foi estudar a arquitetura e percebeu que na arquitetura de meados do século XX existiam varias representações da expressão brasileira. O Brasil já aparecia no cenário mundial da arquitetura, entretanto não tinha muito nomes no campo do mobiliário. Ele olhava para dentro dessa arquitetura e via somente o design europeu, já que não tinha uma identidade brasileira para colocar dentro das casas. O mote de Sérgio com o design foi o de justamente querer preencher esse espaço interno com algo que se comunicasse com a nossa cultura.

 

Um passeio pela moda japonesa de Issey Miyake

A cultura japonesa é rica em todos os campos, mas é na moda que Issey Miyake mostra seu talento

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A cultura que vem do outro lado da terra tem Issey Miyake como maior representante no campo da moda, muito embora o designer não se considere um criador de moda e sim um produtor de roupas. O Blog AZ discorda… Issey Miyake cria tendências e tendências para lá de surpreendentes.

Miyake nasceu na cidade japonesa de Hiroshima, e logo após concluir sua formação acadêmica, em 1964, na Universidade Tama, Tóquio, aterrissou em Paris para estudar moda. Sua primeira experiência com uma maison de alta costura veio cedo. Mal tinha se acomodado na capital francesa e já foi chamado para contribuir com a grife Guy Laroche, para a qual passou a desenhar em 1966.

Antes do final da década de 1960, Issey Miyake trabalhou com a famosa Givenchy, até que decidiu voar para mais longe de sua terra natal: Nova York. Alí, Miyake foi se deixando influenciar pelo guarda-roupa que vinha das ruas. A moda deve servir aos homens e não o contrário, então a filosofia de liberdade despertou sua criatividade na criação de jeans e camisetas, e também para um estilo que surgiu através da combinação de roupas usadas.
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Em 1971 realizou seu primeiro desfile, mas não chegou a impressionar a comunidade fashion norte-americana. De volta a Paris, um seguindo desfile colocou Miyake no radar da moda mundial. Issey começou sua escalada mostrando uma moda com roupas superpostas. Suas peças envolviam o corpo feminino com leveza e uma dose extra de conforto.

Foi no final da década que a elite de vanguarda descobriu a beleza das criações de Miyake, que explorava texturas com forte influência oriental, mas que permitiam o uso dentro dos padrões ocidentais. Visionário, o designer sabe mesclar as culturas e os estilos.

Foi no final dos anos 1980 que o estilista introduziu um dos métodos mais presente em seu trabalho, pleating (plissado). O plissado permitiu a flexibilidade de movimentos e o conforto das roupas. Atualmente, as criações de Issey Miyake não são exclusividades de guarda-roupa. Ele desenvolveu fragrâncias e cria também peças de decoração, como luminárias e objetos de design – tudo bem próximo ao seu estilo inusitado.

Cidadão da moda e do mundo, Miyake dedica hoje seu trabalho à investigação na Fundação Issey Miyake, que pesquisa novos materiais e novas técnicas de vestuário. O designer entregou suas coleções a talentosos designers que continuam o trabalho deixado por ele. Seu império tornou-se uma multinacional multimilionária com lojas espalhadas pelas principais capitais do mundo.

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Japão em destaque

O Blog AZ fala um pouco mais da rica cultura japonesa na literatura, moda e arquitetura

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A comunidade japonesa já comemora mais de cem anos no Brasil, data que celebra a chegada do navio Kasato-Maru na cidade de Santos em 18 de junho de 1908, trazendo a primeira grande leva de imigrantes japoneses ao país. A cultura desse país tão distante já este bem presente no Brasil e outra onda que esta forte em terras tupiniquins é a sua literatura.

Ainda que no campo da arte a literatura se apresenta timidamente, os autores japoneses estão sendo publicados com frequência no Brasil. O Haruki Murakami é um destes e seus livros já são best seller no país. Os autores do outro lado do mundo escapam da monotonia misturando fantasia e realismo e conquistando o público.

O próprio Haruki Murakamim  foi favorito ao prêmio Nobel de literatura em 2012 e seu livro 1Q84 já vendeu mais de 5 milhões de cópias, 4 milhões apenas no Japão. Lá, a obra saiu como um folhetim, dividida em seis partes. No Brasil, são três volumes, todos na lista dos mais vendidos.
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Bom, não é apenas na literatura que o Japão dá o que falar. Alguns nomes do mundo da moda vêm dessa cultura tão distante e, ao mesmo tempo, tão próxima. Issey Miyake, Yohji Yamamoto, Rei Kawakubo são alguns que merecem destaque.

Em sua exuberante arquitetura, temos Kengo Kuma e Tadao Ando que nos apresentam uma estética que foge da nossa zona de conforto. Fora do que estamos acostumados, cada designer, estilista, autor e arquiteto nos mostra quão rica é a cultura japonesa.

Em homenagem ao Japão, ao dia do livro e à cultura de um país tão singular, o Blog AZ vai passar as próximas semanas falando um pouco mais de cada um desses artistas e suas áreas para mostrar como é feita a literatura, a arquitetura e a moda no Japão.

O colorido que encanta

Novidade Adresse no Armazém da Decoração

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

O Estudiobola é conhecido por seu design inovador. Cores, proporções, desenhos e cenografia formam as peças desenhadas pelos arquitetos Flavio Borsato e Maurício Lamosa. Mas os arquitetos não restringem seus trabalhos à marca que leva seus nomes. Em 2000, o Estudiobola se uniu à Adresse para uma parceria que dura até hoje.

A experiência de seus fundadores no setor moveleiro iniciou-se em 1968, quando montaram fábrica e loja próprias sediadas em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo. Após representarem algumas marcas do setor, inauguram em 2000 uma loja conceito com a Adresse, voltada ao mercado de Closets e Cozinhas.

Em 2003 foi lançada a linha Adresse Composições, que trouxe como conceito o móvel de design contemporâneo para todos os cômodos, influenciado pelo desenho italiano e pelas tendências das maiores mostras internacionais. É nessa linha que trabalha a Adresse. Um desenho inusitado, colorido e com muita identidade.

O Armazém da Decoração não poderia deixar de trazer para seu time de grandes peças o colorido da Adresse. Sempre com novidades, a mais nova é a mesa de centro Modular Celega. Não perca as novidades AZ.

Arquitetura pelo mundo: Casa de Pedra

No interior de Portugal um homem realizou seu sonho de construir uma casa em meio de grandes rochedos

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A arquitetura nunca esteve tão a serviço da natureza como nas montanhas de Fafe, interior de Portugal. É que durante um passeio na tarde do outono de 1972, o português Vitor Rodrigues viu de longe quatro grandes pedras e decidiu que ali faria sua casa. O sonho se tornou realidade em 1974 quando, usando sua imaginação e muitas ferramentas, conseguiu construir uma casa que mais parece tirada do cenário dos desenhos dos Flintstones.

A Casa de Pedra se confunde com a paisagem local. De longe parece apenas um arranjo da natureza que amontoou quadro grandes pedras, mas de perto é possível perceber o refúgio de férias da família Robinson. Vitor aproveitou as pedras e as preencheu com tijolos, massa e pedregulhos semelhantes às rochas originais.

Apesar da aparência rústica, não falta comodidade no interior das rochas. A casa possui lareira e piscina esculpidas em uma das suas grandes pedras. Móveis, escadas e corrimões de madeira completam o ambiente interno. As paredes da casa são feitas com argamassa e a área de estar é coberta com telhas de concreto. A construção tem dois pisos: uma sala e uma pequena cozinha no inferior e um banheiro e três quartos no superior. Tudo bem pequeno e planejado para caber no espaço deixado pelas pedras.

Quando a notícia de que havia uma casa muito parecida o a dos Flintstones no interior de Portugal, a residência da família Robinson foi fotografada e suas fotos compartilhadas, colocando a construção no rol das arquiteturas inusitadas espalhadas pelo mundo. Mas a popularidade não fez muito bem à residência, que acabou sendo alvo de depredação e furto.

Atualmente, a família dos netos de Vitor não vive em Fafe. A casa é para eles o que virou para muitos que passam pelo local, apenas um lugar para visitar. Agora a casa está equipada com janelas à prova de balas e porta de aço.

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Entre a casa e o muro

O jardim por Benedito Abbud

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O impacto do verde na vida tanto de uma casa quanto de uma cidade fez com que a arquitetura criasse, dentro de sua linha de estudo, toda uma nova maneira de se pensar o bem estar e Benedito Abbud entendeu bem sua importância. Para o arquiteto e paisagista brasileiro, o verde deixou de ser um elemento meramente estético e se transformou em uma solução para as cidades.

Bom, como essa afirmação não é difícil imaginar que o trabalho paisagístico de Abbud envolve diferentes produtos e escalas, que vão desde cidades, bairros, parques, praças, condomínios verticais e horizontais, residências e até empreendimentos corporativos e comerciais, hotéis e flats, habitações compactas, shoppings centers e áreas especiais. Seu escritório já desenvolveu mais de 5.200 projetos em todo Brasil e em outros países como Argentina, Uruguai e Angola.

Com 40 anos de profissão, Benedito Abbud é arquiteto paisagista formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, na qual atuou como professor. Arte, técnica, bom senso, bom gosto e criatividade são as principais ferramentas de trabalho do paisagista. Desde a escolha de uma planta ou um piso até a disposição de cada um dos elementos em sintonia com a arquitetura do ambiente fazem toda a diferença e um belo jardim – tanto em um espaço público, quando em espaços privados – é sinônimo de qualidade de vida.
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“Hoje, a presença do verde e da natureza em centros urbanos é sinônimo de qualidade de vida, motivo para os profissionais, assim como eu, valorizam o verde nas cidades”, afirma o paisagista que dá cada vez mais valor para o verde que anda sumindo das grandes cidades. “Acredito que a atual conscientização da população para a importância de conviver junto à natureza e respeitá-la impacta em uma vida melhor para todos”.

Para Abbud, paisagismo não é um simples jardim. O arquiteto gosta de trabalhar com o conceito de acupuntura paisagística que defende que, a partir do momento em que se melhoram pontos estratégicos do local, esses benefícios se espalham por toda a região onde são aplicados. “O paisagismo é como a acupuntura, que vê seus efeitos se espalhar pelo corpo humano, mesmo sendo aplicada apenas em determinados pontos”. Os cinco sentidos também não são esquecidos pelos trabalhos de Benedito Abbud, que explora sabores, cheiros e barulhos em seus jardins.

O reconhecido trabalho paisagístico de Benedito Abbud não passou despercebido. O arquiteto já viu seu escritório ser premiado diversas vezes e assina alguns livros sobre a qualidade de vida do verde. É também de autoria de Abbud o desenvolvimento dos projetos para a candidatura do Rio de Janeiro à Olimpíada de 2016.

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Arquitetura pelo mundo: Foundation Pathé

Foundation Pathé é mais um edifício que expõe a criatividade dos arquitetos contemporâneos das capitais europeias

Michel Denancé

A Torre Eifel, estrutura de ferro erguida no Champs de Mars em Paris no século XIX, é ainda o edifício mais alto da cidade, mas não é preciso ser o prédio mais alto para chamar atenção. O edifício da Foundation Pathé, localizado no 13º distrito da capital francesa, não disputa atenção com o monumento mais visitado do mundo, mas com certeza não passa despercebido entre os prédios antigos e históricos da capital.

Primeiro que de antigo o Pathé não tem nada. Sim, o Velho Continente está abrindo suas portas para o novo e os arquitetos contemporâneos estão sendo recebidos de braços abertos nas famosas cidades europeias. Londres sedia o prédio mais alto da Europa ocidental e seus edifícios contemporâneos podem ser vistos de todos os ângulos da cidade. Barcelona, Praga, Madrid e Moscou são outros exemplos de cidades antigas que se abriram para o novo.
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Paris ainda está engatinhando, mas não deixa de exibir prédios bastante chamativos por sua arquitetura contemporânea. O Centro Pompidou, inaugurado em 1977, causou estranheza nos parisienses mais acostumados com os prédios tradicionais. Do alto do Arco do Triunfo, La Defense mais parece um bairro futurista, ainda que não tenha erguido todos os arranha-céus que foram projetados para o setor financeiro de Paris.

O Pathé é outro exemplo da arquitetura contemporânea em meio aos edifícios tradicionais. De longe, o prédio parece um inseto gigante, de perto é um criativo edifício exprimido entre dois blocos históricos da cidade da luz. O Pathé é uma presença inesperada, um volume curvo flutuante no meio de um pátio, ancorada em apenas alguns apoios. O projeto requeria a demolição dos dois edifícios existentes, ao contrário, entretanto, sua fachada foi restaurada e conservada devido ao seu valor histórico e artístico – ela foi esculpida por Auguste Rodin.

A Fundação Jérôme Seydoux-Pathé foi inaugurada em setembro do ano passado encarregada de apresentar ao público o patrimônio cinematográfico da Pathé. O responsável por toda essa originalidade foi Renzo Piano, que assina também o já mencionado Centro Pompidou.

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Fotos: Michel Denancé

A cidade das várias cidades

Londres, na contra mão das outras capitais europeias, deixou a arquitetura contemporânea invadir os bairros dos prédios levantados no fim do século IX

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Visitar os grandes pontos turísticos de Londres é realmente encantador, mas ver uma Londres contemporânea lado a lado daquela antiga vila medieval faz valer apena passear por uma das cidades mais visitadas do mundo.  A arquitetura dos novos prédios, ao contrário do que ocorre em praticamente todas as grandes cidades europeias, está realmente espalhada por Londres, que não segregou nos bairros afastados a criatividade dos designers do novo milênio.

Ao olhar para o alto no centro turístico de Paris se vê apenas a Torre Eifel, edifício mais alto da cidade, mas na capital inglesa se vê um incontável número de prédios novos intercalados com as torres de catedrais e edifícios levantados nos tempos aureos dos reis. Parece difícil imaginar arranha-céu na Europa, mas Londres está começando a trazer essa cultura capitalista para o centro de sua cidade – inclusive, a capital inglesa abriga o The Shard, maior edificio da Europa Ocidental .

A maior parte dos edifícios altos da capital inglesa se localizam na City e Canary Wharf, regiões financeiras da cidade que sediam as grandes empresas e bancos mundiais. Porém, não é preciso se locomover até esses bairros já que o novo e o velho estão lado a lado em toda Londres.

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Um passeio pela margem do rio Tâmisa até a famosa Tower Bridge  nos faz variar no tempo. A própria ponte báscula da torre, construida em 1894, é visinha do City Hall – prédio construído há pouco mais de dez anos que abriga a prefeitura – e do Royal Palace and Fortress The Tower of London – que teve sua construção iniciada no século IX, em 1078.

O edifício que abriga a câmara e o gabinete do Prefeito de Londres é um modelo de acessibilidade e sustentabilidade. Projeto do arquiteto Norman Foster, o City Hall surpreende logo pelo formato de esfera inclinada coberta por vidro. Já o Royal Palace, do outro lado do rio, matém seu desenho original e medieval que inicialmente serviu de fortificação dos limites da cidade romana sendo, alguns séculos mais tarde, utilizado como sede de prisão e tortura dos opositores da coroa.

Ainda às margens do Tâmisia, a Milenium Bridge – batizada em homenagém a chegada do novo milênio, ano de sua inalguração – se destaca quando vista ao lado da St Paul’s Cathedral, levantada ainda no século XVII. Destaque também para o belo edifício empresarial projetado pelo arquiteto Norman Foster (o mesmo da prefeitura londrina) em forma de cilindro.

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