“O mundo descobriu que nós temos designers”

Em entrevista para o Blog AZ, Carlos Motta fala um pouco mais sobre seu trabalho e sobre os rumos do design nacional

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Designer, arquiteto, pai, pescador e surfista. É a assim que muitos definem Carlos Motta, já o próprio Carlos prefere não ter definições específicas, o designer se considera uma mistura de todas essas características. Dono de um design único, o criador na poltrona Astúria define seu processo criativo como intuitivo. Em um papo com o Blog AZ em um dos ambientes da Armazém da Decoração, Carlos Motta falou um pouco mais sobre seu trabalho, sua vida e os rumos do design nacional.

Quais são as filosofias que movem o seu trabalho?

Estava conversando com algumas pessoas aqui e alguém me perguntou sobre o Salão de Milão e eu me lembrei que a última vez que fui ao Salão de Milão foi em 1981, porque de alguma maneira eu perdi um pouco o interesse. Claro que se eu for lá vou ficar deslumbrado de ver todas as coisas que estão acontecendo, mas eu não tenho a atitude de ir até lá porque não é esse o meu vínculo com o design. A minha história com o design é muito intuitiva, mesmo eu tendo me formado em arquitetura. O design, a arquitetura, meus filhos, minha mulher, minha alimentação, o surf, a maneira que está tudo ligado… É tudo junto. Eu não saio da praia e termina ali o surfista, chego em casa e me transformo em marido e pai ou vou para o atelier e viro arquiteto ou empresário. Todas essas coisas estão presentes o tempo todo na minha vida e me ajudam no processo criativo. O trabalho de design não é um trabalho intelectualizado, é um trabalho intuitivo e muito em cima desses valores.

Você tem um vínculo forte com a marcenaria, assim como a Butzke. Foi isso que uniu o trabalho de vocês?

Isso foi uma das coisas que uniu o nosso trabalho, mas o que mais nos uniu mesmo, independente do respeito e da paixão pela marcenaria, é o fato de nos pautarmos em uma responsabilidade social e ambiental. Para mim, essa duas responsabilidades são os primeiros pré-requisitos para um bom design. É impossível em 2014 fazer um bom design sem ter responsabilidade ambiental e social, mesmo que seja algo lindo mostrado no Salão de Milão, ela não vai ter qualidade se não foi produzida com responsabilidade e respeito.

Como é essa responsabilidade social no trabalho do Atelier Carlos Motta?

Eu sempre trabalhei com muitos funcionários e sempre vi a turma vindo de três conduções em São Paulo, uma vida muito cruel, com esse abismo social que tem no Brasil. Como eu já tive muita sorte de nascer em uma família que pode me oferecer muita coisa boa, pensei que se a organização é monetária eu deveria utilizar o design como uma ferramenta social para trazer essa turma comigo e dividir os lucros. Então qualquer peça que sair produzida por mim vai fazer com que todos que estão na cadeia produtiva participem do lucro comigo. Quando uma peça é vendida, ela possui tanto valor agregado que esse valor dá para ser dividido.

O que é o design pra você?

O brasileiro é muito habilidoso. Essa coisa nossa de ter que improvisar por sermos um país pobre dá ao brasileiro uma capacidade de trabalho incrível. Eu nunca vi ninguém trabalhar com a madeira como os baianos que fazem construção civil da mais alta qualidade. O brasileiro tem essa capacidade de absorver o conhecimento e manter aquilo que é trazido e promovido. Eu acho, então, que o design está muito mais envolvido com essas coisas do que com os grandes prêmios e salões de móveis internacionais.

Como é que você está vendo essa valorização que o design começou a ter inclusive no Brasil?

Eu acho que aqui no Brasil, durante muitos e muito anos, a gente tinha o costume de abrir uma revista e copiar as coisas dos outros e isso transformou nosso produto em algo sem valor agregado. A China, o México e a Indonésia já fazem isso e por bem menos que a gente. Então se eu quisesse algo da Kartell, eu compraria uma empresa chinesa por um preço bem baixo que as brasileiras. Assim, o empresário brasileiro começou a descobrir que não adianta ter um parque industrial enorme montado para a indústria moveleira pensando em exportação, já que o poder aquisitivo do brasileiro não é tão alto, com cópias. Foi aí que o mercado descobriu a identidade e o design brasileiro. Nós temos as madeiras mais bonitas e certificadas pelo selo FSC, então no lugar de deixar os estrangeiros levarem nossa matéria prima, eles começaram a levar nossos produtos manufaturados. Hoje o mundo descobriu que nós temos designers.

Designers donos de peças autorais como as suas acabam sendo copiados ao longo da carreira, como o Atelier Carlos Motta lida com a pirataria?

No começo da minha carreira eu descobri que uma peça minha havia sido plagiada, então procurei um advogado. No período em que o processo, lento e caro, corria na justiça eu acabei lendo um livro de um mestre yogi e em uma de suas passagens falava que o que a gente produz pertence à humanidade, é uma colaboração ao mundo. Nesse dia eu desisti do processo e desde então nunca mais processei nenhuma cópia do meu trabalho.

Você acha que existe o bom e o mau design?

Uma peça boa é uma peça que responde a certos pré-requisitos que eu acho que são básicos. O bom design tem a matéria prima correta, ambientalmente e tecnicamente correta. Tem que saber usar a ergonomia, com o estudo do corpo para a construção de uma peça confortável. E depois de tudo isso, essa peça deve ser longeva porque eu tenho certeza que eu, meu filho, meu pai ou meu neto vão sentar ou deitar desses móveis, então para quê fazer uma coisa efêmera? Esse conjunto de coisas acaba distinguindo o que é um bom design de um mau design.

 

 

 

Sérgio J. Matos

Apaixonado pela cultura brasileira, o designer Sérgio J. Matos é dono de um trabalho ímpar com inox e corda de poliuretano e algodão

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Para os que acham que o processo criativo tem limite, aposto que ainda não conhecem o trabalho do designer Sérgio J. Matos. O paulista radicado na Paraíba se formou na Universidade Federal de Campina Grande e começou a criar peças de forte identidade desde então.

Apaixonado pela cultura brasileira, Sérgio imprime em seu trabalho o regionalismo de cada pedaço do país que o encanta. A dedicação de sua equipe, que produz um trabalho à mão, é visível pela qualidade final dos produtos artesanais do estúdio de Matos. “Dois fatores fazem o objeto artesanal especial: originalidade e qualidade do trabalho com sua construção e acabamento”, explicou o designer em uma entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo.
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A assinatura de Sérgio nem é necessária, basta olhar para sua de suas peças para saber que são de sua autoria. O designer trabalha com materiais em inox e corda de poliuretano ou algodão para dar vida à cestos de fruta, luminárias, mesas, poltronas e sofás.

Cesto Caçuá

Cesto Caçuá

Em 2014, um novo trabalho do arquiteto chamou a atenção do mundo do design. Inspirado nos cestos caçuás, utilizados em algumas regiões para o transporte de mantimentos, Sérgio deu origem ao Sofá Caçuá. Criado em mais de dez cores distintas, todas bastante coloridas, o sofá possui estrutura em ferro revestido de corda de poliuretano. “Do início do projeto até o seu lançamento foram exatos um ano de muito trabalho, ajustes, e muitos testes”, contou o designer sobre o processo de criação do novo sucesso de seu estúdio.

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Grupo de design Estúdio Manus

O peculiar trabalho do casal Daniela Scorza e Caio de Medeiros no Estúdio Manus conquistou público e crítica e vem mostrando ao mundo o design criado no Brasil

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Arte, design, artesanato e criatividade. Essa salada mista de palavras está sendo servida para abrir mais um post para falar sobre estúdios de design que criam objetos de decoração e peças de mobiliário que navegam entre o design e a arte. É isso que faz o Estúdio Manus, ateliê de Daniela Scorza e Caio de Medeiros aberto em 1999 na capital paulista.

O espaço do Estúdio Manus, localizado na Vila Madalena, é uma mistura de ateliê, loja e galeria. Ali são criados e produzidos objetos que permeiam um universo muito peculiar e expostos juntamente com linhas de peças fabricadas em séries limitadas em parceria com pequenas indústrias e artesãos. O que impressiona também é a seleção de objetos raros, curiosos, antigos e étnicos que compõem o universo Manus.
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Daniela Scorza e Caio de Medeiros, parceiros na vida e no trabalho, passaram a desenvolver objetos, móveis, arquitetura interior e cenografia com o auxílio de uma pequena equipe onde arte, design, poesia e artesanato se dialogavam. O resultado foi incrível e deu origem a peças e objetos completamente fora do comum.

Duas vertentes chamaram atenção para o trabalho atemporal criado pelo casal: os objetos feitos a partir de porcelana e cerâmica e os diversos estilos e formatos de luminárias com forte carga conceitual, que fizeram sucesso. O Estudio Manus procura resultados simples, despojados e elegantes e encontraram em suas peças poéticas e lúdicas o resultado que buscaram.
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Ao longo de sua história o Estudio Manus conquistou a participação em exposições e mostras de design e arte no Brasil e exterior, como no ‘Talents à la Carte’ na Maison&Objet de Paris em 2005, o prêmio “Prix Découverte” do Le Point no Salão “Design Now!” também em Paris, peças selecionadas para integrar o acervo do MoMa Store NY, Exposição ‘Design Brasileiro Hoje: Fronteiras’, MAM SP 2009 com peça em acervo no MAM SP, Exposição “+(55) Brazil” na Civic Gallery em Barnsley, Inglaterra 2011, Exposição “Fronteiras” no Palazzo Giureconsulti em Milão 2012, “Brazilian Modern” na Galeria Ampersand House, Bruxelas 2012 entre outras.

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Do vidro à madeira

A designer Jacqueline Terpins, conhecida por seu trabalho com cristal soprado, mostra seu talento ao extrair, da rigidez da matéria-prima, móveis sinuosos e fluidos

Chaise Longue Copacabana

Chaise Longue Copacabana

Ao se consagrar com o trabalho em cristal soprado, a designer Jacqueline Terpins ficou conhecida pelas peças que realçam o movimento original do cristal e abusam das formas do vidro. Após 20 anos explorando o vidro como matéria prima, Jacqueline provou que sua competência e talento não se restringem aos trabalhos à 1440º de temperatura. A designer decidiu ampliar sua linha de trabalho e lançou alguns produtos tendo a madeira como matéria-prima.

Artista plástica, Jacqueline Terpins formou-se em Comunicação Visual na Escola de Belas Artes da UFRJ e manteve suas criações de mobiliário muito próximas do meio artístico. Descobriu as possibilidades que o trabalho no vidro oferece após assistir a um documentário tcheco sobre fábricas de vidro soprado e dedicou grande parte da sua carreira para a criação de móveis sinuosos e fluidos extraídos da rigidez dos materiais transformados.

Capaz de entender e explorar ao máximo a capacidade que cada material possui, Jacqueline Terpins diz utilizar sua liberdade de criação para pesquisar várias matérias-primas e suas diferentes formas de expressão. “Quero voltar meu olhar para outros materiais sem nenhuma restrição”, contou a designer quando começou a produzir peças em metal e madeira.

O vidro e o cristal continuaram sendo protagonistas dos trabalhos de Jacqueline, mas a designer criou peças em madeira com intuito de trazer novidades ao design contemporâneo. Foi com essa filosofia que Jacqueline Terpins pegou emprestado as formas dos calçadões da Cidade Maravilhosa e as imprimiu nas peças da Linha Copacabana. A Cadeira e a Chaise longue Copacabana são o resultado da capacidade da designer de trazer para a madeira a fluidez que ela já explorava nos vidros superaquecidos.

Outra peça desenhada na madeira é o Banco Preguiça. De design econômico e simples, o banco reflete sofisticação. Sua base em elipse delgada de madeira é apoiada em duas estruturas finas e quase imperceptíveis quando percebidas por determinados ângulos. A extensa obra da artista pode ser encontrada no Estúdio Jacqueline Terpins em São Paulo, que distribui suas peças para Los Angeles, Nova York e para todo o Brasil, incluindo a Armazém da Decoração.

Chaise Longue Copacabana

Chaise Longue Copacabana
Banco Preguiça

Banco Preguiça

Banco Preguiça

Banco Preguiça

Poltrona Copacabana
Poltrona Copacabana

 

Carnaval com muita cor e design

O carnaval chegou e a AZ aproveita a data para apresentar algumas peças e ambientes bem coloridos para fazerem parte do seu feriado e do seu design

 

O carnaval pode até parar o Brasil, mas não para nosso blog, porque não existe feriado para a decoração. Como Design é Nosso Mundo, aproveitamos a ocasião para separar algumas peças e ambientes bem coloridos para combinar com o carnaval.

(Foto Marcus Camargo)

(Foto Marcus Camargo)

Quem quer aproveitar cor para decorar um ambiente não pode esquecer a Kartell. A marca italiana é conhecida não só pela produção industrial de material de plástico em suas peças de mobiliário, mas também pela diversidade em suas palhetas de cores, sempre vivas e sempre inovadoras.

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E por falar em Kartell, vai aí mais uma peça da marca. A Cadeira Masters, mais uma brilhante criação de Philippe Starck, em apenas seis meses no mercado alcançou a venda de mais de 100 mil peças. Um grande feito, mesmo para a marca que já tem público consolidado.

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As Lamp Tables não poderiam deixar de fazer parte deste post carnavalesco. Elas estão chegando com exclusividade e muita cor na loja da Armazém da Decoração.

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E para terminar, que tal praia, mar e um belo ambiente com o In&Out da Tidelli. Os móveis da marca são perfeito para a decoração de áreas externas e dos ambientes decorados para pular o carnaval. Muita folia e design para o seu feriado.

A arte de Nani Chinellato

Designer de texturas, Nani Chinellato tece texturas impensáveis e cria peças de requinte para a decoração

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Talentosa desde menina, Nani Chinellato entendeu, por meio de seu delicado trabalho, que a percepção do mundo começa pelo tato e não pelo olhar. São com as mãos que a designer desenha suas belas criações, tece jogos improvisados em trama e urdidura e são as mãos de Nani que percebem a textura ideal de suas peças únicas. O tato é a maior referência dessa designer têxtil, sensível à beleza da matéria-prima extraída da natureza e transformada em arte.

A percepção de mundo e o talento da designer vêm de berço. Seu pai, italiano nascido em Veneza, confeccionava, por hobby, tapetes, cortinas e até alguns modelos de alta-costura. Nani Chinellato seguiu os passos paternos e transformou o hobby de seu pai em seu meio de vida. A designer cria tecidos, tapetes, persianas, redes, mantas e almofadas em fibras naturais com a essência e o capricho artesanal aliados à tecnologia de ponta.
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Nani aprimorou seu trabalho ao longo dos anos. É dela a única versão no mundo de um revestimento de parede produzido e aplicado sem nenhuma emenda. Acostumada a trabalhar com matéria prima natural, a designer decidiu estender seu meio de atuação com a linha Acqua. Acqua é a família de persianas, tapetes e revestimentos fabricados em fibra sintética de aparência natural.

Sintético ou natural, o trabalho de Nani Chinellato é conhecido não só pela sofisticação. Os produtos possuem proteção solar, anti UV e anti chamas, à prova d’agua e lavável, qualidades que tornaram seus produtos adequados tanto para ambientes internos quanto externos. O que achou?? Lindos, não?!

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Guilherme Torres

Dono de um talento de dar inveja, o arquiteto Guilherme Torres faz sucesso também no ramo moveleiro

Guilherme Torres

Guilherme Torres

Autenticidade! É com essa palavra que abro o post de hoje, junto com nosso homenageado. Guilherme Torres. É esse o nome do perfeccionista arquiteto paranaense que trabalha com formas nítidas e detalhes minimalistas. Seu hobby? O trabalho. “Work it harder, better, faster, make it over” é a citação que Guilherme tem tatuada em seu braço e estampada nas paredes de seu escritório em Londrina, deixando documentado seu carinho pelo que faz.

Jovem e despojado, Guilherme sabe interpretar a agitada atmosfera urbana, criando espaços contemporâneos e atrevidos, mas ao mesmo tempo simples e lúdicos. Foi em um surto de criação que o arquiteto doou todos os móveis de sua casa em Londrina para criar algo novo e inovador.

“A casa, na verdade, não era uma casa. Era o estúdio de um artista plástico que eu gostei tanto que resolvi transformar”, contou Guilherme em entrevista para a IstoÉ à época. “Decidi mudar a sala à noite. No dia seguinte, chamei um caminhão para tirar os móveis, fiquei sem nada e comecei a reforma do zero”, completou. O resultado foi um delicioso espaço que mistura clássico e contemporâneo com muito bom gosto.

Casa de Guilherme em Londrina

Casa de Guilherme em Londrina (Foto: Roberto Wagner e Marcelo Magnani / divulgação) 

Mas não é só da arquitetura que vive a criação de Guilherme Torres. O arquiteto é dono de uma bela e geométrica linha de móveis para casa e escritório. As linhas retas e bem traçadas das peças de Guilherme combinam bem com a mistura de cor e o excesso de design. Cada peça possui um número de série para garantir sua autenticidade, afinal de autenticidade o designer entende bem.

Mesa de jantar Fifties

Mesa de jantar Fifties

Mesa de jantar Jet

Mesa de jantar Jet

 

Mesa de apoio Custom

Mesa de apoio Custom

 

O design por trás do design

Assim como na moda, o design também possui sua haute-couture com peças únicas, belas e de qualidade inquestionável

Comback Chair - Kartell

Comback Chair – Kartell

Quando saímos às ruas para perguntar quais são os grandes nomes da moda, até os menos conhecedores do assunto têm algumas marcas na ponta da língua para responder a pergunta: Armani, Chanel, Dolce & Gabbana, Versace etc. Os entendidos vão um pouco mais longe e se lembram de nomes como Christian Louboutin, Valentino Garavani ou Marc Jacobs. Mas e quando a pergunta versa sobre as grifes da haute-couture do mobiliário nacional e mundial? Bom, até os mais interessados em decoração não têm muitos nomes a pronta entrega.

Ao contrário do que se pensa, nunca existiram tantas marcas de luxo no mundo do design e cada marca tem sua história. De acordo com pesquisa do Ibope Inteligência, os consumidores gastaram cerca de R$ 5,4 bilhões com artigos para decoração no ano passado, o que representou um crescimento de 8% em relação a 2012. O desejo do brasileiro pelo mundo da decoração está crescendo e o mundo da decoração não está alheio a esse fato.

O Brasil está vivendo um movimento de entrada das marcas, assim como ocorreu na moda anos atrás. Coco Chanel representa não apenas o luxo em assessórios e vestimentas e sim uma mulher que popularizou as roupas sem espartilho e se tornou um símbolo da libertação feminina. No mobiliário, assim como na moda, as marcas mudaram épocas e estilos e criaram tendências.

Porque comprar um nome de luxo se podemos encontrar mobiliários baratos sendo vendidos em cada esquina? Bom, a qualidade é um fator determinante. Ter um Sérgio Rodrigues na sala (assim como uma Chanel no guarda-roupa) é ter a certeza de que o produto vai durar anos e nunca sair de moda. Os móveis de arte, assinados e desenvolvidos especificamente para uma marca, significam qualidade e originalidade.

Grandes criações, produtos inéditos e peças únicas somente podem ser encontrados quando se busca os nomes do design e em um futuro próximo, quando perguntarem nas ruas quais são esses grandes nomes, a resposta estará na ponta da língua: Etel, Kartell, Tidelli, Zanini de Zanine, Jorge Zalszupin, Sérgio Rodrigues e outros mil…

Chaise wood - Tidelli

Chaise wood – Tidelli

 

Cadeira de Balanço - Etel

Cadeira de Balanço – Etel

 

Carrinho de Cha JZ por Jorge Zalszuspin

Carrinho de Cha JZ por Jorge Zalszuspin

 

Lustre Caruaru - Marcelo Rosenbaum

Lustre Caruaru – Marcelo Rosenbaum

Design Único

O design inovador e inédito das criações do estúdio Fetiche Design dos paranaenses Paulo Biacchi e Carolina Armellini

Fetiche Design para a coleção YAWANAWÁ

Fetiche Design para a coleção YAWANAWÁ

Fetiche é a palavra certa para designar os móveis criados pela dupla Paulo Biacchi e Carolina Armellini. O casal se conheceu há 12 anos na Universidade Federal do Paraná e comanda junto o estúdio Fetiche Design para Casa desde 2007. O desenho e o design ímpar dos objetos da Fetiche buscam referências e significados além do formal e funcional das peças. Carolina e Paulo procuram a história por trás dos produtos, o que torna seus designs realmente inéditos.

“Design é processo, a inspiração não surge do nada, ela vem de um trajeto”, explicou Paulo Biacchi em entrevista para um blog de decoração. Hoje o escritório atua com excelência no mercado se destacando pela inovação, ineditismo e capacidade técnica na solução de problemas. A Fetiche Design tem trabalhos nos mercados moveleiro, de iluminação e acessórios para casa.

Fetiche Design para a coleção YAWANAWÁ

Fetiche Design para a coleção YAWANAWÁ

A mistura de material é uma característica da Fetiche. O trabalho é o meio termo entre o design e a arte, e as peças se materializam de todas as formas e meios possíveis, desde o tecido até o couro. Para Paulo a empresa visa buscar sempre o novo. Muitos dos projetos são vistos como ditadores de tendência. Em 2012 um automóvel conceito lançado pela empresa Renault de Paris usou uma das criações do estúdio Fetiche como referencia para o projeto.

“A gente começou com um design bem conceitual, bem diferente e isso acabou focando mais no público A, mas hoje a gente já recebe convites de empresas que atuam em outro mercado então a gente já consegue movimentar no mercado de forma bacana”, conta Carolina Armellini que, junto com Paulo, coleciona parceria e assina coleções para diversas marcas, como Florense, Tok&Stok, La Lampe, Schuster, Artimage, Museu de Arte Moderna de SP, Holaria Cerâmica, e a multinacional Schattdecor, entre outras. Em Goiânia, a Fetiche está na AZ.

Fetiche Design para a Coleção TROPICÁLIA

Fetiche Design para a Coleção TROPICÁLIA

Fetiche Design para a Coleção TROPICÁLIA

Fetiche Design para a Coleção TROPICÁLIA

Fetiche Design para a coleção SOPRO

Fetiche Design para a coleção SOPRO

Fetiche Design para a coleção SOPRO

Fetiche Design para a coleção SOPRO

 

“Viver bem, em ambientes encantadores”

A jovem e premiada arquiteta e designer Rahyja Afrange fala um pouco mais sobre seu trabalho e sua experiência com o design de móveis

SE7E
Apaixonada pelas possibilidades do design, a arquiteta Rahyja Afrange embarcou para a Dinamarca para um curso de Design de Mobiliário. De volta ao Brasil, a arquiteta abriu seu próprio estúdio e dividiu sua atenção entre os projetos de arquitetura e o trabalho com móveis. A atuação multidisciplinar deu certo, Rahyja foi premiada em um importante concurso e como prêmio expôs suas peças na mais importante feira de Design de Nova York. Em um papo por telefone com o Blog AZ, a paulista Rahyja Afrange nos contou um pouco mais sobre seu trabalho no mundo do design.

Paixão pelo design nórdico

O interesse pelo design levou Rahyja para um curso de verão na Dinamarca. “Foi mágico”, lembra Rahyja. O curso teve teoria e prática, o que deu oportunidade para que a jovem designer conhecesse os grandes ateliers e fábricas da Dinamarca e de países vizinhos. “Fomos para a Suécia e a Finlândia e no fim do programa os designers nos orientaram a produzir alguma peça para sentar”, relembra a paulista.

Rahyja Afrange planejou seu destino com uma rota um pouco deslocada do eixo Milão-NY de costume dos amantes do design. É que a arquiteta tem um encanto particular pelo design nódico. “Eles têm uma relação muito interessante com o material”, comentou a designer, “em um canto do mundo onde as pessoas passam quatro meses do ano dentro de casa, elas realmente valorizam o design e o material utilizado nos móveis”, completou.

Estúdio próprio

Rahyja Afrange desembarcou em São Paulo com malas de roupa, experiência no currículo e o protótipo de uma peça de mobiliário. De volta ao Brasil, a arquiteta estabeleceu seu próprio estúdio multidisciplinar onde continuou trabalhando com o design. Aqui, conseguiu uma marcenaria que topasse o desafio de desenvolver a SE7E – cadeira que a designer criou ainda na Dinamarca – e uma poltrona que nasceu da mesma linha de criação de sua primeira peça.

No início de 2013, Rahyja se inscreveu no International Contemporary Furniture Fair (ICFF) de Nova York e foi selecionada juntamente com um seleto grupo de novos designers para expor suas peças assinadas na feira. O sucesso da jovem não parou desde então. Com parceria firmada com a Decameron, Rahyja trabalhou lado a lado com Marcus Ferreira e criou uma mesa parte da família de móveis da SE7E.

Para o futuro? “Mais peças virão, claro!” não hesitou em prever. Atualmente Rahyja Afrange está com uma coleção de peças em feltro. “É um material muito bom de trabalhar, eu brinquei com feltro estudando as formas que ele pode me fornecer e acabei criando alguns artigos de decoração” contou a designer que definiu sua nova linha como a transformação do 2D no 3D.

Esta semana a arquiteta desembarca em Estocolmo para conferir a feira de design da cidade. A arquiteta não descansa, pois em cada projeto ela busca mostrar sua filosofia do “Viver bem, em ambientes encantadores”.

 

Cadeira SE7E

Cadeira SE7E

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Linha de peças em feltro

Linha de peças em feltro

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