Vamos falar de moda e de Ronaldo Fraga

Ronaldo Fraga conquistou espaço na moda mundial por meio de suas traduções da cultura local

Ronaldo Fraga
Porque moda não se faz só na Champs-Elysée ou nas passarelas da Paris ou da New York Fashion Week. O Brasil está cheio de grandes talentos e Ronaldo Fraga é um deles. Ao contrário de muitos que tiveram alguma influência, Fraga simplesmente virou estilista. Nascido em Belo Horizonte, o mineiro sabia desenhar e usou suas habilidades para investir e vestir a moda.

Sem mãe costureira ou tia bordadeira, seguiu os caminhos habituais das cadeiras da faculdade e se formou estilista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Seguiu para Nova York após ser o ganhador de um concurso da empresa Têxtil Santista e fez um curso de moda na Parson’s School.
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Sua carreira acadêmica seguiu mais algumas milhas até pousar em Londres. Na cidade europeia aprendeu chapelaria na Saint Martins e, junto com o irmão, abriu uma pequena produção de chapéus vendidos nas famosas feiras de Camden Town e Portobello.

As cores, os cortes e a costura: é nessa linha que trabalha Ronaldo Fraga. Suas coleções são conhecidas por levarem para as passarelas a cultura brasileira. O designer se inspira na arte popular e interpreta a cultura local para criar suas peças. Já foram temas de coleções a obra de Cândido Portinari, a caatinga brasileira e a arte nordestina.
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Longe de casa, o estilista brasileiro levou para as passarelas do Design Museum, em Londres, no último ano a coleção “Carne Seca ou um turista aprendiz em terra áspera”. Ao lado de marcas como Prada e Dior, a coleção de Fraga levou para o estrangeiro a diversidade da moda brasileira na exposição Designs of The Year 2014.

São por razões como essas que o trabalho de Ronaldo Fraga já cruzou fronteiras. Conhecido por suas belas traduções, para a linguagem da moda, da cultura brasileira o estilista representa o Brasil em diversos eventos pelo mundo. Seu estilo de estamparia, cores e ousadia o colocou no topo.
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Joias da Casa

Nadia Taquary se inspirou na cultura das escravas do período colonial para criar, literalmente, joias para casa

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A artista Nadia Taquary mostrou que é possível utilizar joias para decorar uma casa. É que a artista começou a criar peças que parecem aqueles adornos adorados por mulheres, só que em versão super size. Nadia utilizou seus estudos de pós-graduação como inspiração para criar joias em tamanho gigante.

Especializada nas peculiaridades históricas dos séculos 18 e 19 de seu estado, a Bahia, Nádia criou uma coleção de joias para a casa que recriam as peças usadas pelas escravas no período colonial. No projeto a artista decidiu reverenciar o Mar – com peças em búzios, conchas, cavalos marinhos e peixes – e a Terra – através dos balangandãs, cheios de frutas de orixás e contas em madeira.

Os adornos foram recriados com 8 metros de extensão e 80 metros de cordas expressando o máximo da Arte e Cultura Africana. “Fiquei fascinada com a exuberância do encontro entre Europa, África e Brasil, e com a forma como isso se refletia nos adereços daquelas mulheres”, revelou Taquary.

A sofisticada representação da cultura baiana pode ser encontrada em metais nobres, contas e cristais em preços que chegam a R$ 5.700,00. Assim como na diversidade da cultura africana, a artista plástica utilizou da diversidade de matéria prima para criar os balangandãs muito presentes em sua obra. Nadia declarou ter se encantado pelos balangandãs, espécies de argolas enfeitadas com peças de amuleto. “Fiquei fascinada pela exuberância dos balangandãs, formados por talismãs de ouro”, confessou Nadia.
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