O Viés do design brasileiro

Projeto reúne nomes contemporâneos e modernistas do criativo circuito de designers brasileiros para o lançamento de peças de mobiliário

 

Zanini de Zanine - Poltrona Serfa

Zanini de Zanine – Poltrona Serfa

O que o design modernista representa para o mobiliário nacional é um tema de tamanha importância que os designers Flavio Franco, de Teresina, Zanini de Zanine, do Rio de Janeiro, e Ronald Scliar Sasson, de Gramado, resolveram desenvolver um projeto com o objetivo de criar móveis de madeira assinados e catalogados anualmente que têm o modernismo como um de seus maiores traços.

Viés foi o nome escolhido pelo trio para batizar a coleção que explora dois lados de um mesmo design. De um deles estão as formas puras, criadas por ícones das décadas de 50 e 60 que contavam com os recursos nem sempre suficientes da indústria moveleira nacional, ainda em seus primeiros passos – como José Zanine Caldas e Aida Boal. Do outro, uma geração que poderia contar exclusivamente com tecnologia a serviço do móvel, mas que não abre mão da poesia.

Foi sobre este mesmo teto criativo que nasceu o projeto Viés, selo para venda de mobiliário assinado, catalogado e carregado de histórias. O Projeto Viés apresenta a sua primeira série de peças de premiados designers nacionais contemporâneos e importantes representantes da história do mobiliário modernista brasileiro. Uma edição de peças será produzida a cada ano por fábricas brasileiras para serem comercializadas nas lojas e galerias do Brasil, como a Armazém da Decoração.

O novo Selo Viés não poderia chegar ao Brasil sem fazer uma parada no Blog AZ, então durante esta semana vamos apresentar um pouco melhor o projeto por meio de seus designers… Aguardem!

Jose Zanine Caldas - Banco Belmonte

Jose Zanine Caldas – Banco Belmonte

Aida Boal - Poltrona Christina

Aida Boal – Poltrona Christina

Fotos: Claudio Fonseca

Design é Meu Mundo / Poltrona Diz

O conforto e a elegância da Poltrona Diz, de Sérgio Rodrigues

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Nós, do Blog AZ, não nos cansamos de falar de Sérgio Rodrigues e não é pra menos, o arquiteto precursor do design brasileiro moderno deixou um patrimônio mobiliário de tirar o fôlego. A fama das peças criadas por Rodrigues veio não só pela sua qualidade e beleza, os móveis traduzem bem a cultura nacional por meio do que o próprio designer chamou de “acentuação da brasilidade”.

A madeira aliada ao design feito para que a pessoa fique “à vontade” fez das peças de Sérgio Rodrigues as mais cobiçadas do mobiliário nacional. No mundo, Sérgio passou por um momento de valorização de seu trabalho e a Poltrona Mole – criação mais famosa do designer – faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa).

A poltrona passou por um processo histórico e podemos encontrá-la em três modelos diferentes. A primeira Poltrona Mole foi criada em 1957 e tinha uma estrutura mais rígida. A segunda versão foi a que foi mandada para a Itália, em 1961. Depois veio a versão “Moleca”. O detalhe interessante é que a poltrona ficou um ano na loja, exposta, sem que ninguém a comprasse.

Segundo o próprio Sérgio, as pessoas diziam “Imagina, essa loja que começou muito bem, agora entrou na galhofa, está fazendo essas brincadeiras assim, uma estrutura de madeira que tem em cima um almofadão que mais parece um ovo estalado. Deve ser uma cama de cachorro”. Agora a Mola é objeto de desejo no mundo do design.

Marcada por linhas esculturais, com design elegante, visualmente leve e excepcionalmente ergonômica, outra peça dessas feita para ficar a vontade é a poltrona Diz. Quem senda no móvel se deixa escorregar na madeira e encontra posições bem confortáveis – mesmo que a peça não tenha nenhuma estrutura almofadada em seu acabamento. Mais jovem que sua colega Mole, a poltrona foi criada em 2002 e é um dos itens mais disputados na R 20th Century, loja de design situada no badalado bairro Tribeca, em Nova York.

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Fotos: Marcus Camargo

Os traços de Álvaro Siza

O Blog AZ sempre destaca grandes designers e arquitetos e Álvaro Siza é um deles. O português é considerado um dos grandes arquitetos de todo o mundo não só por sua coleção de trabalhos, mas […]

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O Blog AZ sempre destaca grandes designers e arquitetos e Álvaro Siza é um deles. O português é considerado um dos grandes arquitetos de todo o mundo não só por sua coleção de trabalhos, mas por sua facilidade em lidar com as várias linguagens arquitetônicas.

Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira nasceu em 1933 no interior de Portugal.  Entre os anos de 1949 e 1955, estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde lecionou anos depois. Influenciado por nomes como o de Frank Lloyd Wright, Le Corbusier e Alvar Aalto, Álvaro Siza desenvolveu uma linguagem própria próxima daquela desenvolvida durante o modernismo português.

Foi professor visitante na Escola Politécnica de Lausanne, na Universidade de Pensilvânia, na Escola de Los Andes em Bogotá, na GraduateSchoolof Design of Harvard University como “Kenzo Tange Visiting Professor”; e lecionou na Faculdade de Arquitetura do Porto, onde trabalha atualmente. Sua carreira foi consolidada (e coroada) em 1992 quando ganhou o prêmio Pritzkerde arquitetura.
Casa moderna

Sua linguagem própria encantou os jurados que justificaram o prêmio na habilidade e firmeza do arquiteto. “A arquitetura de Álvaro Siza é uma alegria para os sentidos e eleva o espírito”, palavras do júri. Como os primeiros modernistas, suas formas, moldadas pela luz, tem uma simplicidade. “Se uma vista é desejada, uma janela é feita. Escadas, rampas e paredes, tudo parece ser predestinado num edifício de Siza. Esta simplicidade é revelada como uma grande complexidade. Há um domínio sutil sublinhando o que parece ser uma criação natural”, completaram os jurados.

No Brasil, a obra do arquiteto Álvaro Siza Vieira tornou-se conhecida em torno das ideias de regionalismo crítico e identidade nos anos 80. Em 2008 foi inaugurada às margens do lago Guaíba, a Fundação Iberê Camargo, projetado porÁlvaro Siza composta por dois volumes cheios de linhas e curvas – bem ao seu estilo modernista.

“É difícil pensar num arquiteto contemporâneo que tenha mantido uma presença tão consistente na profissão como Álvaro Siza. Que esta presença seja mantida por um arquiteto que vive e trabalha na margem extrema atlântica da Europa só serve para enfatizar a sua autoridade e o seu estatuto”, lê-se no comunicado que destaca os projetos da Casa de Chá Boa Nova e as Piscinas de Marés, obras de Siza em Leça da Palmeira.

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A influência do design nacional

Joaquim Tenreiro foi um dos grandes nomes do design mobiliário e influenciou muitos artistas com seus desenhos modernistas

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Conhecido como pioneiro do modernismo brasileiro, o marceneiro fez nome no design mobiliário nacional junto com Sérgio Rodrigues e Zanini de Zanine. Já sabe de quem estou falando? Sim, de Joaquim Tenreiro. Como muitos designers que influenciaram de forma considerável mobiliário brasileiro, Joaquim não nasceu no Brasil.

Exímio artesão de madeira, Tenreiro teve de onde puxar seu talento. Filho de marceneiro, o designer começou a brincar com as ferramentas do atelier de seu pai com o mesmo entusiasmo que seus colegas brincavam de carrinho e jogavam bola. Após ter vivido breves períodos no Brasil quando era ainda jovem, o português decidiu adotar o país como sua nova casa e a carpintaria como sua nova profissão.

No Rio de Janeiro, o tímido marceneiro se inscreveu em um curso de desenho mantido pelo Liceu Literário Português e, dois anos mais tarde, seria um dos membros mais ativos do recém fundado Núcleo Bernardelli. Nascia ali outra vertente de seu trabalho, a pintura. Além de carpinteiro e designer de móveis, Joaquim Tenreiro ficou conhecido também como projetista, pintor e escultor.
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No ramo mobiliário, sua primeira peça – respeitando bem o estilo moderno que conhecemos bem do mobiliário de Sérgio Rodrigues e Jorge Zalszupin – foi criada em 1942 para a residência do médico e colecionador Francisco Inácio Peixoto. Foi nesse momento que Tenreiro parou de produzir móveis para realmente projetá-los em seu estilo único.

O designer abandonou, no início dos anos 1940, as práticas recriar móveis em estilo clássico europeu. Na época trabalhava na Laubisch & Hirth, especializadas em fornecer peças imitativas dos velhos estilos franceses e italianos. Com o trabalho para Francisco Inácio, Tenreiro abandonou os clássicos, deu uma nova visão moderna ao mobiliário nacional e criou sua primeira peça autêntica.

O sucesso não era tudo e Joaquim decidiu, em 1967, entregar sua última encomenda de design – a decoração do salão de banquetes do Palácio Itamaraty em Brasília. Nesse período resolveu fechar oficina e lojas para, de então por diante, dedicar-se exclusivamente às artes plásticas.

Liberado de seu compromisso com o Desenho Industrial, Joaquim assinou grandes obras nas artes como o painel para a Sinagoga Templo Sidon na Tijuca, a portada da Capela Ecumênica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e os dois painéis em fibra de vidro realizados em 1975 para o novo auditório do SENAI na Tijuca.

O desejo de Joaquim Tenreiro em contribuindo com o design mobiliário morreu mais de 20 anos antes do artista, mas suas peças continuam vivas e inspirando novos e respeitados talentos do ramo mobiliário.

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Abaporu

Alfio Lisi deu vida a uma linha de móveis cheia de charme e brasilidade

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Graduado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru em 1995, Alfio Lisi descobriu uma paixão pela marcenaria que o transformou em um grande designer de mobiliário. Logo que se formou, abriu escritório onde passou a desenvolver projetos paisagísticos, arquitetônicos e de design. Foi em 2002 que Alfio abriu sua marcenaria e passou a se dedicar à arte de desenhar móveis.

Abaporu, o homem que come gente. Foi com esse conceito – no sentido modernista da arte que traga a cultura estrangeira e a adapta ao irreverente estilo brasileiro – que Tarsila do Amaral pintou a tela brasileira mais valorizada no mundo e que Alfio Lisi se inspirou em suas criações.
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Foi com o conceito refinado, típico dos trabalhos do arquiteto e de seu escritório, aliado com essa brasilidade que Alfio deu luz à família Abaporu, e especificamente ao banco Abaporu. O móvel foi projetado em Jatobá maciço e alguns modelos foram recriados com azulejo no topo do assento.

Hastes em madeira maciça partem de um triângulo central no topo do banco que crescem suavemente em direção às extremidades. O Abaporu remete aos bancos caipiras e serviu de ponto de partida para a criação de toda a família Abaporu, composta de banquinho, pendurador, mesa de jantar e mesa lateral Abaporu.

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Sofá Franco / Sérgio Rodrigues

Com traços simples e sofisticados, Sérgio Rodrigues criou em 1960 mais um clássico de seus móveis modernos

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Em meio à influência do Pop Art e do exagero de tamanhos e cores emergiu do design da década de 1950 o trabalho moderno e marcante do grande designer brasileiro Sérgio Rodrigues. A classe média aderiu a um novo estilo de mobiliário, que significava um estilo de vida moderno e dinâmico. Foi com esses conceitos que grandes nomes fizeram belas peças neste período. O arquiteto Sergio Rodrigues é um deles.

Em 1960 o arquiteto desenhou, com traços simples e sofisticados, o Sofá Franco. Esculpido em madeira maciça com braços em linhas retas e livres, o sofá é acabado com largos estofados em cores claras. Sem o exagero, sem o rococó, o sofá foi o nascimento de um clássico moderno que, lado a lado com outras peças de Sergio, começou a modificar o mundo do design.

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Design é Meu Mundo / Oscar Niemeyer

As curvas livres e sensuais de Oscar Niemeyer passaram do concreto para a madeira em peças reeditadas pela Etel Interiores

Que tal começarmos o ano fechando a série do Design é Meu Mundo dedicado à Etel?! E ninguém melhor do que o celebrado arquiteto que levou o modernismo brasileiro para as principais capitais do mundo. Sim, estou falando de Oscar Niemeyer. Carioca nascido em 1907, o arquiteto foi responsável por desenvolver a arquitetura moderna com traços tão peculiares que seus prédios são reconhecidos mesmo por aqueles que não são da área do design.

O nome de Niemeyer já circulava o mundo antes mesmo dele se unir ao seu ex-chefe de estágio da época de estudos na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro (a atual UFRJ), Lúcio Costa, na construção da nova capital. Seu primeiro grande trabalho, uma série de edifícios na Pampulha, em Belo Horizonte, colocou seu nome em evidência. A críticas nacionais e estrangeiras, todas favoráveis, renderam ao arquiteto convites para ensinar na Universidade Yale e na Escola de Design da Universidade Harvard.

Desta data em diante os projetos de Oscar Niemeyer passaram a integrar a arquitetura das grandes cidades do Brasil e do mundo. Mas arquitetura era pouco para a mente criativa de Oscar. O arquiteto, em seus 104 anos de vida, se dedicou também à literatura, escultura e, claro, ao design.

Niemeyer também projetou peças de mobiliário na década de 1970, levando à madeira as curvas que aplicava no concreto. Junto com sua filha Anna Maria, Oscar Niemeyer projetou o mobiliário do Palácio da Alvorada, da Sede do Partido Comunista Francês e alguns outros móveis comercializados na mesma década. Os móveis de Niemeyer foram expostos em diversos museus brasileiros e salões e feiras internacionais e reeditados pela Etel interiores. Agora Oscar Niemeyer pode fazer parte da sua decoração.

Cadeira de Balanço Rio por Oscar Niemeyer

Cadeira de Balanço Rio por Oscar Niemeyer

 

“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”.

Oscar Niemeyer

 

Oswaldo Arthur Bratke / Design é Meu Mundo

Oswaldo Arthur Bratke é uma das reedições de sucesso da Etel Interiores

Cadeira Oswaldo Bratke

Cadeira Oswaldo Bratke

Imagine como deve ser ganhar um concurso para projetar um viaduto antes mesmo de se tornar engenheiro? A competência e o talento do paulista Oswaldo Arthur Bratke mostraram que isso é possível. Em 1926 Oswaldo entrou na Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie e venceu o concurso para o Viaduto Boa Vista, em São Paulo, antes mesmo de se formar.

Da geração na qual despontam nomes como Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, irmãos Roberto, e outros, Oswaldo Arthur Bratke foi um dos principais arquitetos da moderna arquitetura brasileira. Seu diploma de engenheiro-arquiteto chegou em 1931 e dois anos depois Oswaldo deu início a uma parceria de sucesso com o arquiteto Carlos Botti.

Juntos realizaram projetos residenciais, principalmente em São Paulo. Em 1938 ele desenvolveu o projeto de reforma e ampliação do Parque Balneário de Santos e do Gran Hotel de Campos do Jordão e alcançou a marca de 1.300 edificações de sua autoria. Seu objetivo era consolidar um design moderno brasileiro e para isso projetou móveis e luminárias para equipar seus edifícios com o estilo que defendia.

A racionalização de processos produtivos e uso de materiais tradicionais da época foram seus aliados na hora de criar peças de design e a ETEL buscou esse talento em suas reedições. A Cadeira, projetada em 1948, foi uma de suas primeiras experiências com móveis. Inspirada em suas viagens para a floresta amazônica a Cadeira nunca havia sido comercializada. A ETEL colocou no mercado sua primeira tiragem em 2011, 104 unidades lançadas para celebrar o mesmo número de anos que Bratke completaria em 24 de agosto daquele ano.

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O versátil Ronald Sasson

Ronald Scliar Sasson migrou das artes plásticas para o design em um percurso de sucesso e muitos prêmios

Banco Luiza

Banco Luiza

Dando sequência à nossa semana assumidamente modernista, o designer de hoje é o curitibano Ronald Scliar Sasson. Ronald Sasson é autodidata de design versátil e apaixonado pelo modernismo. Formado em artes, Ronald trabalhou como artista plástico por 12 anos abrindo seus horizontes para a atuação em um design voltado para cores e texturas.

O artista e designer já foi convidado para expor em 15 salões por todo o Brasil, mas o sucesso chegou quando Ronald projetou Luiza. Luiza é um banco que chama atenção por sua elegância clássica, simples e leve. Premiado com o bronze na categoria Móveis, Objetos Decorativos e Homeware A’Design Awards 2012, em Milão, e o Ouro na categoria Sala de Estar e Quartos do Prêmio IDEA Brasil 2013, o banco abriu as portas do artista para o mundo do design.

Pufe Cubo Mágico

Pufe Cubo Mágico

Além da influência artística em seu trabalho, o design Nórdico e as cores Mediterrâneas também podem ser percebidos nas obras de Ronald Sasson, influência que recebeu dos anos morou na Europa e Oriente Médio. Mas quando se fala em design, a Itália não poderia ficar de fora. Um de seus últimos lançamentos, exposto na Casa Brasil 2013, é a Poltrona Sato parte de uma proposta italiana de ergonomia aplicada pelo designer.

O profissional, na hora de criar, lança mão da observação e da arquitetura. Seu trabalho com design já chegou na adolescência, Ronald atua com o designer há 15 anos e mostrou sua preferência por trabalhar com madeira natural, couro e laca. Sua visão sobre o design: que seja ao alcance de todos. E agora está ao alcance dos goianos, pois o talento de Ronald Sasson fará parte do design da AZ. Aguardem.

Poltrona Sato

Poltrona Sato

Poltrona Balma

Poltrona Balma

Mesanino Lógico

Mesanino Lógico

Mesa Lateral Spin

Mesa Lateral Spin

 

O modernismo de Lina Bo Bardi

Multifuncional, Lina Bo Bardi mostrou que seu talento foi além dos projetos arquitetônicos e criou belas peças de mobiliário

Cadeira Girafa
Sabe aquele museu no meio da agitada Av. Paulista que é parada obrigatória de todos que vão a São Paulo? Pois é, ele é considerado uma das obras mais importantes de uma importante arquiteta que você pode ter na sua casa, a italiana Achillina Bo. Mais conhecida como Lina Bo Bardi, a modernista que projetou o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) 20 anos após sua chegada ao Brasil foi também designer de móveis.

A criatividade da arquiteta formada pela Universidade de Roma explorou todos os tipos de linguagens, Lina foi designer de produção, curadora, professora, ilustradora, decoradora e designer de moda. Lina nasceu em Roma em 1914, aos 22 anos fugiu da Europa para o Brasil e aqui se naturalizou brasileira. No Brasil, Lina Bo Bardi amadureceu sua interpretação pessoal e menos dura do modernismo, com tons mais divertidos.

Durante todo o seu trabalho, Lina Bo Bardi projetou lugares que favoreceram o encontro entre as pessoas, assegurando a sustentabilidade cultural da arquitetura. No campo do design, Lina priorizou a produção artesanal misturando-a com seu inconfundível estilo modernista. Entre suas obras moveleiras mais conhecidas estão a Mesa e cadeira Girafa. A arquiteta projetou os móveis em parceria com Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki em um trabalho com madeira maciça.