Robert Doisneau e as maravilhas do cotidiano parisiense

Um dos fotógrafos mais populares da França, durante mais de seis décadas Doisneau fotografou as ruas de Paris e os moradores da famosa cidade luz

Quem não gosta de Paris? A famosa cidade do amor encanta a todos! Mas, podemos considerar o fotógrafo Robert Doisneau como o maior admirador de Paris. Sua fotografia mais conhecida é Le Baiser de l’Hotel de Ville, tirada em 1950, mais ele nos deixou um acervo de com mais 140 mil imagens de Paris e dos parisienses Continue lendo…

Brasília recebe acervo com obras de Rodin

A exposição “Auguste Rodin – O Despertar Modernista” abre as portas em agosto com obras vindas de São Paulo, Minas Gerais e Paris

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Progenitor da escultura moderna, o escultor francês Auguste Rodin fugiu às tradições da época e passou a esculpir a partir de temas da mitologia e da alegoria, modelado o corpo humano com um realismo novo diante da tradicional figura da escultura predominante. Entre seus principais trabalhos estão O beijo e o famoso O pensador.

Em Paris, Rodin tem um museu inteiro apenas para expor suas obras – os principais trabalhos do artista estão no Musée Rodin, inaugurado dois anos após sua morte, em 1919. Mas alguns de seus trabalhos chegam até nós e a Pinacoteca, de São Paulo, conta com algumas obras do artista em seu acervo. No mês de agosto, as obras de Pinacoteca, juntamente com outras que pertencem ao acervo da empresa mineira Vallourec serão expostas em Brasília.

“Distantes no tempo, as esculturas de Rodin e a arquitetura de Brasília dialogam, ambas, com a tradição barroca e a clareza do método construtivo”, explicou o curador da mostra, Marcus de Lontra Costa, quando justificava a escolha de Brasília para abrigar a exibição. A partir do dia 17 de agosto, “Auguste Rodin – O Despertar Modernista” vai ocupar a Galeria Marcantonio Vilaça, do Tribunal de Contas da União (TCU).

Formada por 14 esculturas e 36 fotos, a exposição conta com 10 do acervo da Vallourec e as outras quatro são do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo – origem também de parte das 36 fotografias que integram a mostra. As demais virão especialmente do Museu Rodin, em Paris, para serem expostas na capital federal.

A exposição terá entrada franca e permanecerá em cartaz até 5 de novembro no Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Edifício-sede do Tribunal de Contas da União — SAFS, Quadra 4, Lote 1.

 

Mudanças climáticas e a arquitetura sustentável

Paris sedia conferência mundial do clima e a sustentabilidade é assunto que deve ser discutido em todos os campos profissionais

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Três semanas após os ataques de radiais islâmicos em Paris, o presidente francês François Hollande igualou a luta contra o terrorismo à luta contra o aquecimento global. “Não estou escolhendo entre a luta contra o terrorismo e a luta contra o aquecimento global. Esses são dois grandes desafios que devemos superar”, explicou em seu discurso na manha desta segunda-feira (30) na abertura da COP-21 – conferência mundial do clima.

As mudanças climáticas estão acontecendo e o mundo percebeu que tem que agir. A parir de hoje, Paris espera cerca de 40 mil pessoas de mais de 95 nações na Conferência do Clima. Como a sustentabilidade não é apenas uma palavra que está na moda, não só os Estados estão tentando reunir esforços para melhorar a relação do homem com a natureza. No campo da arquitetura, diversas tecnologias estão mudando a visão dos profissionais em relação aos projetos sustentáveis.

Dentro desta linha, os arquitetos franceses agora deverão se ater a outra solução sustentável (e legal) no momento de criar seus projetos. O país aprovou uma lei obrigando os prédios comerciais a projetarem telhados verdes com painéis solares. Como seu alcance ainda é municipal, a exigência, por hora, se estende apenas para Paris.

Os telhados verdes são feitos com plantas e seu objetivo é umidificar o ar e reter as águas das chuvas. Na linha de alguns projetos empresariais de sucesso, os comércios franceses estudam a possibilidade de criarem hortas orgânicas – as chamadas fazendas urbanas – para se adequarem às exigências legais.

As placas solares são painéis responsáveis por produzir energia por meio da absorção dos raios do sol. O objetivo da nova lei, além de contribuir na luta contra as mudanças climáticas, é tentar deixar o ar das grandes metrópoles menos poluído – e sua arquitetura mais bela.

Ar limbo em duas rodas

Paris protagonizou uma ação inédita em prol da mobilidade sustentável e fechou a maior parte de suas avenidas para receber pedestres e ciclistas

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Um assunto que tem dado o que falar nos últimos meses é a tal da mobilidade sustentável. Mais ar puro e menos carro. Mais saúde e menos tempo perdido no trânsito. A proposta é boa, mas gera polêmicas por onde passa. Amsterdã já fez esse percurso de expulsamento dos carros e após alguns anos de guerra entre ciclistas e motoristas, a cidade foi dominada pelas duas rodas. Te garanto que é menos perigoso para um pedestre andar a pé nas ruas do que nas ciclovias da capital holandesa.

Em São Paulo, a gestão municipal não tem poupado esforços para tirar os carros das ruas. Além dos domingos reservados para as bicicletas – quando as principais avenidas são fechadas no todo ou em parte para o uso público – a cidade tem aumentado o número de ciclovias (e diminuído o espaço para os carros).

Goiânia vem tentando seguir esta linha, mas ainda a pedaladas tímidas. A Avenida Universitária foi a primeira a receber uma pista exclusiva para bicicletas e logo foi seguida pela Avenida T-63 – que teve seus jardins centrais diminuídos para dar espaço ao veículo de duas rodas. Nos demais casos, as faixas vermelhas foram pintadas indicando que aquela rua é dedicada às bikes, mas apenas aos domingos das 7h às 16 horas.
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Dia sem carro

Mas a novidade mesmo veio da cidade da Luz. Paris dedicou o ultimo domingo de setembro (27) para comemorar o dia mundial sem carros. A capital francesa realizou ação inédita pela mobilidade sustentável buscando reduzir a poluição atmosférica e fechou suas principais avenidas para o trânsito de veículos no período de 11h às 18h. Sim, todas as grandes avenidas de Paris foram fechadas e as demais ruas tiveram sua velocidade máxima diminuída em 20 km/h.

As fotos mostram uma nova Champs-Elysée, que habitualmente é uma passarela para carros bem apressadinhos. Ciclistas e pedestres invadiram os espaços antes tomados por carros para experimentar a cidade de um jeito diferente. As áreas isoladas receberam shows, exposições e uma série de outras atividades de entretenimento.

Ao todo, 11 bairros do 1º ao 11º arrondissement, além dos principais pontos turísticos da cidade, foram considerados áreas livres de carros. De acordo com o Airparif – órgão que regula a qualidade do ar em Paris – o Dia sem Carro teve impacto significativo na poluição atmosférica e sonora da cidade.

A mobilidade sustentável é uma das bandeiras da prefeitura de Paris, que chegou a liberar transporte público gratuito em 2014 para deter os altos níveis de poluição. Parece uma ação simples, mas chamou atenção do mundo todo. Se livrar dos carros parece a melhor escolha, mas vamos combinar que não é uma escolha fácil.

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Fotos: Agencias AFP e Reuters