Paulo Alves homenageia Gilberto Dimenstein com nova Poltrona de seu estúdio

Paulo Alves se inspirou nos galhos das árvores e homenageou o jornalista Gilberto Dimenstein com sua nova poltrona

poltrona-gilberto-1-original

Gilberto Dimenstein é um respeitável jornalista brasileiro. Filho de uma tradicional família judaica oriunda do Marrocos, Dimenstein formou-se na faculdade Cásper Líbero e atua nos maiores veículos de comunicação brasileiros. Em seu currículo, inclui trabalhos como o de colunista do jornal Folha de S. Paulo – além dos anos que atuou como diretor do jornal em Brasília e correspondente internacional em Nova York. Trabalhou também no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora e nas revistas Visão e Veja.

Gilberto Dimenstein foi apontado pela revista Época em 2007 como umas das cem figuras mais influentes do país e ganhou ainda o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, o Prêmio Criança e Paz, do Unicef, Menção Honrosa do Prêmio Maria Moors Cabot da faculdade de Jornalismo de Colúmbia, Nova York. O jornalista ganhou também os prêmios Esso e o Jabuti, em 1993, de melhor livro de não ficção, com a obra “Cidadão de Papel”.

A pergunta agora parece simples: o que um jornalista tem a ver com o design? No caso da Poltrona Gilberto, de Paulo Alves, tem tudo! O designer nunca escondeu sua admiração por Dimenstein. Segundo ele, a atuação de Gilberto no jornalismo, no Projeto Aprendiz e no Catraca Livre é da maior importância para o desenvolvimento inteligente da nossa civilização.
10600559_836888136359692_6154947767521267883_n

Um dia, andando pela Vila Madalena em São Paulo, Dimenstein parou na esquina da Rua Harmonia com a Rodésia, bateu no vidro do estúdio de Paulo Alves e pediu para entrar. “Antes que eu pudesse expressar a minha admiração ele disparou a falar nos parabenizando por ter iluminado aquela esquina do seu bairro”, contou Paulo em uma matéria em seu site. “Desde então, foram várias as incursões de Gilberto para dentro do nosso espaço nestes “fora de hora” mais proveitosos que qualquer horário de expediente comercial”, continuou o designer.

Em uma dessas visitas, o jornalista ficou admirando a primeira versão de uma nova poltrona ainda sem nome. Gilberto aceitou o convite de Paulo e em poucos segundos se acomodou no novo mobiliário. “Naquele momento, não tive a menor duvida. Estava batizada minha mais nova criação: Poltrona Gilberto”.

O design vive da vida e dela tira sua inspiração. A Poltrona Gilberto, além de homenagear uma importante figura do nosso jornalismo, se inspirou na natureza, em especial nas estruturas de galhos de árvores – característica marcante no trabalho de Paulo Alves. O designer confessou que utilizar desenhos que remetem à origem da própria matéria prima foi uma forma por ele encontrada de falar em sustentabilidade sem parecer um eco-chato.

A Poltrona Gilberto é toda estruturada em sarrafos finos de ipê. Em várias cores e tecidos, possui inclinações e dimensões largas para acomodar uma pessoa ao jeito bem brasileiro de se jogar confortavelmente em um mobiliário.

Casa modelo 2020

O escritório Juri Troy Architects está desenvolvendo um projeto de casas modelo para criar residências neutras em carbono

sunlighthouse_by_night

Dizem por ai que o continente europeu vive à frente do Brasil. Quanto à veracidade deste ditado, não podemos afirmar com certeza – já que cada país tem sua cultura e ritmo de desenvolvimento – agora uma coisa é fato: alguns austríacos podem viver, no ano de 2015, em uma casa de 2020.

A Juri Troy Architects, comandada por Sunlighthouse Velux, desenvolveu nos arredores de Viena a primeira residência unifamiliar de carbono neutro na Áustria como parte do projeto chamado “casa modelo 2020”. Uma edificação pode ser chamada de neutra em carbono quando todas as emissões de gases de efeito estufa provenientes de suas atividades são devidamente quantificadas e compensadas por ações ambientais que neutralizam seu impacto.

Algumas empresas e residências multifamiliares, como condomínios, já produzem ações no sentido de neutralizar sua emissão de CO² – principalmente na Europa –, mas os arquitetos do grupo Juri Troy foram além para tentar mostrar que é possível criar uma arquitetura sustentável para muitos e para poucos.
view_from_backyard

O objetivo do projeto “Casa modelo 2020” é desenvolver, construir e analisar seis diferentes casas em cinco países europeus, cada um seguindo seu próprio enfoque na construção progressiva e sustentável. A etapa da Áustria teve por desafio aproveitar as qualidades ambientais do país para desenvolver o conceito de energia e ecologia. A ideia é trabalhar para fazer desaparecer as marcas ecológicas deixadas pela construção da casa dentro dos próximos 30 anos.

O conceito de energia do projeto foi desenvolvido em parceria com a universidade austríaca Danube University de Krems. A construção utilizou uma bomba de calor de alta performance, 48 m² de painéis mono cristalinos para a cobertura fotovoltaica, 9 m² de painéis solares térmicos para água quente e um sistema de ar-condicionado com recuperação de calor.

O projeto priorizou o aproveitamento de luz natural para diminuir a energia consumida pela luz artificial e o resultado obtido foi que a casa recebe em cada cômodo uma quantidade de claridade cinco vezes maior que o padrão habitual. As aberturas do telhado e da fachada foram colocadas estrategicamente para maximizar a energia solar passiva, permitir uma ótima ventilação natural durante o verão e, ao mesmo tempo, reduzir ao mínimo as perdas de calor durante o inverno.

O projeto foi bem sucedido. Os testes finais mostraram que Residência Sunlight produzirá mais energia do que a construção consumiu. Ainda, sua produção de energia compensará também aquilo que ela irá consumir, fazendo dela um projeto exemplo de planejamento e construção sustentável.
troy_sunlighthouse_02 stair_detail kitchen carrel

Fotos: Divulgação

 

Flora doméstica

Espaços fechados exigem mais cuidado na escolha das plantas, mas pode fazer grande diferença no resultado final da decoração de um ambiente

foto-5
Planta, muita planta. É esta a pedida para projetar uma casa seguindo o estilo da sustentabilidade. À medida que o processo de urbanização avançou ao longo das últimas décadas, árvores e plantas foram cortadas para dar espaço para o concreto. Agora a arquitetura vem tentando resgatar as plantas perdidas ao longo dos anos e trazer mais verde para dentro das residências.

Quando se mora em uma casa, o processo é fácil. O maior desafio dos paisagistas é levar a floresta urbana para dentro dos edifícios, afinal, nem todas as espécies nasceram para viver em ambientes fechados. As plantas são grandes aliadas na limpeza do ar, já que os materiais presentes na decoração de um ambiente, como o vidro ou o tecido, são responsáveis por liberar produtos químicos que causam prejuízo em espaços com pouca ventilação.

Em ambientes menos ventilados, a escolha paisagística deve ser um pouco mais cuidadosa. A preferência é por plantas que não exigem muita exposição solar, mas que sejam capazes de purificar o ambiente. As dracenas são um bom exemplo, já que não pedem sol e não gostam de ambientes muito frios – perfeito para Goiânia.

Outra espécie que pode ser adaptada aos ambientes fechados é a do filodendro Pacová. O filodendro gosta de lugares quentes e iluminados durante uma parte do dia. As samambaias estão ganhando seu lugar nos condomínios verticais. Conhecida por resistir a quase todo o tipo de desafio, as samambaias não gostam de incidência direta de sol e um bom sistema de irrigação as tornam perfeitas para uma parede viva.

Dracenas

Dracenas

Filodendro Pacová

Filodendro Pacová

A arte contestadora de Isaac Cordal

Na série Cimento Eclipses, o artista espanhol busca chamar a atenção da sociedade para o comportamento da massa e para os prejuízos ambientais

isaac-cordal-aquecimento-global-3

Uma boa arte é aquela que te toca e o meio artístico tem nas mãos a possibilidade de mudar o mundo por meio da emoção. Ontem o Blog AZ contou como alguns escritórios de arquitetura lançam ideias inovadoras para contornar as mudanças climáticas e tentar não potencializar os prejuízos ambientais causados pelos avanços tecnológicos no último século. Hoje vamos mostrar o que um artista fez com esse mesmo propósito.

O espanhol Isaac Cordal é fotógrafo e artista urbano com um trabalho crítico que lembra as obras do inglês Banksy. Temas inquietantes são sempre alvos de suas obras. Ambientalista, Isaac Cordal não perde a oportunidade de criticar a forma como o mundo tem lidado (ou evitado lidar) com as consequências climáticas dos avanços tecnológicos.

Seu trabalho mais comentado são as esculturas em miniaturas e tamanho real feitas em cimento. A série Cimento Eclipses vem rodando diversas cidades do mundo com o proposito de mostrar o comportamento humano da massa social. O trabalho de arte tem a intenção de chamar a atenção para a desvalorização da relação que o homem tem com a natureza por meio de um olhar crítico para os efeitos colaterais da evolução.
isaac-cordal-aquecimento-global-4

A preocupação de Isaac acerca do acesso à arte fez com que o espanhol levasse suas figuras de cimento para as ruas garantindo o acesso de todos ao seu trabalho – e ao efeito que ele pretende passar. Cimento Eclipses é formada por várias séries com temas voltados para o comportamento humano e social representados pelas esculturas sempre de terno, em alusão ao capitalismo, e sempre homens, em alusão a desigualdade dos sexos.

A linha Waiting for Climate Change (Esperando o clima mudar) escancara o desleixo que a população parece ter enquanto afunda à espera de melhora. As esculturas estão submersas parcialmente, boiando em águas sujas para chamar a atenção quanto ao recorrente problema da elevação do nível do mar.

Follow the Leaders (Siga os Líderes) mostra o comportamento de seres idênticos diante do colapso do sistema financeiro. Apesar da temática forte, o artista não se diz um pessimista em relação aos problemas do mundo. Seu trabalho é uma denúncia e com ele busca contribuir na busca por mudanças.

isaac-cordal-aquecimento-global-5 isaac-cordal-aquecimento-global-2 isaac-cordal-aquecimento-global-1

Fotos: Divulgação

Arquitetura pelo mundo: Georg van Gass

Os cliffs de Westcliff Ridge, na cidade de Johannesburgo, escondem a beleza discreta da casa de vidro, aço e rochas projetada por Georg van Gass

foto 3

Quando Philip Johnson projetou sua casa, criou mais que um lugar para morar, criou um inegável patrimônio histórico e cultural responsável por inspirar outros profissionais em seus projetos. Foi o que aconteceu com o refúgio em Johannesburgo projetado por Georg van Gass.

Acontece que Philip Johnson se inspirou, por sua vez, na residência Farnsworth – também conhecida como a casa de vidro de Mies van der Rohe – de modo que o livro mais antigo já escrito no mundo tem razão quando diz que nada há de novo debaixo do sol.

O importante é que, independentemente de quem se inspirou em quem, todas essas construções merecem a atenção do Blog AZ. E a sua. A casa de vidro de Philip Johnson já foi protagonista de nossas matérias há uns meses atrás, hoje é a vez do projeto arquitetônico que Georg van Gass levantou em Westcliff Ridge na cidade de Johannesburgo, na África do Sul.

Entre árvores, rochas, pedra e cimento a estrutura de aço integra a casa à natureza. Escondida nos cliffs e possuidora de uma das vistas mais belas da região, a casa de Georg van Gass se vale de transparências e das rochas dos arredores. Algumas pedras de granito garimpadas no próprio local foram aproveitadas pela casa, já que uma das características do trabalho de Gass é a sustentabilidade. Outro marco de sua obra é o modernismo clássico, visível no resultado final da construção que mistura aço, vidro e pedra.

“Nós queríamos uma estrutura que fosse a mais leve possível combinada com uma estética elegante e atemporal que nos permitisse usar os elementos de aço não só como principais elementos estruturais, mas também como o motivo principal da arquitetura”, esclareceu o arquiteto ao falar de sua obra. Na verdade a construção parece flutuar, já que a estrutura de aço permitiu com que as paredes ficassem a alguns centímetros do chão.

O escritório de Georg van Gass responsável pela obra foi premiado com uma menção honrosa na categoria de arquitetura na reunião anual Instituto Sul-Africano para os Prêmios de aço estrutural para a sua concepção. Atualmente, seu projeto é referência da arquitetura moderna que esconde belíssimos projetos mundo a fora.

Sem título project_westcliff-pavilion_inside-outside-living-2 project_westcliff-pavilion_floating-house foto 2http://www.azdecor.com.br/blog/2015/02/arquitetura-pelo-mundo-glass-house/

A linguagem arquitetônica de Daniel Libeskind

“A arquitetura é o complexo êxtase que no qual o futuro pode ser melhor”, Daniel Libeskind.

Museu Judaico, Berlim

Museu Judaico, Berlim

Nossas ideias são capazes de criar tantas coisas e, no fim, estamos presos ao mesmo. Parece uma afirmação contraditória, mas o profissional que a proferiu logo explica o porquê de sua angustia: a arquitetura tem um poder que não é utilizado. “Quando eu olho para o mundo lá fora, eu vejo o quanto a arquitetura é resistente às mudanças”, desabafa durante uma palestra um dos nomes mais aclamados da arquitetura mundial, Daniel Libeskind.

Daniel Libeskind conta que a arquitetura nos conta uma história. Não por meio de letras ou papel, mas pelos materiais sólidos. E sua história nos conta um pouco mais da história da arquitetura.  Daniel Libeskind é polonês nascido em um país recém-saído da segunda guerra mundial e entrando na bipolarização que levou capitalistas e comunistas à beira de um ataque.

Em 1957 sua família imigrou para Israel fugindo da pressão política de não pertencer ao partido comunista. Foi no novo país o local onde Daniel começou a estudar música e se dedicar à arte. O próximo passo da família Libeskind foi ainda mais longo. Aterrissaram nos Estados Unidos em 1965 e Daniel se tornou um cidadão americano. Em terras americanas, Daniel decidiu deixar a música de lado. Em 1970 recebeu o diploma de arquiteto e seguiu para uma pós-graduação na Inglaterra. Ainda hoje a música é presente em sua vida quase tanto quanto a arquitetura.

Royal Ontario Museum, Canadá

Royal Ontario Museum, Canadá

Após caminhar tanto mundo a fora, aprendeu a linguagem do mundo. Sua arquitetura não tem cidadania e suas ideias desconstrutivas o transformaram em um exímio professor universitário capaz de tocar e influenciar uma geração de jovens aspirantes à profissão. Aos 52 anos de idade, passou a projetar com mais frequências e o resultado é um número incontável de prêmios e homenagens.

Atualmente, Daniel Libeskind mantém um escritório em Nova York cercado de 70 pessoas, na maioria jovens profissionais responsáveis pelos projetos que levam seu nome e suas ideias para o mundo inteiro. Com ângulos imponentes, espaços grandiosos, geometrias quase inalcançáveis, seus projetos são desenvolvidos em diversos países espalhados pelos quatro continentes, e tudo isto ao mesmo tempo.

Na verdade, falar das ideias de Daniel Libeskind exigiria mais que apenas algumas linhas. O arquiteto se emociona com uma profissão capaz de criara espaços que apenas existem na nossa mente. A arquitetura não tem como base o projeto ou o concreto, mas a ideia e a criatividade. Segundo Libeskind, arquitetura é a única profissão que você exerce acreditando no futuro. “Você pode ser um general, um político, um economista deprimido, um músico em uma clave menor, um pintor em cores escuras. Mas a arquitetura é o complexo êxtase que no qual o futuro pode ser melhor”.

Memory Foundations, World Trade Center

Memory Foundations, World Trade Center

Museu Judaico, Berlim

Museu Judaico, Berlim

Um pouco mais de Goiás: Casa Oliva

Porque Goiânia e Goiás tem muita coisa para fazer que muita gente ainda não conhece

11999726_938453302863177_6872266537047176159_o

Não é de hoje que os goianos reclamam da falta do que fazer nas quentes terras do cerrado, mas o que muitos não perceberam é que nossa cidade (e estado) está crescendo. A cidade mais antiga do Brasil está localizada no interior de São Paulo. São Vicente foi fundada por Martim Afonso de Souza em 1532. Assim, levando em consideração que a cidade mais idosa do país possui 483 anos de idade, Goiânia e seus quase 82 anos é apenas uma pré-adolescente cidade brasileira tentando chegar à fase adulta.

Nosso transito já está digno das grandes metrópoles, e nisso acho que todos concordam. Mas o que muitos não sabem é que você não precisa voar para São Paulo ou dirigir até Brasília para apreciar bons restaurantes e assistir a bons filmes e nem viajar para o extremo norte ou sul do Brasil em busca de belos passeios turístico e ecológicos. O Blog AZ vai dedicar às segundas-feiras nesse novo mês para falar um pouco mais desse estado e sua atrações turísticas, gastronômicas e ecológicas com muito design, é claro.

E por falar em design, no tópico gastronomia, Goiânia não tem deixado a desejar. A cidade está recebendo novos bistrôs e restaurantes que chamam a atenção no quesito boa culinária e bela decoração. O restaurante foi projetado pelo Escritório Bittar, de Eduardo e Karla Bittar, e leva o nome Casa Oliva porque a Casa abriga um pé de Oliva em seu interior.

Entre outros nomes importantes, a Casa Oliva leva o de Paulo Mendes da Rocha. Suas Poltronas Paulistano fazem parte da requintada decoração do espaço. O restaurante não consolidou sua primeira filial no Parque Flamboyant em Goiânia. A Casa Oliva já existe há um tempo em Anápolis e trouxe sua cozinha italiana e suas saborosas pizzas para a capital goiana. Um belo local com muito design.

foto Edgar Cesar 12038490_938574076184433_319332958401441842_n

Fotos: Edgar Cesar

O design nos pequenos espaços

A arquitetura pode fazer a diferença também nos lugares onde os padrões preestabelecidos parecem dominar seu design

Tatui 4

Na economia criativa, muitas vezes o segredo do sucesso é ser diferente. O mercado está cheio de promissores jovens com muita força de vontade para trabalhar e criatividade para inventar, então muitas vezes uma ideia inovadora que surge na cabeça em um canto do país já virou há tempo realidade do outro lado do Brasil (ou do mundo).

Em São Paulo o mundo encantado da leitura fez com que a jornalista Cecilia Arbolave juntamente com João Varella, que comandam a editora independente Lote 42, criassem uma banca de revista. Tá, banca de revista não é novidade alguma, principalmente na capital paulista que abriga uma em cada esquina. Acontece que a Banca Tatuí não é igual às outras.

Localizada na esquina das ruas Barão de Tatuí e Imaculada Conceição, no centro de São Paulo, esta banca diferente convida quem passa a um momento de pausa.  A ideia foi a de resgatar a magia das bancas de revista – que perderem seu charme quando se tornaram lugar mais procurado como ponto de recarga de cartão único – por meio da leitura.

Mas o charme mesmo ficou por conta do design. Os arquitetos Mario Figueroa e Letícia Tamisari foram os responsáveis pela criação do ambiente. Para os arquitetos, urge uma necessidade de melhor aproveitamento das cidades e transformar estes espaços em ambientes abertos e agradáveis é uma forma de suprir essa demanda. João Varella compartilha dessa ideia e acredita que as bancas são um importante espaço de interação urbana e convívio social.

A legislação municipal da cidade padronizou as cores das bancas de revistas, que devem estampar o cinza em sua faixada. Os designers não descumpriram a lei, apenas utilizaram diversos tons de cinza para construir uma faixada diferente e atrativa. Dentro da banca, os nichos não estão entupidos de publicações. Para não poluir visualmente o espaço, apenas as principais publicações ficam expostas nas prateleiras da charmosa banca de Tatuí.

Tutui 3 tatui Tatui 3 Tatui 2

O paisagista da fartura

Com grandes projetos na área do paisagismo, Luiz Carlos Orsini fez seu nome por meio de sua arte da natureza

Orsini

É da arte viva das plantas que vive a arte de Luiz Carlos Orsini. O paisagista tem em seu currículo, além dos jardins do Museu do Inhotim, mais de 35 anos de carreira. Conhecido por seus trabalhos em grandes formatos, acabou se especializando em levar suas composições botânicas para grandes espaços.

Embora tenha se formado em paisagismo na capital espanhola, quando cursou a graduação de jardineiro projetista na Escuela de Jardineria y Paisajismo Castillo de Batres, acabou se apegando à escola inglesa. Gosta de se referir aos seus projetos como uma confusão botânica e se auto intitula o paisagista da fartura.
orsini 5

Seus trabalhos não buscam o modismo dos jardins pré-fabricados ao estilo europeu. Pelo contrário. Orsini gosta de brincar com as plantas, misturando-as em uma confusão harmônica e surpreendente – como o estilo posteriormente adotado pelos jardins da Inglaterra, que lançaram mãos de variedades de plantas para surpreender com sua diversidade botânica.

Trabalhando na área desde 1979, já executou, ao longo de sua carreira, centenas de projetos em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal e Bahia. Leva na bagagem também o prêmio “Revista Espaço D” (São Paulo), por cinco anos na categoria Paisagismo; “Olga Krell – Editora On Line” por quatro anos consecutivos. Seu trabalho lhe rendeu também o Livro “Luiz Carlos Orsini – 30 anos de Paisagismo”.

orsini 4 orsini 3 orsini 2

Economia criativa: “Mãos que se unem em linhas que se cruzam”

Cooperativa Bordana, criada pelo instituto Ana Carol, nasceu de uma iniciativa que visa empodeirar mulheres por meio da inclusão social e econômica e do bordado à mão

Bordana 2

Artesanato é um trabalho manual que tem como base a matéria prima natural, um verdadeiro protagonista quando o assunto é economia criativa. Seu nascimento provavelmente data do início da própria história humana no mundo, assim, quando o britânico John Howkins criou o termo economia criativa para se referir ao trabalho que nasce da imaginação e da inovação, acabou englobando em seu conceito muito projeto artesanal mundo afora. Um desses projetos foi criado aqui.

O Instituto Ana Carol, ONG criada por Celma Grace de Oliveira, foi o responsável por conceber a Cooperativa de Bordadeiras BORDANA em 2009 como projeto de inclusão social e econômica de suas artesãs. O objetivo do programa era a geração de trabalho e renda através do cooperativismo e da economia solidária como meios para a emancipação e empoderamento das mulheres envolvidas na cooperativa.

“Mãos que se unem em linhas que se cruzam” é mote que guia as atividades das bordadeiras. A cooperativa apresenta trabalhos únicos e exclusivos com linha de produtos inspirados nas riquezas do Cerrado e em suas próprias histórias de vida. Além do artesanato, as bordadeiras descobriram outro espaço que ultrapassa o limite do ambiente doméstico. Para Celma, presidente da ONG, a cooperativa deu às artesãs um espaço para que possam exercer diversas outras atividades inseridas na programação, como dinâmicas de grupo, oficinas, palestras e exposições.

Com mais de cinco anos no mercado, a Cooperativa tentar alçar voos mais longos. Desde 2014 iniciou uma parceria com o talentoso designer Renato Imbroisi de São Paulo. A ideia é chegar a um mercado ainda inexplorado de um público que valoriza qualidade e requinte – dentro e fora de Goiás. A consultoria de Renato Imbroisi rendeu então a última coleção da BORDANA intitulada “Arranjo Produtivo – Um sonho bordado à mão” que será lançada em nível nacional no Museu A Casa.
Bordana Bordana 3 Bordana 4